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O mundo de Mareesa Dallas virou de cabeça para baixo quando um vírus mortal assolou a humanidade, fazendo pessoas voltarem dos mortos sedentos por carne humana, destruição e caos. Sendo uma das vítimas desse mundo...
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08.me mostre seus olhos mais uma vez
Se eu fechasse os olhos poderia enxergar a explosão, sentir o calor que o fogo emanou em minha pele mesmo a vários metros de distância. Sentir o pânico me invadir, e ouvir o som estrondoso que aquele lugar fez ao ser jogado pelos ares.
O CCD era uma armadilha, mesmo que uma muito quente e acolhedora.
A energia estava se esgotando, e isso quase nos deixou presos ali para que morrêssemos. E foi naquele momento, em que o desespero passeou pelo meu corpo, que eu tive a real certeza de que não queria morrer, não naquele momento.
Por mais que o mundo tenha mudado e que tudo pareça caos e ruinas, eu ainda queria lutar. E esse sentimento tão corajoso e forte dentro de mim me causou espanto. Sempre me achei fraca para diversas coisas, mas as circunstâncias desse novo mundo me fizeram ver muito mais do que eu sabia sobre mim.
Perdemos Jacqui naquele dia, uma mulher doce e que nos ajudou diversas vezes. Ela sempre me acompanhava nas canções que eu cantava quando estava arrumando as coisas. Ela era boa, e escolheu a morte mais rápida e praticamente indolor. Andrea quase ficou, no entanto, voltou com Dale.
Os últimos dias estavam sendo cheios de tensão e incertezas. Decidimos que seguiríamos para Fort Benning, que era o destino que Shane havia proposto. Depois daquela desilusão, eu não sabia que estava pronta para mais uma falta esperança. Nunca havia me sentido assim antes, mas estávamos perdendo um lugar atrás do outro, o que dava a impressão de que nada naquele mundo fosse seguro por muito tempo.
E pensando nisso, me apego ainda mais as palavras que Daryl me disse. Tentava acreditar mais do que tudo de que as pessoas que estavam ao meu redor tornavam qualquer lugar seguro para se morar. Eu não tinha total confiança em algumas pessoas, mas sabia que era uma questão de tempo.
Também nos separamos em poucos carros. Daryl deixou a caminhonete para trás e agora pilotava a sua moto. Eu e Mack deixamos nosso carro para trás por conta da gasolina e dividíamos o trailer com Shane, Andrea, T-Dog, Glenn e Dale que estava no comando.
Naquele momento, para passar o tempo, eu e Glenn jogávamos um jogo de cartas junto com Mack e T-Dog.
— Eu levo duas — digo sorrindo e Glenn sorri.
— Vemos que tem alguém confiante aqui — ele diz sorrindo e eu solto uma risada — Eu também levo duas.
— Eu não levo — Mack diz — Deixo essa briga para vocês.
— Estou com a Mack — T-Dog diz.
Viramos a nossa primeira carta e eu acabei levando. Depois mostramos a segunda e Glenn levou.
— Não acredito nisso — murmuro mostrando uma falsa indignação.
