Capítulo treze

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Nicolas

— Bom dia Lakisha. - digo assim que atende ao telefone.

— Bom dia Nicolas. - Vejo que ela também já reconhece minha voz. Eu sei que é ela porque vi a Kalie na sala dando aula embora não tenha me visto.

— Eu gostaria de saber se você ainda está levando a Kalie a algum acompanhamento psicológico aqui no Brasil?

— Filho... Como isso é uma questão de confiança e nos mudamos há tão pouco tempo, ainda não tem ninguém em quem ela confie. Eu sei é que não da pra interromper o tratamento embora hoje seja muito mais tranquilo.

—- Eu queria uma orientação de um especialista como lidar com a situação.

— Fico comovida com seu interesse rapazinho, apenas peço que tenha um pouco de paciência. —- Se ela soubesse de minhas

"segundas intenções" com certeza não ficaria tão comovida. Como se lesse meus pensamentos, ela voltou a falar, — mas, não pense que sou boba, Nicolas. Eu sei quais são suas maiores intenções. Mesmo assim acho legal de sua parte se preocupar. Cuide dela e seja gentil.

— Está bem Lakisha. Até mais. - Desliguei o telefone e procurei por alguns antigos amigos meus formados em psicologia e fiz uma lista. Ligaria para eles e marcaria uma entrevista para descobrir qual o melhor.

Desço e vejo uma mocinha chorando no corredor.

— Oi. Tudo bem? Aconteceu algo? - Ela me olhou com olhar de tristeza e balançou a cabeça negativamente.

Estava respeitando seu silêncio e indo embora quando ela decidiu falar.

— Sou uma idiota mesmo. Fui amar a quem não me ama.

— Às vezes isso acontece, mas não quer dizer que somos idiota. Idiota são as pessoas que não sabem desfrutar do nosso amor.

Sentei-me na escada próximo a ela e esperei que ela se acalmasse.

— O pior é que eu gosto muito dele. Ele acha que é por causa do dinheiro. Mas a verdade é que eu o amo! E amo muito.

— Já disse isso a ele?

— Sim. E me tratou como uma prostituta.

— Uma pena! Porque qualquer homem seria um sortudo em ter uma garota bonita como você como namorada ou como esposa! —- Sorri.

—- Você acha?

—- E por que mentiria?

Kaline

— Uma pena! Porque qualquer homem seria um sortudo em ter uma garota bonita como você como namorada ou como esposa! —- Sorri.

—- Você acha?

—- E por que mentiria?

Ouço a voz do Nicolas dizendo isso a alguém e fico curiosa em saber a quem se destina. Esbarro na lixeira ao tentar voltar à sala e ele me vê.

— Hei. Kalie. - Paro e olho para trás não querendo admitir ter ouvido um pouco da conversa. Mas agora um sentimento habitava o meu coração, e eu nem mesmo sabia decifrar o que era. A mulher era espetacular. E o assunto devia estar bem interessa para tê-los levado até aquela conclusão. — Vem aqui querida. —- Me estende a mão. —- Quando me aproximo bem de vagar ele segura minha mão e me apresenta a moça que esta com o rosto vermelho como se estivesse chorando. — Esta é a...

— Verônica. Meu nome é Verônica.

— E eu sou a Kalie.

— Eu sei quem você é. Tentei uma vaga com você e não consegui. —- Ela me olha desolada. — Estou na fila das quase duas mil pessoas.

Kaline,  -  Degustação Onde histórias criam vida. Descubra agora