Capítulo 17

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Eu gostaria de encontrar meu pai aqui fora, poder dizer para ele, que embora eu o ame, preciso começar a pensar na minha própria vida, preciso ir buscar a minha felicidade, e é isso que eu estou fazendo.

Tenho certeza que se conversar com ele, ele entenderá, o problema é que eu ainda não tive a oportunidade, preciso de mais tempo para pensar sobre o que dizer para ele.

Nesse momento eu e André estamos caminhando por uma pequena trilha em meio a um bosque, ele disse que aqui, escondido por meio das árvores desse bosque, há uma belíssima cachoeira. Eu nunca vi uma cachoeira pessoalmente, apenas vi algumas imagens em livros de geografia, não posso negar que estou completamente ansiosa para chegarmos.

Andamos lado a lado, rindo e conversando sobre alguma coisa boba que realmente não importa. Eu olho para cima, vendo céu azul cobertos por nuvens brancas, a minha volta as árvores deixavam um aroma de mata e folhas no ar.

Não há outro lugar em que eu preferiria ficar, se não aqui. Não há nenhuma outra pessoa com quem eu preferiria ficar, se não ele. Não há nenhuma outra vida que eu preferiria viver, se não essa. Eu não sei ao certo como vou contar a André que decidi dar uma chance a ele, mas eu acho que quando chegar hora eu vou saber.

Nós andamos por mais alguns minutos até chegarmos em uma cachoeira de tamanho mediano, suas águas eram límpidas e cristalinas e brilhavam conforme a luz do sol refletia nela. O lugar era sem dúvidas uma das sete maravilhas do mundo, nunca pensei que veria tamanha beleza pessoalmente. Não havia ninguém além de nós dois naquela mata, o que permitiu que André tirasse a capa e eu também.

Sem esperar mais um segundo, corre até a margem do rio tirando a sua blusa, que não era nada chique, apenas uma camiseta azul, e mergulha na água, desaparecendo nas profundezas. Eu, sem ter muito o que fazer, apenas sento na beira da água, sem poder entrar pois não sei nadar e nem nunca nadei antes.

Nas minhas mãos, eu ainda carregava uma serie de frutas, haviam amoras, morangos e um cacho de uvas. Eu apenas comecei a come-las uma por uma, ja que ainda não tinha comido nada desde que acordei, enquanto mordia um morango, olhava a paisagem ao meu redor, é, sem dúvidas, uma ótima vista.

A água caindo e fazendo barulho, os peixes, de tamanhos e cores variadas, nadando em volta de meus pés e o cheiro de mata que predominava no ar, tudo isso é tão belo e perfeito, eu nunca vi nada assim antes, é sem dúvidas um experiência única para mim.

Passa-se um tempo e eu não vejo mais o Príncipe André em meio a água. Eu me levanto para ter uma melhor visão, e corro pelas margens da água, mas ainda sim, não consigo encontrar nenhum vestígio dele dentro da água. Preocupada, eu coloco os pés dentro da água, que batia até meus joelhos, comecei a entrar mais fundo até que a água batia no meu umbigo.

Uma vez eu li um livro sobre oceanografia, la dizia "Água no umbigo, sinal de perigo" mas dessa vez eu não me importo, começo a chamar seu nome e a entrar cada vez mais para dentro da água.

Até que eu não consigo mais andar pois a água ja estava no meu pescoço, eu sinto algo segurar minha cintura, eu começo a gritar pensando ser uma cobra, mas no final quem sai da água não é uma cobra, e sim a pessoa que eu estava procurando, essa estava rindo da minha cara.

- Você me assustou! - eu brigo com ele enquanto dou um tapa em sua cabeça.

- Então quer dizer que você não sabia nadar e mesmo assim entrou para me procurar? - ele me responde enquanto sorri.

- É que se achassem você morto comigo aqui, eu provavelmente seria presa - eu respondo e jogo água nele enquanto volto para onde a água é rasa.

- Ah não, você não quer começar um guerra de água quer? - ele diz e eu não respondo, apenas jogo mais água nele - Você que pediu.

Nós começamos uma guerra de água, eu fazia o máximo possível para me esquivar de seus ataques e jogar água nele ao mesmo tempo, mas toda vez que eu jogo água nele, ele mergulha.

Eu me aproximo dele e jogo água bem na direção e seu rosto, mas antes que pudesse atingi-lo ele mergulha e some em baixo d'agua. Eu permaneço parada, sem abaixar a guarda, assim que ele aparecer eu jogo água nele.

Antes que isso pudesse acontecer, eu sinto alguém me segurar pela cintura, revelando o Príncipe, que agora está na minha frente, me segurando, ele me segura forte, e depois me joga pra cima. Eu solto um grito mais assim que ele me pega de volta, começo a rir, isso foi divertido.

E foi assim que eu passei o resto dia, nós conversamos, brincamos, comemos, André ainda tentou me ensinar a nadar, mas acho que vai demorar muito até que eu aprenda. Nós dois estávamos fora da água, esperando sentados, até que as roupas sequem um pouco, o sol começou a se pôr.

De repente, André se levanta, andando até a terra, chegando la, ele pega um graveto que estava jogado no chão, eu começa a marcar alguma coisa na terra. Quando ele para de rabiscar eu finalmente reconheço o que ele desenhou, ele acaba de desenhar metade de um coração e está parado dentro dele.

- Eu estou parado aqui safira - ele diz olhando para mim - Você vira até mim?

Eu não respondo, apenas levanto em direção a terra e pego outro graveto do chão, vou até ele e completo o seu coração com o meu, desenhando a outra metade e parando bem a sua frente.

Estávamos eu e ele agora, frente a frente, olho no olho, um completando o coração do outro, eu sorrio, ele segura meu rosto com as duas mãos, nos aproximando mais ainda.

Um Amor Inesperado.Onde histórias criam vida. Descubra agora