U N T O L D

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"Sou o sonho de tua esperança,

Tua febre que nunca descansa,

O delírio que há de matar. "

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O pânico me consumiu em proporções que eu não saberia contabilizar, cada nervo do meu corpo se tencionou com a voz dele entrando arrastada pelo meu ouvido, quase mansa, num murmúrio. Meus olhos queriam pular para fora e o meu coração martelava na caixa torácica, tão desesperado quanto era possível.

O tronco dele estava colado ao meu enquanto ele me puxava para trás. A mão mantinha-se firme sobre a minha boca enquanto o outro braço me envolvia pouco mais acima da cintura, num abraço possessivo e dominante. Ele não me deixava soltar as mãos, ou talvez meus músculos estivessem paralisados demais para que eu esboçasse alguma reação mais violenta. Era sempre assim quando ele se aproximava demais.

Hoseok me forçou contra a parede ao lado e meu peito bateu com grande impacto na estrutura, fazendo-me prender um ofego. O lado direito do meu rosto se esfregou dolorosamente na superfície áspera e um tanto úmida pela garoa que persistia, uma ardência se instalando quase de imediato.

Senti o quadril dele me prensar e a respiração quente soprou no meu pescoço, transmitindo arrepios que corriam pelos meus vasos sanguíneos, quase me causando um leve tremor. Minhas pálpebras pareceram pesar quando a ponta gelada de seu nariz se esfregou devagar pela pele exposta, num vai e vem sutil, como se quisesse sentir o cheiro do meu medo exalar pelos poros. Ele trilhou um caminho lento até a base e ali eu prendi a respiração completamente. Sua língua deslizou promíscua, desenhando círculos, sem pressa, deixando um rastro molhado até a minha nuca, onde ele passou a chupar com vontade, para machucar. O corpo dele prensava cada vez mais o meu e os movimentos sugeriam sua verdadeira intenção. Hoseok estava começando a se descontrolar e o maldito magnetismo que ele irradiava estava me impregnando aos poucos.

O braço que me aprisionava afrouxou-se e recolheu-se, libertando as minhas mãos que caíram inertes ao lado do meu corpo. A destra pousou na minha cintura, mas não tardou a descer, escorregando para baixo devagar enquanto sua boca maltratava a minha pele com um quê de necessidade inexplicável. Os dedos correram com pressão, passando pela minha virilha até espalmar o meu membro protegido pelo jeans.

O aperto naquela área me despertou com brusquidão, o que diabos eu estava fazendo? Minhas mãos recuperaram-se do torpor e avançaram contra a dele, segurando, puxando e arranhando, tentando tirá-lo dali a todo custo. A resposta, entretanto, veio rápida: Hoseok chiou alto em repreensão e em um único movimento jogou seu quadril para frente, fazendo as minhas mãos sobre a dele rasparem no rejunte, rasgando a pele. Eu apertei os olhos e contive uma exclamação de dor, para em seguida forçar meu rosto contra a parede para igualmente machucar sua mão que me impedia de gritar.

Ouvi ele rosnar e tão logo seus dentes cravaram no meu pescoço, fazendo-me gemer contra os dedos dele que não cederam à minha malcriação. A destra me libertou apenas para segurar a minha e guiar para trás, obrigando-me a sentir sua ereção já desperta dentro da calça.

— Nós temos uma hora até o efeito da Valeriana passar. Uma hora para eu me divertir com você, detetive.

A voz dele soou como uma provocação, mas tinha algo ali que era mais intenso. Um fio de sadismo que ele deixou transparecer para além dos olhos. Um arrepio gélido escorreu pela minha espinha e o Hoseok se esfregou contra o meu corpo e parou de rompante. A destra me soltou e eu trouxe a minha para frente, desesperado para me ver livre daquele contato abusivo. Não entendi o motivo daquele ato brusco até sua mão apalpar a minha bunda e subir para o cós do meu jeans.

O Silêncio dos InocentesOnde histórias criam vida. Descubra agora