Capítulo 56 - "Mexe-te e eu disparo"

1.5K 58 3
                                    

Sara’s POV:

O meu estômago revirou-se de horror. Aquilo não podia estar a acontecer.

No momento em que Ross congelou ao meu lado, soube que algo se passava mas não esperava que a razão por trás disso fosse porque Luke estava ali.

De todos os dias que ele podia ter ido, tinha de ir naquele.

- Sara, querida, estás bem? – Era a minha mãe, mas por alguma razão apesar do quão perto ela estava, ela parecia estar longe.

Engoli em seco, vendo Luke a sorrir de forma namoradeira, ou na minha perspetiva, de forma nojenta à empregada antes de ela se rir, pousando a mão no seu ombro enquanto gesticulava com a outra em direção ao que eu presumir serem os seus lugares. 

Assim que eles se viraram para seguir a empregada, um amigo de Luke tamborilou-lhe o peito, apontando na direção de algo e imediatamente o olhar de Luke começou a virar-se na minha direção.

Virando a cabeça de repente, olhei para os meus pais e belisquei a mão do Ross para o chamar à atenção.

- Sara, estás bem? – Uma expressão preocupada dominou o rosto da minha mãe.

- Oh, hum… Sim, estou ótima – abanando a cabeça, tomei o gole da minha bebida. 

- Estás a tremer, querida – preocupação tingiu as suas palavras e foi quando olhei para baixo que reparei que estava.

- Sara… – Começou o meu pai, de sobrancelhas franzidas – Tens a certeza que estás bem?

Os olhos de Ross queimavam-me a cara, o olhar dele estava tão intenso que podia, possivelmente, fazer buracos na minha carne. Eu sabia que ele queria dizer algo mas se o fizesse, o seu disfarce iria cair e viraria tudo num inferno.

Lambendo os lábios, aclarei a garganta.

- Estou bem. Apenas pensei ter visto um bicho ou algo do género… – Tentei mudar de assunto.

- Um bicho? – Dennis olhou para mim, finalmente falando desde que tínhamos chegado.

- Sim. Um bicho – assim que vi o olhar de surpresa de Dennis, a culpa atacou-me – Desculpa, não foi com intenção – suspirando, levantei-me – Dão-me licença por um bocado por favor?

- Onde é que vais? – Perguntou o meu pai, apanhado de surpresa com tudo o que estava a acontecer.

- À casa de banho.

A minha mãe assentiu, gesticulando com as mãos para eu ir.

- Estaremos aqui quando voltares.

Dei-lhe um sorriso simpático, agradecendo-lhe, dando a Ross um olhar desesperado logo de seguida querendo dizer que estava nervosa e preocupada. 

Ele esperou que eu chegasse antes de me olhar com uma expressão solene. Encaixando a minha bochecha na palma da sua mão, acariciou-a gentilmente, os seus olhos penetravam os meus. Inclinando-se, pressionou os lábios contra a minha testa. 

- Vai ficar tudo bem – murmurou.

- Eu sei – sussurrei, dando-lhe um pequeno sorriso passando por ele em direção à casa de banho. Os olhos de Ross estavam sobre mim durante todo o caminho até lá. 

Puxando a maçaneta, entrei dentro do espaço, a porta fechou-se atrás de mim, fazendo-me saltar de susto com o som inesperado.

Amaldiçoando a minha vida ao extremo, forcei-me a relaxar. Dirigindo-me a um lavatório preso na parede, olhei para o meu reflexo no espelho.

Parecia que tinha visto um fantasma. As minhas bochechas estavam vermelhas, as palmas das minhas mãos suadas.

Lambendo os lábios, rodei a torneira, deixando a água fria correr antes de colocar as minhas mãos debaixo dela. Senti a minha pele arrepiar-se com o inesperado frio. Mordendo o interior da bochecha, levei as mãos molhadas à cara, pressionando-as contra as minhas bochechas, tentando livrar-me do rubor.

Passando-as de leve pelo pescoço, tirei um papel, e sequei-as.

Atirando-o no lixo, respirei fundo, olhando para a rapariga que me olhava de volta, uma rapariga que nem reconheci ser eu.

