Ah... O amor. (ROMANCE GAY)

Bônus.

Eu o olhei assustado, sem reação alguma, enquanto ele também me olhava sem dizer uma palavra sequer. Os segundos pareciam não correr e nem mesmo o som das pessoas na rua e a movimentação do bar, há alguns metros dali, pareciam existir.

– Oi.

Eu disse, voltando do entorpecimento, agachando para pegar meu celular que tinha se espatifado no chão.

– Eu te vi lá dentro e te chamei, mas acho que você não me ouviu. Parecia com muita pressa. Aconteceu alguma coisa?

Ele perguntou.

– Não. Eu... só... Eu só tava indo embora.

– Mas você tava escrevendo algo no celular. Tava mandando mensagem pra alguém, vai encontrar alguma pessoa?

Ele perguntou, visivelmente enciumado.

– Olha, Allan. Isso não é da sua conta.

– Tem razão, desculpe. Força do hábito, eu acho. E você, ta tudo bem?

Ele perguntou, disfarçando, passando a mão pelo cabelo.

– Sim... Tudo ótimo. E você?

– Sim, mas...

Ele ia falar, mas foi abordado por aquele amigo insuportável, que o abraçou.

– Ah, você ta ai. A gente tava que nem louco te procurando lá dentro. Opa, você é...o...esqueço sempre seu nome... o personal trainer, né?

– Sim.

Eu respondi, seco.

– Po, cara. Você ficou de me passar aqueles suplementos. Quero ficar gostosão, ainda pra esse verão. Você acha que seu eu pegar pesado e tomar as paradas, eu consigo?

– Talvez se você nascer de novo...

Eu respondi.

– Hã?

Ele perguntou, não entendendo direito a minha resposta.

– Enfim, tenho que ir. Já to atrasado.

Eu disse, querendo me livrar daquela situação constrangedora de uma vez.

– Ah, Biel. Nossa, achei que você tinha ido embora. O irmão da Alessandra falou que você tinha saído, dizendo que precisava ir e achamos que você tinha largado a gente aqui.

O Kadu falou, logo se dando conta do climão que tomava conta do ambiente. O Allan olhou para o Guto, que estava ao lado do Kadu e questionou:

– Guto, o que você ta fazendo aqui? Ta com o Kadu?

– Não. Eu to com o Biel. Na verdade, nós viemos os três juntos.

– Hum.

O Allan respondeu, fechado a cara.

– Bom, vamos indo, pessoal? Olha, legal te ver Allan e você... qual é seu nome mesmo?

Eu perguntei pro amigo dele, devolvendo a cortesia na mesma moeda.

– Murilo.

-Ah, sim. Murilo. Se divirtam, mocinhos.

Eu disse, abrindo o carro e me enfiando dentro dele.

O Kadu e o Guto também entraram no veículo e partimos, deixando eles dois para trás. Depois, rimos nós três no carro, daquela situação toda, mas confesso que meu coração ainda estava disparado e a visão daqueles olhos azuis me causaram um efeito, do qual eu não podia controlar. Só não sabia até quando seria assim. Se por aquele momento ainda recente ou para todo sempre.