Acampamento de verão

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Certo dia, fui pegar o Allan na escola para que pudéssemos passar a tarde juntos. Chegamos no apê, almoçamos e deitamos no sofá para vermos um filme. Pode parecer algo simples, mas se tratando do Allan é algo quase impossível de se fazer. Ele não pára quieto e fala o tempo todo, o que faz com que assistir um simples filme seja uma luta.

Ele estava com a cabeça no meu peito e eu alisava seus cabelos enquanto olhávamos para a TV, até que ele falou:

– Ta sabendo que o Guto vai acampar com o Kadu?

– É, eu soube por alto.

Respondi, sem dar muita trela.

– Vamos também?

– Não, Allan. Nem tem nada a ver.

– E por que não? Eles sabem da gente, seria tão mais tranquilo. A gente quase não pode viajar e fazer programas diferentes. O Guto até me convidou e com ele meus pais deixam eu ir. Vamos?

Ele pediu, fazendo biquinho.

– Eu nem curto acampar...

– Mas pode ser divertido e vamos passar esse tempo juntos. Eu nunca acampei e queria muito que fosse com você.

– Ta, eu vou ver com o Kadu, ta? Se não tiver problemas, a gente vai.

Eu disse.

Ele ficou todo feliz, subindo em cima de mim e me cobrindo de beijos.

Naquele mesmo dia, quando o Kadu chegou em casa, resolvi bater um papo com ele sobre essa viagem.

– O Guto comentou com o Allan que vocês vão acampar no fim de semana e chamou ele pra ir. Não tem problema se a gente for?

– Claro que não, Biel. É só levar mais uma barraca e acho que pode ser até legal vocês irem porque ele se sentirá mais à vontade. Acho que ele ta grilado de ficar sozinho comigo. A gente pode chamar a Lê e irmos todos juntos. O que você acha?

– Se por você não tiver problema, acho que pode ser legal.

– Então já é.

Ele respondeu, sorrindo.

Sendo assim, chamamos a Leticia, que apesar de expor toda a sua aversão a insetos, topou ir, desde que levássemos um estoque de repelente. Fomos todos no meu carro, com o bagageiro abarrotado de coisas. O clima estava animado e todos pareciam empolgados com a aventura. Depois de mais ou menos 2 horas de viagem, chegamos até o local onde acamparíamos. Era próximo a uma cachoeira e a mata era fechada, mas um lugar muito bonito na encosta da serra.

Descarregamos o carro e começamos a montar as barracas, mas uma delas estava com defeito e nós só fomos nos dar conta disso na hora da montagem. O Kadu disse que não tinha problema, pois a outra barraca era grande e cabia nós cinco, um pouco apertados, mas iria caber sem problemas.

Montamos toda a estrutura da barraca e ainda colocamos uma mesa desmontável que levamos, arrumando tudo da melhor maneira possível. Ficamos jogando banco imobiliário até anoitecer e então acendemos o lampião, o fogareiro e ainda fizemos uma pequena fogueira para não passarmos muito frio.

A Leticia se encarregou de fazer uma macarronada, com a ajuda de um molho pronto e confesso que apesar do improviso, ficou bem gostoso. Depois, abrimos um vinho e ficamos conversando em volta da fogueira, contando várias histórias de terror e algumas engraçadas que aconteceram conosco. Obviamente, não ficamos em uma garrafa de vinho somente e apesar de controlar o que o Allan estava bebendo, eu mesmo perdi a noção e bebi um pouco demais.

Fomos todos dormir já bem tarde e nos acomodamos de qualquer jeito na barraca. Nos dispomos um do lado do outro, começando pela Leticia, depois por mim, o Allan, o Guto e então o Kadu. Não demorou muito para começarmos ouvir as primeiras ressonadas e até mesmo roncos, mostrando que todos estavam dormindo.

Ah... O amor. (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora