Capítulo 6

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— Daniel

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— Daniel... — sussurrei.

O corvo atravessava a janela aberta do meu quarto, assim que chamei o nome de Daniel. Fagulhas cintilavam no momento em que ele pousava no chão, ao lado da minha cama. E com a noite estrelada lá fora, o meu quarto estava escuro, a não ser pelo brilho da lua e das faíscas daquele pássaro se transformando.

Daniel estava nu e de costas na minha frente, com seu corpo moreno, musculoso e molhado, como se tivesse acabado de sair do banho. Eu o admirava com ternura, fitando seu bumbum sexy! Ele virava o rosto para mim, mostrando seus olhos amarelados, que brilhava junto com seu sorriso branquinho. Daniel também virava seu corpo lentamente, mas eu não poderia ver o que eu estava prestes a ver. Não naquele momento! Então fechei os olhos...

— Ah não. — gemi abrindo os olhos.

Mesmo que eu tivesse evitado olhar para Daniel, daquela forma, não queria ter saído do sonho.

O despertador do celular tocava ao meu lado.

— Por que Daniel está fazendo isso comigo? — perguntei para mim mesma, levantando da cama.

O quarto estava tão escurinho que eu poderia voltar para a cama, se desse aquela preguiça. Minha mãe tinha trocado as cortinas claras da janela pelas escuras, e aquela tinha sido a melhor ideia que ela já teve, em toda a sua vida! Mas precisava realmente da luz solar, se quisesse terminar meus estudos na escola. Nem acreditava que eu iria voltar, depois de seis meses fora de casa. Seria o assunto da escola, como; a garota que desapareceu depois do atentado, o que deixava minha situação mais suspeita.

E sobre passar seis meses em Mohan, era um assunto que eu precisaria descobrir com Celina, mas significava que eu teria que ir até sua casa que também era a casa de Dora, uma das minhas melhores amigas que eu queria evitar. Sem falar na mensagem estranha que tinha mandado ontem à noite para ela, que nem me respondera. E eu não a julgava!

Dessa vez eu estava mais preparada para enfrentar mais um bimestre de aula. Tinha passado por tantas coisas, que ser estudante era a coisa mais fácil que eu sabia fazer. Meus poderes Hunicerotes estavam adormecidos, o que era bom, porque eu sentia minha vida voltando para os trilhos. Previa que uma hora ou outra, eles iam aparecer, quando eu achasse que estivesse realmente em perigo e quando Jackson viesse me procurar para concluir sua vingança.

— Por que não foi até meu quarto para me acorda mãe? — perguntei da porta do quarto dela.

Foi estranho quando não a vi na cozinha. Ela ainda estava deitada.

— Achei que você não precisaria ir ao primeiro dia de aula. Eu estou com muita dor de cabeça. — ela falou pondo as mãos na cabeça.

Seu corpo estava coberto e encolhido na cama. Fiquei ao seu lado.

— Se a senhora precisar eu fico hoje. — sugeri sentando na ponta da cama.

— Eu vou ficar bem, pode ir. Seu pai está na cozinha fazendo um chá pra mim e o seu café da manhã está na mesa. — ela franzia o cenho de dor.

— Vou passar na farmácia e trazer um remédio pra você. — me levantei.

— Boa! — falou fechando os olhos.

Saí direto para a cozinha e o chá já estava apitando no fogo. Meu pai xingava a chaleira, por tê-lo queimado.

— Droga!

— Nunca vi o senhor tão feliz. — sorri.

Ele jogou o pano de prato em cima da mesa com violência.

— Desculpe filha, já estou terminando para te deixar na escola. — disse.

— Não precisa pai, quero começar o ano letivo diferente. Vou com no ônibus da escola, fica pertinho. — falei comendo uma banana.

— Como você achar melhor... Tome o café da manhã! — ele exigiu.

— Não estou com fome. — dei de ombros para pegar a mochila no sofá.

— Ei, espere...

Parada no meio do caminho entre a cozinha e a sala, ele se aproximou e me deu um beijo na testa.

— Boa sorte! — desejou.

— Obrigada pai.

— Sua roupa do primeiro dia de aula está tão normal! — ele riu.

— Peculiar. — comprimi os lábios.

Já na parada de ônibus, com alguns alunos da escola, comecei a ouvir um som de pássaro piando no céu. A exatamente seis e cinquenta da manhã, o pássaro perseguidor, já tirava a minha paz. Pelo visto ele não tinha morrido, apesar de ter perdido sangue na batida. Eu tinha que verificar, mas não era ele, e sim, um grupo de pássaros brancos que passavam rodopiando no céu aberto.

O ônibus estacionava no momento em que olhei para a estrada. Apressei os passos para me sentar no fundão, onde não tinha ninguém ainda. Era estranho voltar para a escola, quando você já devia ter terminado. Meus amigos também iriam repetir, e tudo por minha causa, por os segredos que rondavam a minha vida e aquela cidade, porque eles também tinham poderes sobrenaturais.

Minhas férias tinham sido frustradas, não tive tempo de procurar a minha sala no site da escola, só de preparar meu psicológico.

Assim que desci do ônibus, meus amigos estavam conversando no jardim da escola. Meu coração acelerava de angustia, por não saber lidar com aquilo! Com a distância. Pelo canto dos olhos, pude observar Samantha dando um passo em minha direção, mas logo foi impedida por Dora. Segurei a mochila firmemente e segui os outros alunos.

— Eu preciso falar com ela Dora, e você não vai me impedir. – Ouvi Samantha dizer.

Daquela vez eu não tinha feito nada para a minha audição funcionar. Coloquei o cabelo no ouvido, para tentar impedir de ouvir mais alguma coisa.

— Você não vai falar com ela coisa alguma. Essa garota nos ignorou as férias todas. — ela disse autoritária.

— Ela mudou até de visual... — Alex falou.

Apressei os passos.

— Isso não muda o fato dela ser uma garota mimada e imbecil. — Dora disse.

Parei na entrada da escola, quando ouvi Dora dizer às palavras que eu tinha usado contra ela, ano passado.

Voltei para ir até eles.

— Você não pode usar essas palavras contra mim, porque elas já são suas. — falei cruzando os braços.

Dora virou o rosto rapidamente para mim e começou a me encarar furiosa. Alex e Samantha ficaram calados, sem reação.

— Ah!... Então está afirmando que você disse isso ano passado?! — ela perguntou, levantando o rosto para ficar mais alta do que eu.

Sendo que isso nem era necessário, pois ela já era bem mais alta do que todos nós.

— Sim, nunca neguei. — falei.

— Que bom, porque agora eu devolvi para você.

— Eu não vou perder o meu tempo com vocês. — falei dando de ombros.

— Ei, a gente não tem culpa não Leica. — Alex disse.

Não olhei de volta e segui para entrar na escola.

— Eu não disse que ia funcionar. Vou falar mal até ela parar de besteira e vim ser nossa amiga de novo. — ela sussurrou.

Então tinha sido um truque de Dora.

— Só não machuca os sentimentos dela Dora. Você é muito mal. — Samantha falou por último.

Dei um risinho na porta de entrada.

Filhos da Natureza - A Proteção Vol.2Onde histórias criam vida. Descubra agora