Como é que a minha vida mudou para o pior?

Porque é que Deus me odiava tanto?

Tudo o que eu queria era uma noite para ser feliz, uma noite para viver o momento e não ter de me preocupar com qualquer outra situação de fora. As coisas estava mesmo a começar a ficar bem para mim e para Ross e claro que alguma coisa tinha de se meter no meio disso.

Abanando a cabeça para me ver livre das lágrimas que desesperadamente queriam escorrer pelo meu rosto, decidi que seria melhor voltar para a mesa. Já parecia suspeita o suficiente. A última coisa que eu queria era dar-lhes outra razão para pensar que algo não estava bem comigo.

Abrindo a porta que conduzia ao exterior da casa de banho, virei-me, preparada para voltar para a mesa quando senti umas mãos agarrarem-me os braços, pregando-me violentamente contra a parede.

Soltei um guincho devido à dor repentina apesar de ter saído abafado por causa da mão que tapava a minha boca. Olhei para cima e vi Luke a cobrir-me.

O meu estômago revirou de medo mas tentei o meu melhor para o esconder como tinha feito antes numa situação parecida àquela. Assim que me acalmei o suficiente, ele tirou a mão da minha boca, dando-me espaço para falar. 

- Larga-me – falei severamente, tentando soltar-me dele.

- Não, baby – disse na mesma voz baixa e irritante que me deu arrepios.

- Luke há pessoas por todo o lado. Não vais a lado nenhum com isto, agora tira essas tuas mãos nojentas de cima de mim – cuspi, a raiva estava a levar o melhor de mim.

- Oh, continuas decidida como da última vez que te vi – sorriu – Não acho que queiras uma repetição do que aconteceu da última vez que foste grosseira comigo – permaneci em silêncio enquanto os seus olhos fixavam os meus.

Retorci-me, querendo ir embora. Se Ross nos visse, ele passava-se e eu não podia ver este jantar tornar-se pior.

As coisas estavam finalmente bem para nós.

- Sugiro que pares de te mexer a não ser que queiras que eu torça esse teu pescoço – disse irritado.

- Larga-me ou juro por Deus que vou gritar – avisei-o, tentando soar ameaçadora mas tudo o que fiz foi deixá-lo mais lívido.

- Faz isso e eu rebento-te os miolos – sussurrou, com os seus dedos cravados nos meus ombros.

Congelei, não querendo levar o meu azar mais longe.

- O que é que queres?

Ele riu-se, inclinando a cabeça ao lado da minha orelha, roçando os lábios contra a mesma.

- Quero-te a ti. 

Ross’ POV:

Já tinham passado dez minutos desde que a Sara saiu da mesa e eu estava a começar a ficar preocupado. Eu sei que as raparigas demoram uma eternidade na casa de banho mas com o Luke na mesma área, eu não podia evitar pensar no pior.

- Espero que ela esteja bem – Melissa murmurou para o seu marido, preocupação entrelaçava as suas palavras. 

- Tenho a certeza de que ela está bem Melissa, não te preocupes – apesar de Paul, o pai de Sara, tentar dar uma de calmo, podia ver-se que ele estava tão nervoso como a sua esposa.

- Ross, por ventura sabe o que se passou com ela? – Paul virou-se para mim, o seu rosto estava livre de quaisquer emoções exceto apreensão sob a sua filha. 

Abanei a cabeça, levantando-me.

- Não, mas vou ver o que está a fazê-la demorar tanto.

Ele ergueu a sobrancelha, cruzando os braços contra o peito.

- Suponho que não vai entrar na casa de banho? 

Forcei um leve riso.

- Não, só vou bater à porta do lado de fora.

Assentindo, ele afastou-se de mim, tentando não se preocupar com o que estava a acontecer.

- Porque é que eu não vou ver se ela está bem? – Melissa levantou-se e imediatamente algo dentro de mim disse-me para não a deixar ir.

- Não! – Falei mais alto do que tencionava fazendo-os olhar para mim, surpreendidos. – Quer dizer, não quer que ela pense que não confia nela. Eu vou – forçando um sorriso, dirigi-me à casa de banho antes que algum deles pudesse protestar.

