Assim que saímos da lanchonete e perdemos o ônibus da escola, fomos para a casa a pé. Meus amigos me encheram de perguntas sobre a minha amizade "repentina" com Dustin. Contei para eles sobre tudo e esclareci que a gente se aproximou desde as férias que fiquei sem eles. Eles estranharam como já era de se esperar, mas se controlaram em me dar broncas.
Passei pela porta da sala e já fui direto para o quarto, ignorando meus pais no sofá. Mas não deixei de perceber algo estranho que estava acontecendo com eles em frente à TV. Joguei a mochila em cima da minha cama e fui ao encontro dos dois para perguntar o porquê das risadas. Essa era hora de perguntar o motivo deles agirem tão estranhos ultimamente.
Encostei meus ombros na parede do corredor, que dava visibilidade para a sala e cruzei os braços. Meu pai fazia cocegas em minha mãe, coisa que nunca o vi fazendo antes, sem que ela não reclamasse. A felicidade dos dois era tão contagiante que dei risadas sem querer.
— Oi filha. — minha mãe parou e ficou ereta no sofá.
Os dois seguraram as risadas com os lábios comprimidos.
— Você chegou! Como foi o último dia de aula? — meu pai perguntou controlando as mãos de minha mãe em sua cintura.
— Não perceberam quando eu cheguei? — perguntei franzindo o cenho, estranhando o jeito que meu pai perguntou.
— Desculpe-me filha. A gente não viu! — minha mãe não controlou mais o riso.
Os dois soltaram a gargalhada que tanto prenderam.
— O que está acontecendo com vocês? — perguntei.
— Está na hora de contar a você. — meu pai disse me chamando para sentar no sofá junto com eles.
Os dois ficaram sérios e meu pai deu a iniciativa na conversa. Quando ele contou de forma simples e clara que os dois andavam frequentando, Terapias de Casais, no centro da cidade, eu não fiquei surpresa porque já tinha minhas desconfianças. Eles saiam no meio da tarde e às vezes pela manhã, depois que eu chegava da escola. Disse também que a terapia não era só para casais, mas para a família toda, mas quando eles me convidaram para acompanhá-los, fiquei receosa. Não queria atrapalhar esse momento único que era só deles. Eles precisavam se recuperar como casais, porque antes de mim, eles eram unidos.
— Então era isso que vocês tinham para contar aquele dia? — perguntei arqueando as sobrancelhas.
— Sim. Você vai? — minha mãe perguntou pegando minha mão.
Eles insistiram que eu fosse ao final de semana e aceitei para não deixá-los tristes.
Depois que a tarde chegou, Dora me ligou dizendo que todos me esperariam às sete horas da noite para a reunião na casa dela. Disse também que Celina queria me ver naquela mesma tarde, porque estava muito preocupada comigo e com James. Por que ela estaria preocupada comigo e James? Dora viria me buscar quando desse a hora.
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Filhos da Natureza - A Proteção Vol.2
Teen FictionSinopse: Leica Derwin pensou que seria fácil voltar para casa, depois da pequena descoberta da história do seu passado e de seus poderes. Logo ela percebe que nada é como antes, pois seus pais super protetores e a falta de Daniel em sua vida lhe...