C R I M S O N

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Torna-te aquilo que és.

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O que estava acontecendo aqui? O que Diabos significava aquela cena toda? Quem era o rapaz de cabelo laranja quem todos se referiam por Sorriso? E principalmente, qual era a ligação entre o tal Jimin e o Hoseok?

Essas e mais algumas milhares de perguntas cruzavam a minha mente em frações de segundos, nublando qualquer outra ação a minha volta apenas para manter o foco na situação mais inacreditavelmente inédita que eu já tinha visto.

Nós havíamos saído do refeitório a pelo menos quarenta minutos e eu sabia que desde que nos levantamos da mesa o delegado falava algo muitíssimo sério comigo. Eu sabia que devia prestar atenção nas palavras do loiro. Eu sabia que devia demonstrar que estava ouvindo-o. Mas eu não conseguia desviar os olhos do Hoseok, que ainda embalava o alaranjado nos braços e sussurrava vez ou outra alguma coisa em seu ouvido.

Eu observava Jimin dar uma risada abafada e então esconder o rosto no peitoral do Jung, esfregando o nariz e o rosto pela blusa dele como se fosse um gato pedindo atenção ao dono. Já o Hoseok, ele havia notado desde o começo o quão concentrado eu estava em cada movimento seu e fazia questão de sempre sustentar meu olhar durante longos segundos. Ele parecia dizer "está surpreso, detetive? "

— Taehyung? — Eu ouvi ao longe uma voz conhecida me chamar. — Taehyung? Você está me ouvindo?

Balancei a cabeça cegamente, concordando.

— Minha bunda que você está ouvindo! — Fui sacudido pelo ombro por Yoongi e, devido ao choque momentâneo, acabei por acordar das minhas divagações, piscando diversas vezes ao notar a imagem de um loiro bastante irritado.

Argh, mas que situação...

— Desculpe, hyung, eu me distraí. — Argumentei, torcendo do fundo da minha alma para não levar nenhuma bronca.

— Quem consegue se distrair por quarenta minutos inteiros?! — Ele questionou de maneira retórica, jogando as mãos para cima em um ato de rendição.

Eu lhe dei um sorriso amarelo e um levantar de ombros e o delegado apenas deu um suspiro cansado.

— Certo. Eu vou repetir bem resumidamente. — Concordei com um aceno e ele soltou o ar pela boca, logo inspirando profundamente para começar o discurso. — Você chegou a ouvir a ligação?

— Ligação?

— Por que eu suspeitei que essa fosse ser sua resposta?!

Dei de ombros outra vez e sorri envergonhado. Que ligação?

— Enquanto você estava distraído no seu mundinho, eu fiz algumas ligações porque precisava de um lugar para enfiar o Hoseok. A secretaria me retornou dizendo que o ministro havia liberado um hotel para nós...

Sacudi a cabeça, mas meu cenho começou a se franzir conforme as informações iam se organizando e se juntando. Como assim "para nós"? Só para confirmar que eu havia perdido outra parte da conversa, resolvi perguntar.

— Então o Hoseok vai ficar no hotel?

— Então nós vamos ficar no hotel.

Engoli em seco. Isso não podia ser verdade.

— A central esvaziou o hotel inteiro detetive, só vai ficar a equipe que está no caso e claro, o Hoseok.

Eu ri de puro nervoso, torcendo para ser uma brincadeira sem graça do loiro. Mas ao olhar em seus olhos, ao notar aqueles braços cruzados sobre o peito numa postura rígida e impaciente, percebi que era bem sério.

O Silêncio dos InocentesOnde histórias criam vida. Descubra agora