Sorrindo a todos os que passavam, virei a esquina, lendo um letreiro que dizia onde se localizavam as casas de banho. Passando a casa de banho dos homens, parei de súbito ao ver o que estava à minha frente.

Luke tinha pregado a Sara à parede e tinha a cara perigosamente perto da dela. 

Raiva pulsou pelas minhas veias e o meu maxilar cerrou. Dirigindo-me até eles, agarrei no Luke pela parte de trás da camisola, afastando-o dela.

- Onde é que pensas que vais?

Raiva passou-lhe pelos olhos, os seus ombros recuaram como um animal pronto para atacar a sua presa.

Se aquele filho da mãe queria lutar, eu estava pronto para isso. Eu iria matar o filho da puta e tê-lo a implorar-me para parar.

Agarrando no pulso de Sara, puxei-a para trás de mim, pronto para a proteger de todas as maneiras possíveis, tal como tinha prometido.

- Podes esconder a tua miúda tanto quanto quiseres Lynch, isso não me vai impedir de te matar a ti e a essa puta – Luke sabia o que dizer para me deixar irritado.

- Refere-te a ela com esse termo outra vez e eu mato-te. 

- Oh – fingiu um arrepio, revirando os olhos de forma dramática, mostrando que não se importava minimamente. 

Mal sabia ele que eu conhecia os seus truques e que não ia deixá-lo atingir-me. Não agora, quando a minha relação com a Sara estava bem. 

- És um conas Delgado – cuspi severamente, enojado – Só um amador como tu iria tentar fazer-se de durão e armar confusão num sítio público. Qualquer pessoa digna de respeito saberia que uma luta, é suposto ser lá fora num espaço aberto e não onde pode ser facilmente impedida. 

- Não Lynch, é tudo uma questão de técnica. Eu sei como jogar o meu jogo melhor do que tu pensas – sorriu como se me tivesse afetado.

Ri-me.

- És patético se pensas que vais ganhar-me. Já te disse uma vez Luke, eu fico sempre em primeiro e nada do que tu digas ou faças pode mudar isso.

- É por isso que ainda estou aqui não é? – Abriu os braços, fazendo um ângulo de 360 graus.

- A única razão para ainda estares a respirar hoje é porque eu controlei-me o suficiente para evitar magoar ainda mais a minha miúda. Ao contrário de ti, Delgado, eu tenho respeito pelas raparigas – senti-me a ficar quente com a ansiedade de o querer matar. 

Sara ao reparar no meu estado colocou a mão no meu ombro, pressionando os lábios contra a minha orelha.

- Não faças isto aqui – sussurrou e eu sabia que ela tinha razão.

Assentindo, baixei a guarda, relaxando o suficiente para pôr as ideias em ordem.

- Não tenho tempo para as tuas merdas. Sugiro que bazes agora ou vais-te arrepender mais tarde.

- Estás a ir embora? – Luke abanou a cabeça – E chamas-me conas a mim – disse com sarcasmo.

- Algo que nunca conseguirias ter – cuspi, puxando a Sara comigo à medida que saíamos do corredor onde estavam as casas de banho, dirigindo-nos para a mesa onde a família de Sara esperava pacientemente. 

Assim que estávamos prestes a chegar, a mão de Sara desprendeu-se da minha e virei a cabeça de relance vendo Luke com o braço à volta do pescoço dela, agarrando-a contra o seu peito, e com a outra mão a segurar uma arma encostada à cintura de Sara. 

Sara tentou respirar, lágrimas formaram-se nos seus olhos enquanto olhava para mim com horror. 

- Mexe-te e eu disparo – cuspiu Luke, apertando a Sara com mais força. 

Toda a gente inspirou, com os olhos arregalados em choque com o que tinha acabado de acontecer enquanto Paul e Melissa se levantaram, alarmados.

O meu estômago revirou-se e coloquei a mão debaixo da camisola tirando a arma. Segurei-a na minha frente, apontando na direção de Luke.

- Deixa-a ir, Luke.

