Eu fecho os olhos enquanto respiro fundo, eu posso sentir a morte vindo, mas não quero morrer, não posso deixar que as coisas terminem desse jeito, passam alguns instantes desse jeito que para mim parecem séculos de angústia e medo, de repente, escuto a voz grossa e firme se liberar atrás de mim, assim que ela ecoa, os camponeses, que antes gritavam contra as ações do rei, apenas se calaram e ouviram.
- Parem! - Stephen grita e guarda a sua espada - Levem-na para a frente do castelo, eu quero que todos possam enxergar de perto a morte da sua princesa perdida, assim como viram o ex rei e rainha serem mortos também.
Os soldados que estavam a postos, se aproximam todos de mim, para que possam me levar para o andar de baixo, mas, mais uma vez, rei Stephen se pronuncia.
- Deixem que eu a levo, não abaixem a guarda soldados!
O Rei se aproxima mais de mim, quando chegou á minha frente, ele parou, eu olhava dentro de seus olhos, sem medo, mas sim cheia de fúria, eu nunca temi ele, e não vai ser agora que temerei. Meu coração agora estava um pouco mais calmo, mas sabia que precisava fazer alguma coisa, e rápido.
O Rei Stephen levanta a mão e aproxima-a de meu rosto, quando menos espero, sua mão encosta em meus cabelos e segura-os firmemente. Ele começa a andar, sendo seguido pelos guardas, por André e Diane, enquanto eu era arrastada pelos cabelos. Um grito de dor sai da minha boca, eu sentia como se o meu couro cabeludo estivesse sendo arrancado de minha cabeça.
Nós somos seguidos pelos outros guardas, André e Diane, todos nós caminhamos e chegamos no andar térreo, enquanto eu era arrastada, sentindo uma dor enorme, pensava em alguma forma de me livrar de tudo isso, tem que ter outro jeito, as coisas não podem acabar desse jeito, não foi pra isso que meus pais lutaram tanto, essa história tem que ter um final feliz.
Eu penso, penso e penso, enquanto olhos meus braços e pernas, todo o meu corpo, sendo arrastado pelo chão enquanto eu já podia sentir o gosto salgado das lágrimas, eu olho para as minhas mão mais uma vez, sujas de decepção, mas depois que eu olho para elas, uma súbita ideia brota em minha cabeça, sinto meu coração bater forte e a adrenalina passando pelas minhas veias.
Eu estou sendo arrastada pelo meu cabelo, mas meus braços e pernas ainda estão livres, então eu passo a mão por meu vestido e discretamente seguro o pedaço do espelho quebrado, tão afiado que quase corta a minha mão, é ai que eu levo o pedaço até meus cabelos, e sem pensar duas vezes, corto o meu cabelo com o caco do espelho, fazendo com que eu fique livre e apenas um tufo do meu cabelo esteja nas mãos do rei Stephen.
Imediatamente ele percebe e se vira para pegar a sua espada, mas eu sou mais rápida e pego sua espada antes dele, apontando a espada para o seu rosto, ao mesmo tempo, quando os guardas a minha volta percebem o ocorrido, eles sacam suas espadas e me cercam, apontando suas espadas para mim, naquele momento, eu não me importaria de matar o Rei agora mesmo que isso significasse a minha morte.
Antes que qualquer um de nós pudéssemos tomar alguma atitude, a porta de entrada do castelo é aberta com um estrondo e dezenas de camponeses invadem o salão, alguns com tochas, outros com pedaços de pau, mas todos armados de alguma forma, eu ouço um deles gritar.
- Eles estão ali! Vamos ajuda-la!
Todos os cidadãos correm em nossa direção e começam a atacar os soldados e todos os que estavam contra mim, eu começo a procurar pelo Rei Stephen e seu filho em meio as pessoas e descubro, pelo canto do olho, a figura loira que eu tanto conheço, fugindo pelas escadas, eu não sabia que André era tão covarde, mas eu não vou deixar que ele fuja de maneira alguma, eu resolvo deixar os camponeses dando conta das outras pessoas e corro em direção as escadas, seguindo eles.
Ele me percebe atrás deles e sobe as escadas mais rápido, mas eu consigo acompanhar o ritmo e chego mais perto dele, nós continuamos a subir lances e mais lances de escadas, ele já estava cansado e eu também, até que as escadas acabam e nós entramos no telhado do castelo.
Assim que piso nas telhas brilhantes do telhado, meus olhos circulam por todos os cantos enquanto eu procuro pelo André, ele sumiu assim que nós entramos aqui, mas sei que ele deve estar escondido em algum lugar aqui. Começo a pensar na possibilidade de ele ter pulado ou caído, por isso, eu corro para a borda do telhado, olhando para baixo a procura de alguma pista.
De repente, eu sinto alguém me empurrar, e eu perco o equilíbrio caindo de cima do telhado, mas sou segurada e impedida de cair, meus dois pés ainda estão na beira do telhado, mas meu corpo está inclinado para fora, e eu só estou sendo impedida de cair pois André está bem em minha frente, em pé, segurando meus dois passos, fazendo com que eu fique metade no telhado e metade caindo.
Ele olha para mim e ri, mas dessa vez, foi um riso diferente dos que eu ouvi antes, é quase como se ele estivesse colapsando, como se tivesse sofrido uma lavagem cerebral de seu pai, esse não é mais o André que eu conheço, ele se tornou outra pessoa agora.
- Olha só, você até que ficou bonita com o cabelo curto, me lembra a sua mãe - ele ri mais ainda.
- Limpe a sua boca antes de falar qualquer coisa sobre a minha família, seu lixo! - eu grito rangendo os dentes com raiva.
- Acho que você não está em muita condição de me criticar - diz afrouxando as mãos me fazendo quase cair.
- Por que André? Por que você fez tudo isso? - falo sentindo o choro cair novamente.
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Me digam se estão gostando da história ou não, ok?
Deem uma olhada nas minhas outras histórias também, eu ficaria agradecida!
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Um Amor Inesperado.
RomansaUma história de amor entre um príncipe e uma camponesa, não há nada mais clichê que isso. Será mesmo? Se sua resposta for sim, tenho certeza de que este livro irá te surpreender. Se sua resposta for não, venha conhecer esse romance, ele te provará q...