Em um mundo paralelo, mais distante do que nossa imaginação poderia nos levar, encontra-se uma bem estabelecida sociedade medieval. Não existiam ainda os telefones, muito menos energia elétrica, na verdade, esta turbulenta terra organizava-se de forma complexa e muito diferente da nossa. Conceitos como democracia e direitos humanos sequer eram conhecidos.
A constante guerra era o único estilo de vida que os indivíduos daquela sociedade consumavam. Exércitos numerosos, vilas desprotegidas, castelos, fortes, camponeses, damas e cavaleiros, príncipes e princesas, camponeses, carroças, tavernas e, sobretudo, impérios.
A realidade estava em mudança constante, bem como cada coração que palpitava dentro do peito de cada ser que ali residia. A causa disto era apenas uma: a disputa entre dois poderosos imperadores pela hegemonia mundial. Urbe e Bramir eram igualmente gloriosas, cada uma em sua própria perspectiva. A primeira, honrada por seu antigo legado de pensadores, intelectuais que modificaram o próprio conceito de conhecimento, lideravam seu povo com astúcia e disciplina, permitindo avanços que encantavam qualquer estrangeiro que visitasse seu território, invejada por muitos de seus vizinhos. O segundo, conhecido por sua esplendida capacidade bélica, era mais temida do que admirada, dispunha do maior e mais forte exército existente entre seus companheiros, os cavalheiros eram exímios no combate á espada, além de terem originado novas armas como o canhão, criavam grandes estrategistas.
É nesse contexto, em meio á gigantes de ferro, que nossa história começa. Mais especificamente no aniversário de uma jovem que acabava de completar seus dezesseis anos de idade, em Urbe, num casebre simples e isolado de qualquer possibilidade de contato com o mundo lá fora.
- Feliz aniversário, filha! – o homem, que apresentava feições de uma idade mais avançada, disse, sorrindo brandamente. Seus olhos pretos divergiam dos da garota em seus braços, que eram de um tom azul escuro e profundo.
- Muito obrigado, meu pai – a voz rouca e triste da menina saiu como um sussurro, enquanto ela lutava para esconder o princípio de seu choro.
- O que aconteceu? Não gostou do seu presente? – o pai afaga os cabelos da filha, examinando-a com muita preocupação.
- Não é isso! – ela faz gestos com sua mão, negando a ideia que seu pai teve – Eu não quero parecer ingrata, mas pensei que hoje teria permissão para sair um pouco.
- Safira... – sua expressão se torna fechada e contrariada.
- Eu sei que pode ser perigoso, mas será só por um momento, pai! – a jovem já não consegue mais segurar suas lágrimas. Ainda assim, tenta convencer o homem a todo custo, com sua voz embargada – O senhor pode me acompanhar, assim saberá que estou segura! Mas, por favor! Deixe-me ir!
Silêncio. Ninguém se atreve a dizer nada. A garota tentava se acalmar, respirando fundo e esfregando os olhos. Em sua cabeça havia acabado de estragar tudo, tanto a comemoração do seu aniversário quanto suas chances de ganhar uma momentânea liberdade. O seu pai, ainda sem lhe oferecer resposta alguma, começa a caminhar até a única porta da casa. Ele a tranca com uma chave dourada, guardando-a logo em seguida no bolso de seu casaco velho e sujo. Depois, se direciona casa a dentro, passando pela menina. Passa por ela sem dizer nada e após atingir uma certa distância, de costas para seu par de olhos azuis estáticos, ele diz:
- Me perdoe, você sabe que há uma razão para te manter aqui – o pai ouve os soluços de sua filha retornarem mais fortes do que anteriormente – Um dia vai entender.
...Meu nome é Safira e minha vida é assim. Não importa quantas vezes eu tente, não consigo lembrar de um único dia em que fui capaz de conhecer o mundo. Minha mãe morreu ao me dar à luz, dezesseis anos atrás, desde então eu fui criada apenas por meu pai. Sem saber o que fazer após perder a primeira mulher de sua vida, ele tratou de assegurar que jamais me perderia também. Fortificou todas as janelas, fechou a maioria das saídas e escondeu suas chaves. A verdade é que eu nunca saí daqui. Não seria capaz de imaginar nada do que existe lá fora se não fosse pelos livros que meu pai me traz. Geografia, história, ciências, matemática, essas são as únicas ferramentas que me ajudaram a entender um mundo que nem sequer conhecia.
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Um Amor Inesperado.
RomansUma história de amor entre um príncipe e uma camponesa, não há nada mais clichê que isso. Será mesmo? Se sua resposta for sim, tenho certeza de que este livro irá te surpreender. Se sua resposta for não, venha conhecer esse romance, ele te provará q...