PURPOSE ↯ dallas

70; Like James and Alyssa

e b o n y

Arrumei uma única mochila para que eu conseguisse sair sem meus pais verem. Todos os dias eu tentei reconquista-los mas agora eu aceitei que eles não ligam mais, não adianta insistir.

"Volto em alguns dias, cuidem de Jaxx e Hope!

- Eby"

Deixei o bilhete sobre minha cama e sai despercebidamente da casa, caminhando até a de Cameron.

Eu estava pensando em pedi-lo em namoro mas estou tão nervosa quanto a isso. Talvez não seja o momento certo.

• • •

Cheguei ao jardim da casa dos Dallas e o esperei ali, assim como havíamos combinado. Os pais de Cameron também não sabem que ele está saindo.

Sinto que estamos viajando clandestinamente, como se fôssemos James a Alyssa em The End Of The F***ing World.

Só espero que o carro não pegue fogo no caminho.

— Bom dia baby girl. — Cameron sussurrou em meu ouvido e eu pulei de susto, me arrepiando toda.

— Bom dia baby boy. — respondi com seu mesmo tom, bem perto de seu rosto.

Me perdi em seu sorriso e ele acabou com os milímetros que nos separavam. Seu beijo era quente e desesperado.

Minhas mãos passeavam em seus fios achocolatados e sua destra apertava minha cintura por dentro da blusa. Senti meu corpo acender como um isqueiro.

— Os jovens de hoje em dia não conhecem quarto não? — um senhor falou enquanto adentrava a casa vizinha.

Meus lábios separaram dos de Cameron, os tornando um sorriso tímido.

— Pare com isso, Josh. Eles me lembram de nós no nosso tempo, se beijando em todos os cantos. — a esposa dele disse, me fazendo esconder o rosto no peito de Cameron, que apenas riu da situação.

O casal entrou na casa e nós rimos juntos, indo até o carro.

— Desde quanto você tem esse carro? — perguntei já que nunca tinha o visto com um conversível antigo. Era vermelho e branco, como naqueles filmes vintage antigos.

— Comprei pra gente viajar. — deu os ombros e entramos no carro, jogando as malas no banco traseiro. — Legal não? — perguntou se referindo ao interior do automóvel.

— Sim, eu adorei, parece que estamos fugindo clandestinamente. — olhei todo o interior. Bancos de couro branco e muito confortáveis.

— Me sinto como James e Alyssa.

— Eu estava pensando a mesma coisa! — ele ligou o carro e saiu antes que alguém nos visse.

— Quem sabe um dia não fugimos juntos.

— Eu pensei no Brasil. — disse animada com a ideia.

— Seria incrível. — engatamos uma conversa muito divertida. Cantamos, gritamos, dançamos e paramos o carro algumas vezes para nos beijarmos.

Não me julguem, eu não resisti.

08/13