Capítulo 2

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A semana passava depressa, quando minha mente se ocupava na pizzaria

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A semana passava depressa, quando minha mente se ocupava na pizzaria. Sexta-feira era o dia da consulta de Dustin na reabilitação, e eu ficava contando as horas, porque era o único momento em que me sentia fazendo uma boa ação. No começo a gente não conversava muito, às vezes ele evitava me receber na sua casa. Dizia que não tinha coragem de olhar para mim, sem que se lembrasse das coisas que lhe disse. Ele dizia que suas lembranças eram como flashes, num ambiente escuro, porque na maioria das vezes estava drogado, ou sua mente era invadida por uma força agressiva. E Jackson era essa força!

Mas de uns meses para cá, ele vinha se recuperando bem e conversando mais comigo. Pedia desculpas pelo que fizera, e até falava que eu e Daniel formávamos um belo casal. E ter escutado aquilo me doía, mais do que uma topada!

— Você já está pronta? Preciso resolver umas coisas no centro da cidade. — meu pai falou tomando um gole de café.

Sentei ao seu lado na mesa. Minha mãe cortava o bolo para mim.

— Ela precisa tomar o café da manhã primeiro Arthur! O que você vai resolver no centro? — ela perguntou franzindo o cenho.

— Coisas minhas Luciana. Você viu quem estava tocando na campainha hoje mais cedo?

Dessa vez ele levantou da cadeira e seguiu para a sala. Minha mãe me olhava sério como se quisesse me dizer alguma coisa, mas não sabia como começar.

— Eles vieram novamente Leica, eu não sei mais...

— Só não os deixe entrar... Eu... Pai eu estou pronta. — levantei-me num sobressalto da cadeira.

Quando o assunto era meus amigos, perdia totalmente a fome. Eu não merecia a amizade deles e sabia que fazendo aquilo, poderia afastá-los para sempre da minha vida.

— Vamos. — ele disse saindo porta afora.

A manhã estava carregada com nuvens de chuva, clima típico de Santa Maria do Herval, porque mesmo com a chegada do verão, parecia que a estação nunca mudava. Meu pai não confiava mais que eu saísse sozinha, mesmo após meses do ocorrido. Ele me deixava na casa de Dustin para depois ir me buscar, num horário certo. A mãe de Dustin fazia questão de nos levar para a reabilitação do filho. Ela era mais presente do que minha mãe nessas horas.

Desde que voltei não conversa muito comigo, ela até evitava ficar na sala sozinha, às vezes. Talvez estivesse com medo de que eu entrasse no assunto que me incentivou a viajar ano passado, mas uma hora ou outra a gente iria ter que esclarecer os fatos.

Acenei para meu pai indo embora. Dustin e a mãe dele já estavam na porta me esperando.

— Oi, como você está? — perguntei com um pequeno soco no ombro de Dustin.

— Estou bem e você? — ele respondeu sem graça.

— Se você está bem eu também estou. — falei sorrindo.

Filhos da Natureza - A Proteção Vol.2Onde histórias criam vida. Descubra agora