De longe os disfarces parecem reais.

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Um semana se passou aproximadamente. Eu nunca fui bom em ver o tempo passar. Os dias passam e 'as vezes eu nem noto. Estava em casa vendo um filme, coisa que eu me amarro em fazer como passatempo, quando a campainha tocou. Levantei, meio com má vontade devido a preguiça e abri a porta. A Leticia já foi entrando, jogando a bolsa em cima do sofá e indo na cozinha pegar uma copo da agua. Já éramos amigos há tantos anos, que nem o porteiro anunciava mais a chegada dela.

– Você nem avisou que vinha. Olha como eu to...

Eu disse, apontando pra cueca, a única peça de roupa que eu estava vestindo.

– Até parece que não ta acostumado e meu bem, eu já vi bem mais que isso. Relaxa.

Ela disse, tomando o copo de agua.

Eu voltei pra sala e deitei novamente no sofá. Não demorou muito pra ela se juntar a mim, me apertando contra o encosto, para deitar junto comigo. Eu comecei a acariciar seus cabelos e ela obviamente começou a falar sem parar, típico dela.

– A gente nem se falou depois da festa e eu preciso te contar o que aconteceu depois que vocês foram embora.

– Hum. Você ficou com o Erick?

Eu perguntei, sem deixar de deslizar os dedos nos cabelos dela.

– Então, a gente ficou conversando um tempão e ele foi todo atencioso. Parecia muito afim e que ia rolar, mas.... Não rolou. Já tava ficando muito tarde e eu precisava ir embora... Bosta. Não ficamos.

– Entendi.

– Tinha horas que ele parecia travar e então eu entendi tudo.

Ela disse, fazendo com que eu me sobressaltasse e olhasse para ela.

– Entendeu o que?

– Ah, Biel. Eu te conheço, né? Vocês estavam lá fora, sozinhos e depois voltaram os dois esquisitos. Acha que eu sou boba?

– Não, Lê. Eu ia te falar...mas eu não podia falar ali...

Eu respondi tenso, tentando me explicar mas ela me interrompeu.

– Você tem que parar com a essa mania de me proteger o tempo todo. Eu sei me virar sozinha. Toda vez que um cara se aproxima de mim, você dá sermão e ele se assusta.

– Ah... Mas não foi isso. Eu só disse pra ele cuidar bem de você. Eu não fui contra.

Eu disse.

– Então por que vocês estavam todos estranhos?

Ela perguntou. E eu contei tudo que havia acontecido, desde das coisas mais estranhas, quanto a minha reação mais exacerbada, até o selinho que ele havia me dado na festa. Ela escutava a tudo atentamente, sem me interromper. Por fim, ela falou:

– Só ele mesmo rs. Faz bem o tipo dele ser irreverente. Vai ver foi a forma que ele achou pra te mostrar o que pensava, já que você tem esse temperamento tão explosivo. Foi no mínimo divertido. Ele também pode estar afim de você.

– Não. Ele já disse que não curte. Além do mais, nem tem nada a ver. Ele até fica bolado com essas coisas, meio estranho... sei lá.

– Mas você também não tem nada a ver e curte. Bom, mas se ele disse que não curte, não acho que ele esteja mentindo. Ele disse que era pra gente sair esse fim de semana, mas eu acho que você ta assustando ele.

– Lê, eu não fiz nada. Já disse.

– Nem precisa, olha o seu tamanho. Isso intimida a qualquer um. Pára, você já ta me devendo muitas e por isso você vai mandar uma mensagem pra ele e marcar alguma coisa.

Ah... O amor. (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora