Olhei para James e notei que ele encarava o teto do quarto com um sorriso idiota no rosto enquanto eu tentava retirar os botões de sua camisa que agora estavam em meu cabelo.
- Isso foi... - ele assobia.
Foda, penso.
Literalmente foda.
Mas minha cabeça mal conseguia processar, apenas continuei deitada por alguns segundos refletindo sobre a minha nova citação favorita;
"Transei com ele, foi incrível! Acho que estou apaixonada!" - Você (não) é o amor da minha vida.
Em algum momento eu tomei coragem para me levantar da cama, desvencilhar do emaranhado de lençóis e caminhar na direção do banheiro enquanto procurava minhas roupas pelo quarto.
Olhei para o relógio de mesa em cima da escrivaninha e me assustei; já se passavam das duas da manhã!
James dormia tranquilamente embora estivesse roncando como um caminhão, o que provava, mais uma vez, que essa história de homem perfeito é conto para criança ouvir.
Francamente, eu deveria estar fazendo o mesmo, dormindo como um anjinho, mas meu estômago roncava e implorava por comida, pelo jantar que não tive.
Depois de vestida me dirigi à cozinha onde encontrei os pratos do jantar em cima da bancada, já frios e um tanto sem graça. Mas já faziam horas desde minha última refeição, qualquer coisa seria bem vinda.
Remexi nas panelas, analisei o conteúdo esquisito e me servi de um pouco do risoto frio.
Enquanto comia aproveitei para bancar a bisbilhoteira, olhando as fotos dos porta retratos, a pilha de processos no escritório...
James e eu não daríamos certo.
E não estou falando isso pelo fato dele roncar, afinal, tenho o sono pesado e poderia facilmente ser inserida em um show de rock e nem sequer acordar.
A questão é que, o que nós tinhamos era sexo.
Não havia motivos para romantizar a coisa, criar programas de casal, colocar uma escova de dentes a mais no pote e coisas do tipo.
Por fim, lavei os talheres e o pequeno prato, os colocando em um escorredor de louças metálico. Peguei minha bolsa e caminhei até a porta, pronta para ir embora. Contudo, parei no instante em que minhas mãos tocaram a fechadura.
Me senti estranha, como se estivesse fugindo de algo, o que não faria o menor sentido.
Voltei ao seu escritório, peguei uma folha de seu bloco de post-it amarelos e uma caneta. Pensei no risoto, que mesmo frio ainda estava delicioso e escrevi;
Gostei da comida! :)
Então li de novo e li o quanto podia ser considerado uma mensagem subliminar.
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Os três pilares da felicidade
ChickLitEsqueça tudo sobre almas gêmeas, sobre os tradicionais clichês hollywoodianos em que garotas exemplares se apaixonam por bad boys/chefes/o idiota do amigo meu irmão. Agora substitua tudo por uma garrafa de vinho, uma mulher recém solteira, e uma ant...