Cap. 3

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Wyatt


Ugh! Maldita dor de cabeça. Sempre aparece nas piores horas e nunca me deixa dormir.

Ainda era cedo, mas eu tinha que levantar da cama. Continuar aqui não daria em nada. Desço até a cozinha, onde acho meu pai sentado À mesa lendo um jornal.

- Já acordado? Ainda são 8:30 – meu pai fala comigo, sem ao menos tirar os olhos do jornal.

- Eu não consigo mais dormir. Tô com muita dor de cabeça.

- Dor de cabeça ou ressaca?

- Você realmente está me perguntando isso? – pergunto enquanto pego um copo no armário.

- Wyatt, eu já tive 16 anos, e sei muito bem o que tem de sobra em festas como a que você foi ontem à noite. Bebida.

- E por isso você acha que eu bebi? – pergunto, tomando um gole de água.

- Se você realmente não bebeu, vem até aqui e abre a boca.

Merda. Ele sempre faz isso.

- Você ganhou. Eu bebi. Mas não conte pra mamãe.

- Apenas não beba de novo.

Bufo.

- Vou voltar pro quarto, talvez eu consiga dormir agora.

- Tome – meu pai me estende a mão – Isso é um comprimido pra ressaca. Eu sempre tenho um ou outro guardado.

Rio em resposta e volto para o quarto.

Coloco o comprimido em cima do criado-mudo ao lado da minha cama e pego o celular. A tela se abre automaticamente no Facebook, onde aparece uma foto de alguém que eu não precisava ver agora. Jack.

Ele estava sorrindo, e tinha uma paisagem linda por trás dele. Com certeza estava na pedreira. Enquanto eu e ele ainda nós falávamos, a gente sempre andava por lá, mas faz anos que eu não a visito mais, pelo simples fato de ele sempre ficar por lá... ainda.

Ele desistiu de mim. Nunca mais me procurou nem quis falar comigo desde que eu fui pego ''distribuindo drogas'' pro pessoal da escola. É óbvio que eu não tinha feito aquilo, mas também é óbvio que ele não acreditaria em mim. Mas de qualquer forma, não me interessa mais. Não faria diferença se ele soubesse ou não.

Desligo meu celular e o coloco sobre o criado-mudo de novo, me virando para o lado e fechando os meus olhos. Eu só queria dormir agora.

...

- Hora de levantar, Wyatt – sou acordado pela minha mãe abrindo as janelas do quarto.

- E que horas são? – pergunto, coçando os olhos.

- Meio dia e quarenta. Você só tem trinta minutos pra se arrumar.

Merda. Levanto da cama e entro apressado no banheiro. Tiro minhas roupas e jogo elas em qualquer lugar. Entro no box do chuveiro e giro a torneira, sentindo a água gelada caindo sobre as minhas costas. Dou um suspiro grande de agonia, mas vou me acostumando de pouco em pouco.

Passo o sabonete por todo o corpo, lavo o cabelo, me enxáguo de tudo e saio do banheiro, vestindo uma cueca box branca, uma calça jeans e uma camisa jeans repleta de bolinhas brancas. Sim, eu gosto de coisas estampadas.

Desço até a sala e pego minha mochila que estava jogada em cima da poltrona em frente a TV.

Consigo ver meu pai ainda na cozinha folheando outro jornal. Eu sinceramente não sei como ele aguentava ler de tal forma. Ele nunca para.

Under The SheetOnde histórias criam vida. Descubra agora