- Sugiro que toda a gente fique longe dos telemóveis se querem viver! – Rosnou fazendo toda a gente à nossa volta sobressaltar-se, impedindo qualquer oportunidade de fazerem uma chamada a pedir ajuda antes de se virar para mim – Baixa a arma, Lynch.

- Tu primeiro, Delgado – retorqui. A minha respiração estava alterada, as minhas mãos suadas.

- Não – sorriu de triunfo doentio, a ponta da arma percorria a lateral da Sara fazendo o meu sangue ferver. 

- Não vais sair daqui com vida se não a deixares ir! – Rosnei, agarrando com firmeza na arma, pronto para disparar se fosse necessário. 

- Vou arriscar – contestou, olhando para mim, os nossos olhares estavam presos um no outro.

- Ela não tem nada a ver contigo – sibilei, desesperado para que a soltasse.

- Mas ela tem algo a ver contigo e o que é melhor do que matar-te? – Sorriu de forma doentia – Matar a única coisa que resta de precioso para ti.

- Toca-lhe e eu parto-te ao meio, membro a membro – avisei-o.

- As tuas ameaças não me dizem nada.

- Deviam – cuspi – Não me chamam Danger por nada. Eu mato-te e faço com que pareça um acidente. Eu acabo contigo, percebeste? Vou ter-te a implorar por piedade – todas as emoções foram pela janela e a escuridão apoderou-se, emergindo o monstro dentro de mim. 

- Ross… – Murmurou Sara com lágrimas já a escorrer-lhe pelo rosto borrando-lhe o rímel, expressando o seu medo.

- Cala-te! – Gritou Luke, puxando a Sara, enterrando a arma nela fazendo-a gritar de dor.

Dei um passo em frente, pronto para atacar.

- Mexe-te mais uma vez e eu rebento-lhe os miolos, Lynch! – Gritou, a sua cara estava vermelha de fúria.

- Tu não sabes onde é que te estás a meter – abanei a cabeça, rindo sem humor – Se pensas que depois disto eu não vou atrás de ti, vais ter uma surpresa. Força, mata-a e vais ver o que vou fazer contigo depois – agoirei. 

- Sabes o que é que aprendi sobre ti, Lynch? – Luke não esperou pela minha reposta antes de continuar – És só conversa, mas falta-te ação.

- Estás a dizer que dar-te uma sova até não conseguires respirar é falta de ação? Então estás mais iludido do que eu pensava. Tira a cabeça do rabo e percebe que não tens poder sobre mim.

- O que é que se está a passar? – Virei-me e vi Paul a olhar fixamente para nós com os olhos arregalados, completamente fora de si. 

- Sugiro que mantenha a boca fechada, se quer continuar a respirar! – Exclamou Luke.

- Não fales com ele dessa maneira. Isto é entre mim e entre ti – sibilei.

- O quê, Lynch? Estás a ficar sensível agora? – Sorriu, com divertimento no rosto.

- Não, chama-se resolver o problema em mãos e neste momento o problema és tu. Solta a Sara e vives. Toca-lhe e eu mato-te. A escolha é tua.

- Acho que vou arriscar – Luke sorriu, continuando a agarrar a Sara com força contra ele.

Puxando o cano da arma para trás, fazendo soar um pequeno clique, apontei com a arma na direção do coração de Luke.

- Solta-a.

Luke imitou as minhas ações, puxando o cano da arma para trás também.

- Não me parece.

- Vou-te dar cinco segundos, Delgado – Olhei para Sara, fixando os seus olhos borrados, transmitindo-lhe uma mensagem clara, rezando que ela estivesse a perceber o que eu estava a tentar dizer-lhe.

A única maneira de conseguir tirá-la daquela situação era se ela se soltasse e havia apenas uma única maneira de isso acontecer que não envolvesse eu espancá-lo.

- Cinco segundos vão passar demasiado depressa, Lynch. Não queres dizer adeus à tua miúda primeiro?

- Não vai ser preciso – atirei de volta, querendo que ele se calasse. Virando o olhar para Sara uma vez mais, franzi as sobrancelhas.

Mordendo o lábio, ela assentiu com a cabeça. 

- Pareces tão seguro de ti mesmo – Gracejou, achando aquilo tudo engraçado.

