Capítulo 25- Cinzas

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Alexis virou a cabeça lentamente para trás para identificar a dona da voz. Por mais que já fizesse ideia de quem poderia ser, ainda tinha a esperança de estar errado.
E estava, mas errado em achar que estava errado.
Micaelle estava sentada em uma cadeira, junto a mesa de escrivaninha próxima a uma das janelas. A luz pálida do luar realçava a sua bela face que no momento estava furiosa, um de seus braços estava levantado e segurava todas as folhas.
Alexis abriu sua boca, porém dela não saiu som algum de tão estupefato que estava com a situação, Micaelle percebendo isso retornou a falar:
__ Acho que agora pode entregar isso pessoalmente a seus pais, afinal de contas você sobreviveu, não foi?
"Por enquanto sim"; pensou ele que, por sua vez, se levantou e foi até ela:
__ Olha, eu... ia contar a vocês
__ Ah, é? Ia mesmo?
__ Ia, mas...
__ Mas...?
__ É, bom... é... é...
__ É... o quê? O gato comeu sua língua? Ou o Fenrir?!
__ É... difícil de explicar
__ Tenta, afinal de contas você é professor, e de história ainda, devia saber contar um fato como ninguém
__ Bom, ok, eu... e-eu não sei por onde começar
__ Que tal pelo começo, professor?
__ É, boa sugestão, bom, eu... sou o filho dos aventureiros sim, mas... isso não significa nenhum risco pra vocês, ok?__ "Pelo menos até onde eu sei"
__ E por que eu pensaria isso?
"É, Alexis, por que que ela pensaria isso?"
__ Bom, eu não sei...
__ Escuta, esse não é o problema aqui, é até legal ser filho de um caçador de tesouros, a questão aqui não é quem são seus pais. Caso não se recorde, não faz muito tempo que o sr.riquinho__ e apontou para Marcelo:__ ,filho de magnatas, teve de colocar a mão na massa aqui, ele até removeu um corpo. O problema é__ e apontou para Alexis__ você não ter contado.__ e abaixou o dedo:__ Por que Alexis? Por que não nos contou? Se você teve tanta preocupação em esconder isso, como posso crer que isso não vai representar ameaça alguma a eles e a mim?
Micaelle tinha razão, quantos segredos que ele não sabia sobre seus pais? Quantas coisas poderiam estar ocultas sobre eles que poderiam ser comprometedoras? Com certeza nessa caça ao tesouro eles podem ter arrumado muitos inimigos, podem ter se envolvido com uma série de pessoas diferentes e terem feito qualquer tipo de coisa. Aquilo era o ruim do desconhecido, você pode esperar qualquer coisa dele e seus pais ainda eram estranhos a ele e o fato de seu tio, um detetive policial, não falar sobre eles apenas reforçava a ideia da ameaça que os seus pais poderiam representar, mas ele não podia partilhar essas coisas a ela, no momento ele tinha de convencê-la a ficar de boca calada.
"Ok, Alexis, ela quer uma explicação..."; óbvio que ele não podia contar toda a verdade, mas também era péssimo em mentir, foi então que teve uma ideia, uma ideia que naquele momento considerou brilhante! Resolveu optar por um meio-termo entre a verdade e a mentira.
__ Bom, Sr.Coleman me escolheu pra caçar esse tesouro junto com vocês
__ Então ele sabia?!
__ Shiii!__ disse Alexis com o dedo na boca para que fizesse silêncio. Tony remexeu-se no saco de dormir, gemeu e disse:
__ O tesouro é de Odin... a lança não erra... lança no baú __ mas estava apenas falando dormindo.
Alexis respirou aliviado.
__ Ele sabia ou não?__ insistiu Micaelle
__ E... e... era esse o meu medo, vocês descobrirem isso e pensarem que ele me escolheu por conta disso. Meus pais estudaram em Relic também, logo se você ligar os fatos... não vai ser de surpreender, né? Mas não foi por isso que ele me escolheu...__ "claro, com certeza ela vai acreditar nisso..."; pensou, sarcástico.
