Capítulo Vinte e Três

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Nicolas

Recebi o telefonema da agência que esta me ajudando com a investigação, dos documentos do pai da Kaline, e precisei ir ao encontro do homem, que agora se encontra no Brasil dizendo ter certa urgência.

— Boa noite. Sou Nicolas. — Saúdo o homem com um forte aperto de mão, assim que chego ao local e o reconheço pelas descrições fornecidas. E como informado, o homem parece ter muita pressa, porque vai logo ao assunto.

— Então, como adiantado, ainda a pouco, se tivermos como provar, como o senhor afirma que tem que a moça está viva, e que de fato, é a herdeira, ela receberá tudo o que lhe foi usurpado de volta. — Enquanto mostrava um documento, narrava as propriedades. Duas casas, sendo uma na cidade e uma no campo. Duas salas de aluguel e um apartamento. Tudo em nome da mesma pessoa Alajos. Sendo que todos os alugueis, desde a época do pai até hoje serão depositados em seu nome.

— Então temos que provar que ela é filha dele. Uma certidão, ou algo parecido?

— Não é tão simples. O juiz vai querer saber da moça por que não procurou seus direitos antes. Ela terá que comparecer em uma audiência, um simples documento não nos ajudará.

— Então de qualquer forma preciso falar com ela? E se ela não aceitar buscar seus direitos continua do jeito que está?

— Sim e não. De qualquer forma se denunciarmos que houve fraude na documentação as propriedades serão interditadas até que o juiz resolva, caso a menina não entre com o pedido.

— E porque da urgência?

— O prazo dela está se esgotando. Como já são quase oito anos ela não tem muito tempo para dar entrada nos documentos.

— Eu falarei com ela ainda hoje. — Estava com os documentos em mãos. — E sobre o hospital?

— Não conseguimos acesso aos documentos, mas tudo está arquivado. Eles têm laudos, fotos... Mas eu acredito que a moça não vá querer rever tudo isso. Aconselho que depois de uma boa conversa contratem um advogado que entre no caso e reabra o processo. Isso pode ser feito tudo paralelo um ao outro uma vez que a prejudicada é a mesma pessoa. E os culpados estão envolvidos nos dois casos.

Levantei-me e andei até a janela, pensando seriamente se levaria isso à diante. A Kalie teria que passar por constrangimento na frente de pessoas desconhecidas e isso talvez a levasse de volta a um universo de dor e tristeza.

Despedi-me do homem e voltei para casa com os documentos em mãos. Por volta de onze e meia da manhã da segunda-feira sabia que ela e Lakisha estariam em casa então deixei minha sala e fui até o apartamento delas.

A Lakisha abriu a porta e pelo meu semblante sabia que algo não ia bem. Ela é uma mulher experiente e sabe ler nas entrelinhas aquilo que ainda não foi dito.

— Diga logo rapaz o que anda acontecendo? Mas seja sem rodeios, por favor.

— A Kalie está? — Ainda não a tinha visto por perto.

— Kalie... — Ela chamou na porta do quarto. — Seu namorado está aqui. — Ela veio bem rápida demonstrando que estava ansiosa.

— O que foi? — Eu não queria fazer drama então fui direto ao assunto.

Expliquei sobre a academia que temos na Alemanhã, e não era surpresa que o Bruno as tivesse colocado a par da situação da empresa. Ele tinha orgulho por ser uma casa linda, porém não muito grande. Ela só não sabia o endereço do lugar. Quando eu disse o nome da rua e o numero...

Kaline,  -  Degustação Onde histórias criam vida. Descubra agora