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O mundo de Mareesa Dallas virou de cabeça para baixo quando um vírus mortal assolou a humanidade, fazendo pessoas voltarem dos mortos sedentos por carne humana, destruição e caos. Sendo uma das vítimas desse mundo...
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08. te conhecer de novo
MAREESA DALLAS
UMA SEMANA DEPOIS
O sol fazia a minha pele ficar cada vez mais quente. Sinto meu corpo transpirar enquanto levo o carinho cheio de mudas para a pequena horta que começa a tomar forma depois de dois dias inteiros de trabalho. Havia quatro pessoas trabalhando ali na horta. Maggie comandava e dava as ordens necessárias, já que era a que mais conhecia o solo e os modos de plantio. Enid, Noah e eu apenas obedecíamos ao que a morena mandava. Os dois últimos eu não conhecia, por mais que Maggie também fosse quase uma estranha.
Os trabalhos aconteciam durante as manhãs e tardes. E eu não imaginava que uma horta pudesse dar tanto trabalho quanto aquilo, estava cansada e meus braços doíam por conta do trabalho manual que exercíamos.
Eu ainda estava me recuperando. Acabou que meus machucados realmente demoraram a se cicatrizar e minha irmã — juntamente com Hannah — estava fazendo a linha de frente na missão "Mareesa em seu tempo de descanso", como Alec apelidou. Durante cinco dias fiquei naquela enfermaria que já estava me dando nos nervos. Dr. Harlan voltou para Hilltop e pude dar um abraço em Jesus. Eu havia criado um vínculo com Paul por conta das buscas e eu sabia o quanto ele precisava de alguém, principalmente depois dos ataques dos salvadores, mas ele foi bem solícito — e incisivo — ao dizer que ele não podia me fazer escolher entre as duas opções: estava claro para ele que meu lugar era ali.
No fim, eu fiquei cinco dias naquela sala branca até simplesmente implorar para fazer algo já que estava muito melhor do que quando cheguei ou do que quando estava em Hilltop — até porque nunca parei em nenhum momento na outra comunidade —. E mesmo com todo o esforço das duas, eu disse que precisava fazer algo. Mas estar na horta também se mostrou algo cansativo. Agora pelo menos só estávamos plantando as novas mudas, o que era o mais fácil de tudo. Eu ficava em silêncio a maior parte do tempo, tentando conhecer os três por meio de suas conversas.
Eles pareciam íntimos, e por mais que conhecesse Maggie da fazenda nunca fui próxima da morena. Maggie já era uma mulher adulta e eu uma garotinha de 12 anos quando convivíamos juntas, era obvio que não criaríamos vínculos naquela época. Agora eu via o seu esforço em se aproximar, mas eu ainda estava uns passos atrás com tudo. Depois de muito tempo, passei a gostar de observar ao invés de falar — por mais que com meu grupo eu seja uma pessoa brincalhona e conversadora até demais —. Uma mudança drástica comparada a Mareesa de quatro anos atrás que falava até pelos cotovelos.
Noah e Enid não eram ruins. Noah era mais aberto, ria mais e contava piadas que me faziam segurar a risada. Eu via que ele sempre prestava atenção em minhas expressões sempre tentando tirar algo novo de mim, e eu apreciava isso. Sua forma de aproximação era quase imperceptível e eu gostava do modo como ele não estava forçando a aproximação. Já Enid era mais na dela, no entanto, percebi que a morena era bem próxima de Carl, tanto que ele ia busca-la todos os dias depois de suas tarefas para jogar algum videogame. Ele sempre me chamava, mas ainda me sentia envergonhada em interromper a rotina dos dois assim, então acabava negando para não causar atritos.