__ E como tem tanta certeza?
"Eu não disse?"; no entanto ela tinha razão, mal conhecia Sr.Coleman direito e só o fato do mapa ter caído em suas mãos já era um mistério, pois nada do que ele lhe disse explicava o fato do mapa ter parado em suas mãos, o que tornava sua palavra um pouco duvidosa, nada confiável ou apenas "meio-verdadeira".
__ Boa, eu... não tenho tanta certeza assim... porém se realmente ele se importasse de quem somos filhos ele realmente iria trazer o Marcelo?
__ Como assim?
__ É como você já disse, Marcelo é rico e filho de magnatas, se ele morrer a coisa ficaria feia pro lado do Sr.Coleman.
__ Faz sentido, mas no seu caso é diferente
__ Já disse que eu não tenho tanta certeza assim, pode ser que ele tenha visto algum potencial em mim de fato, como ele disse lá na diretoria
__ Claro, porque foi muito sábio esconder uma coisa dessas
__ Viu? Por isso que eu não disse, se você já tá pensando mal de mim depois de descobrir isso, imagine o Marcelo que só quer um pé pra acabar comigo! Ele já não gostava de mim antes e depois daquele incidente com a foice...
__ Não é por isso que você errou, foi...
__ Por eu não ter contado, já sei, já sei disso, mas__ e apontou a Marcelo:__ Será que ele entenderia?
__ Então você escondeu por conta dele?
__ Não, por conta do que ele seria capaz de fazer se descobrisse, ele iria colocar todos vocês contra mim, imagine só, por algum motivo aquele terremoto aconteceu por minha causa, porque algo ou alguém queria me dar essa espada aqui,__ e tocou no punho da sua arma__ se ele soubesse de quem eu sou filho essa seria a pólvora que faltava pra ele explodir de teorias contra mim, ia dizer que meus pais eram bruxos, que eu faço parte de uma organização secreta junto com eles, que eu tô levando vocês a uma armadilha...
__ Já que tocou no assunto dos seus pais, quem foram ou quem são eles? Aquele mapa por algum motivo caiu nas mãos do Sr.Coleman e por alguma razão alguma "entidade" queria que você também fosse caçar o tesouro, então eu tenho que defender o Marcelo nessa porque até eu, considerando todos esses fatos, estou criando uma série de teorias malucas por aqui. Como o mapa que seus pais usaram pra caçar esse tesouro foi parar nas mãos do Sr.Coleman? Já sabemos que eles não conseguiram porque senão o diretor não nos mandaria pra cá, que ligação eles tem com ele? E se eles e Coleman estão ligados, como devo acreditar que o diretor não tem envolvimento algum com você antes dessa viagem, um envolvimento que vai muito além da escola?
Micaelle fazia muitas perguntas e todas elas eram muito relevantes. Alexis não havia parado para pensar em muitas delas, como o mapa foi parar nas mãos dele era um boa pergunta, será que aquela mesma proposta que foi feita ao quarteto também foi feita a Alexander e Maria? No fim das contas, quem teve o mapa em mãos primeiro, a dupla de aventureiros ou Coleman? Naquele momento essa pergunta era tão difícil e misteriosa quanto aquela do ovo e da galinha.
O quanto Sr.Coleman havia escondido dele? Ele não sabia, só sabia que caso contasse toda a verdade a ela estaria mais arruinado do que já estava. A confiança que Micaelle talvez ainda tinha nele poderia não existir mais e ao invés de Marcelo seria ela que colocaria todos contra ele.
__ Eu... eu não tenho pais
__ O quê?! Como isso é possível?
__ É, eles morreram e eu não sei como, aliás eu não sei quase nada sobre eles. Eu fui criado pelo meu tio, é uma ótima pessoa, não é perfeito, mas é um homem bom.