Vi Sara posicionar-se contra Luke, com a respiração ligeiramente alterada por causa dos nervos que a consumiam por dentro. Ela sabia que se estragasse tudo, já era. Havia demasiado em risco naquele momento, a vida dela e a de toda a gente.

- Talvez porque sou bem mais esperto do que tu pensas, Delgado – mexi-me, colocando os dedos à volta do gatilho.

- De onde estou parece-me que estás nervoso. Porque é que não paras de tentar agir como se mandasses agora?

- Eu vou sempre mandar nesta cidade, Delgado. E não há nada que possas fazer quanto a isso.

Luke encolheu os ombros, despreocupado. 

- Não depois de eu matar a tua namorada e rebentar-te os miolos.

Sorri.

- Adivinha.

Mesmo quando Luke estava prestes a responder, Sara levantou o pé e bateu com ele em Luke, enterrando o salto nele enquanto lhe dava com o cotovelo nas costelas fazendo-o dobrar-se de dor.

Avançando, agarrei na Sara, puxando-a e levando-a até aos pais antes de agarrar no pulso de Luke e bater com ele no meu joelho, fazendo-o largar a arma. Afastando-a do seu alcance, puxei-o para cima.

Os pais de Sara puxaram-na para um abraço, murmurando todo o tipo de questões.

Agarrando nos ombros de Luke, enfiei o meu joelho na barriga dele duas vezes antes de o soquear uma vez mais, desta vez no nariz. Ouviu-se um estalido significando que estava partido.

Segurando na minha arma, coloquei-a ao lado da cabeça dele.

- De que maneira preferes ter a arma apontada à tua cabeça? – Sibilei com nojo, querendo nada mais do que rebentar-lhe os miolos.

- Ross, não! – Sara bradou desesperadamente, sabendo que eu não hesitaria em matá-lo.

Abanando a cabeça, praguejei para mim mesmo. Eu sabia que não podia matar o bastardo em frente de toda a gente especialmente na frente dos pais de Sara. Agarrando no seu pescoço, filtrei os meus dedos na pele dele antes de bater com ele numa mesa próxima. Inclinando-me para que a minha cara ficasse ao nível da dele, rosnei baixo. 

- Se alguma vez armares uma cena destas outra vez, eu mato-te. Estás a perceber?

Ele não respondeu, então apertei o pescoço dele com mais força.

- Estás a perceber?

Ele não disse nada. Em vez disso, ele arranhou-me a mão, querendo que eu o soltasse.

- Deixa-o ir, Ross! Não faças isto aqui, por favor! – A voz de Sara fez-se ouvir mas eu ignorei-a, virando a minha atenção para Luke. Coloquei a boca perto do ouvido dele certificando-me de que o que eu ia dizer ia ser ouvido apenas por ele e por mais ninguém.

- Isto não acabou, Delgado. Estás a ouvir? Eu vou certificar-me de te fazer arrepender de teres começado uma guerra comigo. Vou fazer com que experiencies a morte mais dolorosa. Vou ter-te a lamentar pela tua vida, implorando por piedade e perdão. Se tu pensavas que eu ia deixar passar o que tu fizeste com a Sara, vais ter uma surpresa. Isto foi a última gota. Depois desta noite, é melhor começares a contar as coisas boas que tens, porque não vais estar cá para contar a história quando eu acabar contigo – afastei-me dele.

Sara correu para mim, agarrando no meu braço e abraçando-me com força.

- A polícia está a chegar! – Gritou alguém – Por favor mantenham-se calmos, vai tudo ficar bem! – Um homem de fato entrou, com os braços erguidos gesticulando em direção a todos nós.

Soltei uma respiração profunda, fechando os olhos com força, esperando que quando eles se abrissem, aquilo fosse tudo um sonho mas para meu desgosto, quando os abri, estava tudo no sítio.

Sara tinha a cabeça enterrada no meu peito, os pais de Sara tinham uma expressão de descrença no rosto e Dennis estava apavorado com tudo o que tinha acontecido.

A minha vida não podia piorar naquele momento.

Danger [Português/Adaptada]Onde histórias criam vida. Descubra agora