Capítulo três

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Bruno - Brasil

- Então galera hoje é dia de festa! – Enfatizei a palavra "festa". Eu adorava ser a badalação. - Teremos a presença dos professores novos, meu primo que também proprietário do local e nosso amigo Mason. Espero que tudo esteja limpo e organizado para recebê-los.

Essa ideia de implantar um ringue de disputa de dança, no meio da academia, rodeado por um bar e arquibancadas é nova. Mas fez a academia voltar ao patamar de sempre.

As equipes, mesmo que não façam aula em nossa academia, podem marcar seus horários e desafiar seus concorrentes. Ou as duas equipes podem se desafiar com estilos diferentes. Isso tem atraído muita gente a nossa academia.

- Hei Bruno... – Olho e vejo a Verônica, vindo em minha direção. Achei que havia sido bem claro com ela sobre a questão do casamento ou do compromisso sério. Quem se enforcaria tão jovem, tendo uma coleção de meninas à seu dispor?

- Olá Verônica. – Cruzo os braços. - O que faz aqui tão cedo? Essa parte da academia ainda está fechada. E pelo que sei você não está matriculada em nenhum curso diurno ou está?

- Ainda não. Mas vim fazer minha matricula e a moça disse que não tem vaga. Eu até disse que era sua namorada, mas ela não me ouviu. Espero que a demita por isso.

- Namorada Verônica? Nunca poderia demitir a moça com tanto trabalho pela frente. E no mais, ela sabe que não tenho namorada Veronica. E você sabe que não temos mais nada. Principalmente porque meu primo chega hoje e se disser isso a ele, sabendo como é rigoroso com as normas de não manter namoricos na empresa, no mínimo me mandará para França outra cidade que temos filiais.

- Para com essa brincadeira Bruno. Seu primo não manda em você e eu não acredito nisso e outra coisa, quero um convite para a estreia da tal da batalha dance.

- Querida os convites da batalha são divididos entre as duas equipes que vão batalhar, não são para vender ou trazer nossos amigos.

- Estou ficando chateada com você Bruno. Quando precisar de mim e do meu corpinho aqui, – Ela mostra para o corpo e, diga-se de passagem, que corpo. Como essa mulher é boa de cama, mas não gosto de mulher grudenta. - Você não me vai encontrar. – Ela virou as costas e saiu emburrada.

Pegar gatinha é mais fácil que mandá-las embora. Penso comigo e sorrio indo em direção ao pessoal que prepara os últimos detalhes.

- Vamos lá pessoal, queremos ser top, então vamos dar o que falar nessa cidade. Vamos lá, trabalhando!

Saio da academia direto para meu apartamento. Tomo um banho rápido e me arrumo. Olho no espelho e já estou apaixonado por mim. Que mulher resistiria?

- Espelho, espelho meu... Existe um homem mais gostoso do que eu? – Eu gargalho sozinho e pego as chaves do carro.

Ao chagar na academia, olho para os seguranças alarmados pela quantidade de gente na filha. E nesse momento penso se foi realmente uma boa ideia.

- Estamos superlotados! – Um segurança abre a porta para mim. - Aliás, mega superlotados. Não há como se mover.

Ao longe vejo meu primo, recém-chegado da França e nosso amigo e advogado Mason vindo em minha direção, com ar assustando e isso não é nada bom.

- O que está acontecendo aqui Bruno? – Ele parecia irritado. Como sempre.

- Está tudo sobre controle. – Estendo minha mão. - Você vai amar a ideia, mas antes veja e só depois julgue.

- Mason como vai? – Cumprimento nosso amigo que pare não se incomodar em nada com as garotas passando por ele.

- Por que não me disse nada sobre essas mudanças na academia, Bruno?

- É tudo muito novo. Veja e depois há documentos que precisam serem legalizados. Mas amanhã você vê isso. Por enquanto se divirtam e sejam bem-vindos.

Saio de perto deles e converso com eu chefe de segurança. Acontece que o pessoal do Hip Hop levou a sério a batalha contra o balé, e se não bastasse isso, trouxeram torcida organizada e como os alunos da academia que tem passe livre o lugar, o barulho chega a ser ensurdecedor.

Esperávamos muita gente, mas não tanta assim.

Começou! E, por alguns minutos, o balé entrou com os homens que dançavam, "O Quebra Nozes variação masculina. E foram aplaudidos de pé. O Hip Hop, porém, entrou com os homens e dançaram uma batida com gestos excepcionais. Magnifico!

- Yes! – Vibrei.

Os jovens, estavam agitados, e gritavam a cada movimento. O bar estava lotado e em um dos bancos, com fisionomia emburrada, estava meu primo, sentando assistindo a tudo, enquanto o Mason lhe fazia companhia.

Então foi a vez das mulheres e embora digam que não, mulher é muito mais competitiva.

As bailarinas expressaram seus movimentos, e logo em seguida cederam a vez às meninas do hip hop. Tudo seria muito tranquilo, pelo que o relógio marcava, estava chegando ao fim. Se não fosse uma bendita rivalidade entre as duas líderes das equipes, tudo teria acabado perfeitamente bem! Mas de um instante ao outro, um tumulto se fez.

A Bailarina Clássica: Zõe e a dançarina de Hip Hop Ebonny, não são muito, digamos "amigas", e esse era meu medo. Elas começam a dançar desafiando uma a outra e isso não estava no programa.

Deixei bem claro que individual só sob autorização. Começo a descer as escadas para acabar com o episódio, mas a multidão está por todos os lados, dificultando minha passagem.

Quando percebo que a música é trocada, olho para o ringue e uma desconhecida vestida de roupas largas, mas com sapatilhas de ballet, e capuz na cabeça acaba de entrar no Ringue.

Ouvimos os primeiros acordes da música Just The Way You Are e entre passos de ballet clássico e hip hop ela expulsa as duas dançarinas do ringue acabando com a batalha.

Simplesmente perfeita!

- Quem é? – Meu primo me pergunta.

- Deve ser alguma aluna novata, mas veio na hora certa.

- Parece conhecida... – Mason se junta a nós.

Estamos olhando para a perfeição em pessoa. Ela é negra, mas dança ballet. Uma negra linda por sinal. Traços elegantes, não me lembro de tê-la visto por aqui. Caso contrário... Ah deixa disso Bruno, penso comigo mesmo. É isso mesmo, se fosse nossa aluna eu lhe teria apresentado meus dons.

Ela encerra a dança volta o capuz na cabeça e sai do Ringue, aplaudida por todos os presentes. Ovacionada na verdade. Muitos gritos e assovios.

Ao passar por nós tromba em meu primo que deixa o copo cair. Ela se abaixa, mas ele não permite que ela segure os restos do vidro.
Mason se aproxima, mas ela não quer conversa sai correndo e a perdemos de vista.

- Estranha... – O Nicolas provoca.

- Deliciosa... – Dou meu sorriso mais cínico.

O Mason é o único que não diz nada só aprecia sua bebida e balança a cabeça, como se nos reprovasse.

- Não sabe mesmo quem é? – Ele pergunta depois de segundos calado.

- Não sei Mason, mas vou descobrir.

ֺ"6

Kaline,  -  Degustação Onde histórias criam vida. Descubra agora