04| do you see how they shine for you?

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04. você vê como elas brilham para você?

A rotina já me cansava. Não que eu faça muita coisa, no entanto, é exatamente por isso que já não aguentava mais. Os adultos não queriam nossa ajuda, diziam que podíamos ficar brincando, e por mais que fosse legal, as opções de brincadeiras estavam acabando pouco a pouco.

Com o tempo, Sophia e Eliza ficaram mais próximas. E mesmo que a ruiva não tenha nos deixado de lado, meu tempo com Carl aumentou, e eu não reclamava de todo modo. No inicio ficamos sem muito que fazer, mas agora qualquer coisa era uma brincadeira para nós dois.

Carl e eu passamos a ler todas as tardes juntos perto da lagoa que existia ali. Era refrescante e eu gostava de comentar sobre algumas coisas com ele. Sempre ficávamos lado a lado, os ombros se tocando e as respirações lentas. Se eu terminasse primeiro a leitura, esperava Carl acabar para virar a página e vice-versa. No final de cada ato, conversávamos sobre o que achávamos.

Nossa relação era tranquila e eu estava adorando o laço que construíamos pouco a pouco.

Naquela tarde eu ensinei Carl a fazer olhos. E ele ficou animado quando mostrou o desenho para sua mãe e ela disse que estava bom. Carl ás vezes parecia um simples menininho quando na maior parte do tempo tentava mostrar ser um garoto maduro.

Eu gostava de vê-lo assim, agindo bobamente. Ele ficava melhor desse jeito.

Já durante a noite, a fogueira era pequena e baixa para que não atraísse muita atenção. Quanto mais tempo passávamos ali sem receber ajuda, mais sentíamos que estávamos sozinhos. E tínhamos medo de que a cidade estivesse cada dia pior.

Abraço meu corpo e logo sinto Mackenzie me envolver também para barrar o frio, ficava ouvindo as histórias de Dale, e me sentia bem enquanto ouvia-o. Dale é uma de minhas pessoas preferidas no acampamento e eu adorava ouvi-lo.

E eu sempre gostei disso, ouvir histórias. É como ter memórias novas só suas. Você pode não ter presenciado a cena, mas só de imagina-la já era o suficiente.

Quando menos espero estou sorrindo ao imaginar Dale e sua esposa na praia, enquanto ela comia um milho quente com manteiga e ele observava o mar, era uma vida boa afinal. Amy também contou algumas histórias sobre seu pai, e Andrea agregava cheia de saudade.

Depois de um tempo, sobravam poucas pessoas na roda, eu ainda ouvia Glenn falando sobre seu tempo como entregador de pizza em Atlanta, e eu sabia que ele dizia aquilo apenas para mim, pois ele sabia o quanto eu adorava ouvir histórias novas. Quando ele terminou, acabamos concordando que estava na hora de irmos para a barraca.

Estava um pouco cansada, no entanto, percebo Carl sentado do lado de fora de sua barraca e acabo franzindo o cenho.

— Posso ir conversar com o Carl?

Pergunto quase em suplica para Mack. Ela encara o garoto e depois suspira.

— Não demore. — ela diz — A noite nunca é segura.

SIX FEET UNDER → carl grimesOnde histórias criam vida. Descubra agora