Capítulo 23 - Final

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No começo dessa história, eu era apenas uma garota inocente, eu não sabia nada sobre as coisas da vida, eu vivia uma vida falsa, achava que as coisas dariam certo se eu acreditasse fortemente nelas, mas tudo isso foi uma ilusão.

As vezes, na vida, você se depara com certos problemas e notícias que acabam contigo, você sente como se você fosse explodir por dentro, sua mente colapsa e você se destrói por dentro, é como se você estivesse presa, entre quatro paredes, você olha para os lados e não vê saída alguma.

Eu passei por isso e encontrei a solução, a solução é seguir em frente com os seus problemas, engolir o choro e toda a angústia e dor que estavam passando pela minha garganta. 

Vários anos se passaram desde aquele último dia, em relação a eles eu sou mais madura, naquele maldito dia, eu aprendi uma coisa muito importante: Não confie em qualquer um, não viva dentro de ilusões e não se deixe levar por qualquer um.

Fazem exatamente 10 anos desde eu me tornei rainha, agora já estou no auge dos meus 26 anos, muitas coisas mudaram com o passar dos anos e nesse último capítulo da minha história eu irei os revelar para você tudo o que aconteceu desde então.

Depois que eu matei o Rei Stephen - ouvir as palavras "matei" e "Rei Stephen" juntas, me dão calafrios na nuca - eu imaginei que o reino dele ficaria furioso e provavelmente atacariam Urbe novamente, mas foi o contrário do que pensei.

Os cidadãos do reino dele comemoraram quando souberam da morte de seu ex rei, de acordo com o que eu ouvi, o ex rei aterrorizava os pobres camponeses que vivam uma vida sofrida e difícil. Depois de quase uma semana pensando, eu finalmente descobri uma forma de ajudar aqueles cidadãos que estavam sem saber o que fazer depois de Stephen estar morto.

A solução foi proposta diante dos conselheiros do reino vizinho, que sem nenhuma outra opção a não ser aceitar, concordaram comigo, e depois de toda a papelada ser assinada, o reino de Urbe e o reino vizinho se tornaram apenas um, e quem o governa sou eu.

No começo algumas pessoas protestaram, mas afinal, depois de eu tomar conta de tudo, as coisas deram certo. Foi difícil ter a responsabilidade de um enorme reino nas suas costas, eu me perdi no início, mas pude contar com várias pessoas que me ajudaram, uma delas foi meu pai, aquele que não é meu pai de sangue, mas que cuidou de mim e me protegeu por tantos anos, abandonando a sua vida de antes para poder cumprir a missão que meus pais verdadeiros deram para ele.

Eu tornei ele o meu conselheiro, com a sua ajuda, eu me tornei uma das melhores rainhas que Urbe já teve, o reino prospera, cresce cada vez mais, e os cidadãos podem finalmente desfrutar de suas vidas boas em paz.

Eu sempre caminho pelas ruas da vila em que eu moro, para me certificar que todos estão bem e para ouvir os pedidos que os camponeses tem a fazer e atende-los futuramente. Foi em um dia desses que eu viajei até o pequeno orfanato que ficava no fim da vila.

Eu passei a tarde inteira com as crianças, contando histórias, ensinando elas o significado das coisas, mas, uma delas, particularmente, chamou mais a minha atenção, era uma garotinha de quase sete anos, ela me lembrava muito de mim mesma quando pequena.

Um dos dias em que eu fui visitar o orfanato, a pequena garota contou me seu nome e sua história, imediatamente me reconheci em seus olhos cor de meu doces e gentis, ela passou por situação semelhante a minha, seus verdadeiros pais morreram durante seus primeiros dias de vida, ela foi morar com a sua tia, que morreu anos atrás, foi quando ela veio para cá e eu a encontrei.

No final das contas, eu decidi que iria adota-la, eu precisava de um herdeira e também já a amava com todas as minhas forças, foi quando todos os papéis foram assinados e todos receberam a noticia de que Urbe agora havia uma nova princesa, a Princesa Aghata, que em seus quase dez anos de idade, já ajudava gentilmente as outras crianças do reino.

Nesse momentos, eu, que sou mais madura, estou na sacada do castelo, aquela mesma sacada que anos atrás, eu quase morri, quase falhei, mas que agora, anos depois, eu piso nestes mesmos pisos claros, ao meu lado, a minha filha brinca com os passarinhos calmamente, enquanto eu sinto a brisa tocar meus rosto já mais velho e meus cabelos ainda curtos balançarem.

Nessa história da minha vida, eu aprendi varias lições, mas a que eu valorizo mais, é a que nós não precisamos amar ninguém e nem ser amada por ninguém para ser feliz, várias pessoas se queixam dizendo "Ninguém me ama", mas o fato é que, nós não precisamos ser amadas para sermos felizes, a única pessoa que deve nos amar, somos nós mesmos.

Eu, Safira, sou a prova viva disso, não me casei, nem sequer me relacionei com mais ninguém depois que André morreu, mas eu sabia que, por dentro, eu me amava e me admirava por ser a pessoa que sou e por ter seguido em frente depois de tudo o que eu passei, e isso, amar nós mesmo, já é o suficiente para sermos felizes.

Um Amor Inesperado.Onde histórias criam vida. Descubra agora