__ Isso não responde a minha pergunta.
__ Deixa eu terminar. Apesar disso, isso não me impediu de ser um dos professores mais novos da escola e meu tio me ajudou muito a lidar com a ausência deles e a desenvolver gosto por estudar, mesmo assim por algum motivo ele evita falar sobre eles. Sabe por que eu escolhi Relic pra ensinar? Não foi porque eu tinha alguma espécie de envolvimento com diretor, mas porque meus pais estudaram lá, por isso que eu estou lá, pra encontrar respostas. Esse foi um dos motivos que resolvi seguir essa trilha, pra descobrir mais deles, da trajetória deles, saber finalmente o quê que o meu tio quer tanto esconder e saber mais...__ e interrompeu-se para sentar-se no chão e recostar na parede das janelas__ mais sobre mim, sabe aquele incidente da foice? Pode ter sido a primeira vez que vocês podem ter visto algo assim, mas não é a minha. Eu sempre vi seres sobrenaturais, em toda minha infância. Bom, eu tentei mostrar isso para as pessoas ao meu redor, mas ninguém acreditava, todos me achavam ingênuo e que tudo era imaginação, mas você sabe que não, sabe que não sou doido porque você viu o mesmo que eu naquela fortaleza
Micaelle sentou-se ao lado dele e disse:
__ Alguns desses... seres que viu tem... alguma relação com aquele incidente?
Alexis anuiu com a cabeça.
__ Então quem é?__ indagou ela
__ Mesmo se eu soubesse, você não iria acreditar
__ Você acabou de dizer que tinha uma ideia, por que não contou isso a gente antes?
__ Já disse! Porque não iriam acreditar, só eu vejo esse ser, vocês não
__ Então como posso saber se ele é real ou não? Ou que pode estar mentindo? Sabe, tudo isso não explica o fato de você saber que os seus pais estiveram aqui
__ Lembra que eu disse que estou em Relic pra saber mais sobre eles? Pois é, eu tenho o diário que meu pai, o Alex, escreveu.
Ela arregalou os olhos de surpresa, Sr.Coleman havia dado a entender que o diário estava perdido.
__ Está me dizendo que o diretor mentiu?
"Sim, mas não sobre isso"
__ Não, faltava folhas no diário mesmo e ele pode ter escrito mais de um
__ Mas como o diário foi parar na sua mão?
__ Eu também gostaria de saber como foi parar nas mãos do meu tio__ "foi mal te envolver desse jeito, tio"
__ Nossa... eu... eu... você está falando sério mesmo?
__ Depois de tudo o que aconteceu hoje, acha mesmo que mentiria?
__ Depois de hoje eu não duvido de mais nada, me prova que não tá mentindo
__ Pode perguntar pra todo mundo da escola se meus pais estudaram lá que vão confirmar
__ Se você estiver certo, essa droga de diário podia ser útil pra gente, o que mais você esconde?
__ Tá, eu menti! Eu não tô com o diário!
__ Eu sabia! Se não, você saberia mais deles e não quase nada como você falou, eu quero a verdade Alexis!
Alexis demorou a responder, ele realmente não sabia mentir.
__ Tá bom...__ deu uma leve olhada nas folhas e isso o deu uma ideia__ sabe as folhas que eu te dei? Pois é! É uma das poucas coisas que eu tenho deles, depois da proposta do Sr. Coleman foi só juntar as peças
__ Então você e Sr. Coleman não tinham envolvimento algum?
__ Não
Um longo silêncio se fez, Micaelle estava absorvendo cada palavra enquanto Alexis torcia para que ela acreditasse em cada uma delas.
__ É, parece que tem gente que não se deve confiar__ e suspirou de decepção
__ Mica...
__ Não precisa falar nada, eu já entendi.
Alexis engoliu a saliva.
__ Sr. Coleman escondeu coisas de nós sem motivo algum
"E eu também escondi"
__ E eu também escondi
__ Mas você teve motivos
__ É, mas foram motivos egoístas. Eu só pensei em mim e quase pus em risco a vida de vocês__ disse cabisbaixo
__ É verdade, mas isso não significa que eu não entenda você
__ Como assim?
__ Bom, o meu pai também morreu
__ Sinto muito...
__ Obrigado, no fim só sobrou minha mãe e eu. E sabe o que é pior? Eu testemunhei a morte dele
__ O quê?!
__ Foi... isso mesmo que você ouviu
__ Nossa... e como ele morreu?
__ Assassinado__ disse ela lacrimejando
__ E já prenderam o assassino?
__ Não, e é isso que me deixa com raiva, sabe quando me disse sobre você vê seres sobrenaturais e que as pessoas não acreditam em você quando tenta mostrar isso? Pois é, o assassino não é uma pessoa comum.
