Capítulo 15 - "Podemos jogar a este jogo os dois, imbecil"

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- Ai, ai, ai – queixou-se Ross pela terceira vez naquela noite – Podes ter mais cuidado? Não posso ignorar sempre que me pressionas com tanta força.

- Bom, só se não fosses tão impaciente, teimoso e chato. Estás sempre a mexer-te tipo miúdo pequeno, se não fosse isso já tinha acabado – sussurrei de novo, a ira estava a apoderar-se de mim.

- Pequena, precisas de relaxar – sussurrou Ross num tom arrogante, com um sorriso nos seus lábios.

- Não me chames pequena, idiota – murmurei – Agora, fica quieto e não te mexas – voltei a passar toalhitas desinfetantes na sua pele.

Ele simplesmente se riu entre dentes, finalmente me ouviu e fez caso, já que manteve o seu corpo imóvel, sem se mover um centímetro.

Tratava-se de tempo. Quer dizer, uma coisa é ser impaciente, mas outra é ser odiosamente grosseiro e gozar com tudo.

Tudo começou quando o estúpido se pôs sobre a minha cama como se fosse dono de tudo, com as suas mãos atrás da cabeça enquanto olhava para a televisão com admiração.

Cruzei os braços contra o peito, apertando os lábios enquanto os meus olhos quase perfuravam a sua cabeça.

- Tira uma fotografia, vai durar mais pequena – Ross sorriu, os seus olhos ainda estavam no ecrã da televisão.

Eu, em troca, não achei piada e nem sequer sorri.

- És atrasado?

Finalmente os seus olhos saíram da televisão.

- O quê?

- Perguntei-te se és atrasado.

Ross fez um olhar confuso.

- Isso é uma pergunta com rasteira? – Inclinou a cabeça para um lado.

- Vou tomar isso como um sim – caminhei até ele, peguei no comando e desliguei a televisão.

- Hey! Eu estava a ver isso! – Fez um gesto com a mão até à televisão.

Encolhi os ombros.

- Minha casa, meu quarto, minha televisão, meu comando – sorri.

- E? Estou ferido. Deixa-me lá ver.

- Não tenho culpa de que te tenham apunhalado. Também não é culpa minha que sejas o “Danger” e tenhas um monte de inimigos.

- Prefiro os inimigos a longo prazo – disse Ross amargamente.

- E isso importa? – Pus o meu peso só numa perna e olhei-o com os meus olhos castanhos.

Ele deslizou os dedos pelo seu cabelo antes de sacudi-lo e olhar para mim de novo.

- És tão frustrante, sabias?

Comecei a rir. Nem sequer duvidei em manter-me quieta.

- Sou frustrante? – Apontei para mim mesma – Sou frustrante? – Repeti dando enfase no “sou”.

Os meus olhos abriram-se quando Ross assentiu com a cabeça.

- Acho que és a única rapariga para que estou a olhar – meteu as mãos nos bolsos.

- Se alguém é frustrante aqui, és tu! Deus, não te dás conta das coisas que fazes?

- O que faço? – Ele olhou para mim com um olhar que dizia “Continua, diz-me o que faço”.

- Bom, para começar, és bipolar – levantei o dedo indicador.

- Como diabos sou bipolar? – Rosnou.

Danger [Português/Adaptada]Onde histórias criam vida. Descubra agora