Capítulo Onze

825 190 10
                                    

Kaline

— Nunca imaginei que uma menina bonita como você fosse se enclausurar aos vinte três anos em casa com uma velha de sessenta em plena sexta-feira, enquanto os jovens de sua idade estão indo para a diversão. – Minha madrinha canta a mesma ladainha ao ver-me na varanda deitada, após chegar da academia olhando para a praia.

— Nem vou me dar ao trabalho de responder por que sabe o motivo de eu não estar indo a chamada "diversão".

— Na verdade não sei mais. Até quando vai se esconder da vida?

— Madrinha porque está querendo me aborrecer?

Pego minhas coisas e vou para o quarto, ligo a TV e fecho os olhos nem ligando para o que se passa na tela. Ouço vozes e reconheço. Meu coração dispara minha respiração acelera.

Olho no espelho e ajeito o cabelo decido não trocar de roupa para não deixar claro que o esperava... Abro a porta...

Começo a tremer sem querer... Mas não é por temor... É diferente.

Ele me olha e sinto-me estranha. Pela primeira vez sei que estou segura com um homem, mesmo que ele tenha deixado claro que deseja meu corpo, disse que eu iria pedir.

— Olá - Ele disse abrindo o sorriso mais lindo que alguém pudesse oferecer.

— Oi Nicolas. Tudo bem?

— Tudo. E você? - Agíamos como dois adolescentes.

— Vim convidá-la para caminhar na praia, mas sua madrinha disse que estava deitada então...

O que havia dado na minha madrinha hoje que queria realmente me aborrecer.

— Se me der apenas alguns minutos... — Eles me olham e sorriem. Para ele devolvo o sorriso, mas à ela, fuzilo com o olhar.

Visto um jeans e uma blusa de manguinha e saio com uma sapatilha. Isso me faz parecer uma criança perto do Nicolas, mas não me importo.

— Vamos?

Ele me dá passagem e antes de fechar à porta a madrinha da um recado bem educado a ele.

— Cuidado rapaz. Caso aconteça algo que não seja do meu agrado nem o inferno te esconderá de mim. Ah e depois preciso falar com você.

— Sim senhora. – Nem bem saímos, e eu me sentia envergonhada o suficiente, encará-lo. Talvez, por isso, tenha caminhado alguns minutos de cabeça baixa até que ele quebrou o silêncio.

— Sabe o que ela quer falar comigo? Se algo sério? Quer me adiantar?

— Não é nada. A madrinha é assim mesmo. Ela coloca algo na cabeça e não sossega. Pode ficar tranquilo!

— Sabe que pode falar comigo sobre o que quiser. Eu gostaria muito de ajudar Kalie.

— Eu sei. – Eu estava sem jeito. Por que fui aceitar esse passeio? Me odiei naquele momento. Não estava sequer, sabendo me portar.

— Você está bem? – Ele parecia muito à vontade. E muito lindo.

— Sim. Estou. E você? – Estava a ponto de gaguejar.

— Estou bem! Obrigado.

Silencio novamente.

— Pensei em você. – Ele disparou e me pegou de surpresa. Fiquei em silencio por alguns minutos ainda andando pela areia sem saber o que dizer. Meu coração quase saia pela boca. — Não vai dizer nada?

Kaline,  -  Degustação Onde histórias criam vida. Descubra agora