__ Então o que ele é?
__ Um monstro, uma espécie de lobo misturado com homem...
__ Um lobisomem
__ Acho que sim, meu pai me ensinou a caçar quando era criança, ele dizia que isso podia servir pra algo, caso as coisas da cidade grande não pudessem atender minhas necessidades,__ ela sorriu ao recordar-se daquelas lembranças__ era bicho do mato, só não escolheu viver numa fazenda isolada do mundo por causa da mamãe
__ Pelo visto sua mãe tava um pouco certa em relação a cidade, olha onde estamos__ gracejou Alexis
__ E não é que é verdade?__ e riu.
Micaelle fez uma pequena pausa e continuou:
__ A gente costumava caçar pela floresta da Rosa dos Ventos e ele me ensinou a usar arco-e-flecha. Era bem divertido caçar com ele, minha mãe ficava bem furiosa ás vezes quando a gente passava tempo demais por lá, mas o que podíamos fazer? Lá era tão bom, cheio de riquezas, tão calmo, tão sereno. E a gente não ficava só caçando, meu pai tinha um limite de animais pra caçar porque ele só gostava de tirar o necessário pra nós e porque a natureza era nossa provedora e por isso não podíamos abusar dela.
Alexis escutava-a atentamente, fascinado com a sua história com o pai e de certa forma com inveja. Apesar de seu tio o criar, ainda sentia um vazio no peito, um vazio que uma perda havia deixado, seu pais foram tirados de sua vida e ele sequer tivera a oportunidade de conhece-los, conhecer aqueles que lhes geraram, o quanto havia perdido? Quantas lições com eles poderia ter aprendido? Micaelle tinha uma mãe e mesmo perdendo um pai, ainda o conhecera, como gostaria de ter tido essa chance. Ás vezes costumava fazer uma série de perguntas a si próprio sobre seus pais, perguntas como: "Como viveram? Será que eles gostavam de tal fruta? Será que gostavam de Relic? Será que sempre moraram na cidade em que nasceram?"
__ Certo dia, como de costume resolvemos caçar, só que extrapolamos bastante o horário. Foi quando "ele" apareceu, justamente quando estávamos voltando para casa e saindo da floresta. Ele apareceu bem na nossa frente e sem pestanejar a gente atirou nele, mas ele se embrenhou em meio as folhagens. Meu pai e eu ficamos colados um no outro, um em cada direção posicionados para atirar ao menor sinal de ataque. Aquele não era qualquer monstro, era um "peixe grande", do tamanho de um urso, porém mais ágil, com dentes tão afiados quanto canivete e com garras afiadas feito tesoura e negro que nem a noite.
Atiramos nele, mas ele conseguiu driblar todos os nossos tiros, até que veio até mim. Mal sabia eu que ele demorou em nos atacar e ficou fugindo porque estava procurando uma fraqueza pra finalmente dar o bote, e encontrou, eu era a fraqueza.
Meu pai percebeu antes de mim a presença dele, me pegou pelo braço e me empurrou pro lado bem forte e ele foi atacado no meu lado, depois... de-depois... ele lutou com a fera com todas as forças e gritou pra que eu fugisse, mas eu não podia deixar ele, não podia deixar ele morrer e eu coloquei mais uma flecha no meu arco, eu estava disposta a dar fim de vez naquele bicho, mas eu não conseguia. Minhas mãos tremiam e por isso não conseguia sacar a flecha direito e então... ele veio até mim, meu pai estava bastante ferido, eu fiquei sem reação... fiquei... paralisada, não conseguia correr ou mesmo me mexer...
