11| make you feel my love

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11. fazer você sentir o meu amor

Eu tinha cinco anos quando perguntei pela primeira vez para a minha mãe quem era o meu pai e onde ele estava. Foi um lapso de curiosidade e quando me vi estava fazendo à pergunta para a minha figura materna. Eu tinha pouca idade, mas lembro como se fosse ontem sua resposta, pois foram duas simples palavras: Não sei.

Eu realmente não entendia na época, e continuei fazendo diversas perguntas para ela. Que respondia sem um pingo de fantasia e cheia de sinceridade. Eu não recebi uma resposta como nos filmes. Minha mãe não me falou que meu pai era a mais brilhante estrela no céu ou que ele estava em um lugar melhor. Ela não inventou uma história bonitinha para o meu eu de cinco anos. Ela simplesmente me disse que ele não ligava, pelo menos, não totalmente. Não do jeito que eu queria que ele ligasse. Ela disse que ele não conseguiria me amar totalmente, pois sempre teria outra pessoa para amar e cuidar.

Anos depois eu descobri que ele tentou ao menos mostrar o mínimo de uma presença paterna que minha mãe não aceitou. No entanto, naquela época, eu fiquei sem chão.

Aquela foi à primeira vez em que senti aquela dor no peito. Uma que se alastra por suas veias e faz você chorar até soluçar, pois você não compreende o porquê aquilo está realmente acontecendo com você.

Eu senti isso apenas uma vez depois dos meus cinco anos e foi alguns meses atrás com a morte de minha mãe. E eu acreditava piamente de que nunca mais teria tal sensação tão cedo.

Porém, enquanto andava devagar, tentando me afastar ao máximo daquele celeiro e daquele acampamento. Eu sentia-me pouco a pouco me perder dentro de mim mesma. Ainda conseguia reviver cada momento que aconteceu naquele início de tarde. Shane, o celeiro e Sophia saindo de lá... Morta, como um deles.

Meus passos eram vagos e eu simplesmente não sabia para onde iria, eu só queria sumir por algum momento. Mackenzie me abraçou até que os soluços passassem e só o vazio ficasse. Eu resolvi deixa-la ajudar os outros, já que tudo estava uma bagunça e eu estava tomando seu tempo. Ela só me deixou quando eu consegui mentir bem o suficiente para ela. Após dizer que iria apenas descansar, comecei a andar, tentando me distanciar de tudo. E quando percebo estou perto do estábulo, perto de uma das várias árvores do local.

O medo de sentir sempre foi algo que eu não gostava, eu tinha medo de sentir demais, mas não conseguia entender que mesmo involuntariamente eu sempre me entregava. E eu sempre acabava com alguma cicatriz.

Essa, tão recente, doía tanto que eu nem mesmo conseguia respirar. Essa dor me corroía, pouco a pouco. As lágrimas deixam meus olhos livremente, sem controle algum. Fazendo um caminho pelo meu rosto e marcando-o com minha tristeza. Você não entende completamente o valor que uma pessoa tem para você até perdê-la. E isso é horrível, já que a pessoa se foi e você não pode mostra-la tudo que descobriu.

SIX FEET UNDER → carl grimesOnde histórias criam vida. Descubra agora