Capítulo 15

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— Leica você já está pronta? — meu pai perguntou

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— Leica você já está pronta? — meu pai perguntou.

— Estou sim, onde está a mamãe? — perguntei já me arrependendo por chamá-la no diminutivo. Eu a chamava assim quando criança, ou quando há alguns meses atrás, éramos melhores amigas.

Minha mãe era a culpada por afastar nós duas, porque ela queria me controlar, como se controla um animal de estimação. Literalmente eu era um bicho livre em extinção.

— Eu estou aqui querida. — ela apareceu na cozinha, colocando o avental da pizzaria. — Espera... — ela parou pensativa. — Você me chamou de mamãe? — ela franziu o cenho sem acreditar.

— Talvez Luciana! — debochei franzindo o cenho também.

Soltamos uma gargalhada descontraída.

— Olhe seus modos mocinha. — ela abriu a mão direita como se fosse me dar umas palmadas.

— Agora podemos ir? — tentei dizer naturalmente, girando a cabeça para dizer que estava impaciente.

— Claro, sua mãe vai trabalhar com a gente hoje. — ele falou jogando o resto da maça no lixo e seguiu para a porta.

Minha mãe andava na minha frente, enquanto eu olhava para o céu, na tentativa de não ver James por perto. Ela sentou no banco da frente e eu fiquei mexendo no celular no banco de trás, mandando mensagens para os meus amigos, dizendo que eles teriam que contar hoje à noite a seus pais, sobre a diretora.

— Leica, você disse mais cedo que tinha um assunto para tratar sobre a escola. O que era? — minha mãe olhou para trás e esperou minha resposta.

Assim que mandei a última mensagem sobre o assunto, ela jogou a pergunta na minha cara e agora eu precisava dizer alguma coisa, que não fizesse eles correrem para a escola e esperar o dia amanhecer, para falar com a diretora.

Sim, eles teriam coragem de fazer isso!

— Não é nada demais. Conto quando voltarmos! — falei dando meio sorriso. Ela retribuiu e olhou para frente novamente. Bufei aliviada.

Ela iria ficar uma fera comigo, quando soubesse que eu menti sobre esse assunto "nada importante" da escola. Mas mentiras faziam parte da minha nova vida, aquela era de menos.

Minha superaudição entrava em ação novamente e pude ouvir o bater das asas de um pássaro, bem em cima do carro do meu pai. Não tive mais dúvidas, era James! Associei aquele som à noite em que Marcos bateu com o carro em um pássaro preto, sendo que depois, a ave começou a voar como se nada tivesse acontecido.

Descemos do carro com alguns funcionários do meu pai, incluindo a Stefane, esperando para abrir a pizzaria. Hoje ele tinha resolvido abrir às seis e meia da noite, um pouco mais tarde como de costume. Meu pai não tinha problemas com o horário, pois ele fazia a pizza que o cliente pedia rapidamente. Se faltasse qualquer coisa, ele já comprava tudo à tarde. Percebi de cara que Marcos não estava naquele grupo. Talvez por sentir vergonha de mim, por causa da noite na boate. Será que tinha pedido demissão?

Filhos da Natureza - A Proteção Vol.2Onde histórias criam vida. Descubra agora