Eu ia morrer... se o meu pai não tivesse montado nas costas do lobisomem e o estrangulado, ele gritou pra eu fugir e foi justamente o que fiz, correndo mais rápido que podia, e conseguir chegar em casa sã e salva.__ e com lágrimas escorrendo do rosto disse:__ Abracei minha mãe feito uma garotinha covarde, a garotinha covarde que eu era, eu podia ter salvado meu pai naquele dia, mas o medo me impediu, como eu sou estúpida! Do que eu tinha medo? Já tinha caçado tantas vezes, aquela... coisa deveria ser um monstro qualquer pra mim, desculpa, eu não queria que me visse desse jeito,__ e enxugou as lágrimas__ mas agora você já sabe que eu não ia te achar louco se me contasse sobre quem podia ser aquele tal ser da foice voadora
__ Micaelle, você não é covarde
__ Sou sim, se eu não fosse meu pai estaria vivo agora
__ Você não pode dizer isso
__ Nem você
__ Tem razão, mas eu posso te dizer que não é covarde, e sabe por quê? Você salvou a nossa vida praticamente sozinha, eu não sei o que você passou até chegar a aldeia, mas tenho certeza que não foi nem um pouco fácil e que teve que enfrentar muitas coisas e encarou a morte um monte de vezes.
__ Eu não fiz sozinha, eu tive a ajuda do...
__ Sim, mas nós e o Flick quase não levantamos um dedo, sabe se lá o que quanto você teve de lutar pra só conseguir chegar até a aldeia e ainda por cima driblou a atenção de toda uma aldeia e bateu de frente com todos aqueles sacerdotes! E agora eu te pergunto: o que é um lobisomem perto de tudo isso que você teve de enfrentar?
Silêncio.
Micaelle refletiu nas palavras de Alexis por longos instantes. Recordando-se de toda a jornada que teve de passar para resgatar o trio.
__ Acho que você tem razão,__ finalmente falou:__ acho que... eu cobro demais de mim mesma, valeu__ e deu-lhe um meigo sorriso:__ sabe, eu nunca tinha contado essa história a ninguém. Eu estou me sentindo até um pouco melhor, sabe, parece que guardar isso me fez mais mal do que bem
__ Eu te entendo
__ Mas isso não tira sua culpa
__ Eu sei__ e suspirou longamente. Entenderia se Micaelle fosse contar, considerando tudo o que havia passado, ter de conviver no mesmo espaço que uma pessoa que não pudesse confiar seria mais um "lobo" difícil demais para ser suportado.
__ Eu não vou contar
__ O quê?!
__ É, foi o que você ouviu, não vou contar. Apesar de ter errado e errado muito feio, eu nunca me senti tão a vontade pra contar sobre isso a alguém, eu me identifiquei com você. Acho que no seu lugar faria o mesmo e também até hoje eu quero respostas sobre essa criatura que matou e eu não vou descansar enquanto encontrar ela. Nossa cidade carrega muitos segredos, mais do que a gente imagina, aquele lobo não era normal e não estava lá a toa
__ É verdade. Até pouco tempo nossa escola não passava de uma escola, agora é um edifício enorme com uma fortaleza de armas antigas escondida, é quase a mansão Wayne
__ Pois é. Então que tal assim? Eu guardo o seu segredo e você guarda o meu
__ Fechado, um segredo em troca de outro
__ Promessa de dedinho?__ disse fechando o punho, deixando apenas o mindinho levantado
__ Promessa de dedinho__ fez o mesmo gesto e seus mindinhos se tocaram.
Após a aliança Micaelle disse:
__ Então, o que a gente faz agora?
__ Dormir, eu acho
__ Eu não tô com sono
__ Nem eu. Que tal... a gente explorar esse castelo um pouco e no caminho você me conta como foi sua jornada épica de resgate?
__ Sem mais segredos?
__ Sem mais segredos
__ Ok, então vamos, mas antes temos de pegar as lanternas.

A trilha- O tesouro de Nicolau VIIOnde histórias criam vida. Descubra agora