Capítulo Quatro

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Kaline

- Calma minha querida, vai ver você confundiu ele com outra pessoa. O local estava mal iluminado, não pode ter certeza.

- Não madrinha eu tenho certeza que era ele. Jamais esqueceria aquele rosto. – Ela afagou meus cabelos. Desde quando sai daquela academia, estava em choque.

- Sete anos, minha querida. Sete anos se passaram, e ele deve estar bem mais velho e talvez possa estar bem mudado. Não se apavore desse jeito.

- Não. Os olhos eram os mesmos. – Parei de falar soluçando. – Eu quero ir embora. Quero ir embora madrinha. Com tanto lugar no mundo. Ele tinha que estar aqui.

- Vamos fazer o seguinte: Amanhã nós vamos conversar com o proprietário e vamos sondar sobre esse homem. Caso ele more aqui ou esteja por aqui eu mesma falarei com ele. E se for o desgraçado, que Deus me perdoe, mas vai pagar, se não na justiça... Por minhas próprias mãos. Não se esqueça que há a possibilidade de ter lhe reconhecido e fugir, como covarde que é.

- Ai Madrinha... – Digo ainda aos prantos. - Ela se levanta e seca meu rosto com a palma das mãos.

- Minha filha olhe para mim... – Assim que obedeço, ela continua. -Estamos juntas e ninguém vai fazer nada a você. Eu estarei com você todos os momentos.

- Eu me lembro de cada palavra madrinha. Ele disse que... ele disse...

- Não importa o que ele disse meu amor. Não importa o que ele disse. Ele não fará nada, a não ser apodrecer atrás das grades. Te prometo! – Seu abraço e revigorante e depois de sua atenção e carinho, ela me ajuda a deitar-me na cama do hotel, onde nos hospedamos temporariamente. A Academia nos ofereceu um pequeno apartamento mais próximo ao trabalho, só não fomos direto por conta do atraso no voou. E o nosso contratante não atendeu ao nosso telefonema, devido ao adiantado da hora.

Mas quando cheguei na academia, entendi o porquê. Ninguém ouviria nada com aquele barulho. Eu entendi a intenção deles sobre a batalha dance, mas precisam de mais organização. Fomos até lá na intenção de nos apresentar, mas depois de ter visto aquele monstro, me descontrolei e saí correndo.

Me agarro à dança, na esperança de afastar de minha memória, os dias de horror que vivi há sete anos atrás, e criando gestos e performances em minha mente, adormeço.


Durante a noite acordo várias vezes aos sobressaltos correndo em meio às sobras escuras. E toda vez que acordo minha madrinha está lá comigo.

....

Bruno,

- Alguém tem notícias da tal professora que não apareceu ontem sendo que está sendo paga para isso? – Grito ao entrar na sala da direção onde vejo meu primo, sentado em sua mesa. Mantemos essa mesa, mesmo que ele quase nunca venha aqui. - Madrugou ou dormiu aqui? – Pergunto demonstrando o meu mau humor por ter que levantar mais cedo que o normal. Quando o Nicolas não está, e tem evento, como o de ontem, costumo nem sequer aparecer. Mas com ele aqui, o jeito é seguir as regras.

- Nem um nem outro. As pessoas geralmente começam a trabalhar às 8 da manhã e como se passa das dez, acredito que quem esteja fora do horário seja você. O que houve? Não conseguiu nenhuma gatinha ontem?

- Tinha uma na área mais acabei ficando até tarde com Mason, aliás, até de madrugada porque ele teve que voltar para a França. Recebeu um chamado da secretária.

- Hum... Ele não queria vir na verdade. E resolveram o que você precisava?

- Sim! Mas, ele voltará para terminarmos. Mas não sabe quando.

Kaline,  -  Degustação Onde histórias criam vida. Descubra agora