16| where are you?

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16. onde você está?

MAREESA DALLAS

Meus olhos se abrem devagar. Minha boca está seca, minha garganta dói juntamente com minha cabeça. Meu tornozelo latejava e eu estava zonza. Respiro fundo sentindo cada célula minha protestar pelo mínimo movimento de meu corpo, e assim que começo a perceber as coisas ao meu redor, sei que não estou na fazenda.

O teto do lugar era de madeira, o lugar cheirava a mofo e eu estava deitada em algum lugar macio, mas que cheirava mal. Sento-me devagar, tentando ao máximo não fazer nenhum movimento brusco. No entanto, mesmo assim sinto minha visão escurecer por alguns instantes até conseguir focar em um pequeno ponto. Uma pequena porta no chão.

Volto a olhar ao redor, e percebo, sem muita dificuldade que estou em uma casa da árvore. O lugar estava realmente empoeirado, mas continha vários brinquedos masculinos, ursinhos e um tapete do Woody de Toy Story no chão. Eu estava deitada em um poof cheio de furinhos pequenos, feitos por algum bicho que no momento não recordo o nome, mas que vivia fazendo esses furinhos nas coisas da minha mãe que ela não limpava com frequência.

Tento por um momento me recordar de como vim parar naquele lugar, e é então que tudo volta de forma arrebatadora.

Então, eu lembro...

– Vai, Mareesa! Por favor – ela grita – Corre!

Sinto meu ar sendo expulsado dos pulmões com violência quando simplesmente começo a correr, nada parecia realmente nítido na minha frente e tudo que consigo sentir é um medo bruto e irracional. Eu tremia e tudo em mim doía como o inferno. Minhas lágrimas impossibilitavam uma boa visão do caminho, e enquanto eu corria o mais rápido que meu pé machucado e minha cabeça latejando permitiam. Tudo que consigo ouvir são os gritos cortantes de Laura quando o bando chega até ela.

Sinto dor em seu tom, sinto dor em meu corpo.

Era como se cada mordida fosse feita em mim enquanto digo um simples "me desculpa" e volto a correr.

Ela salvou minha vida.

No entanto, do que valia?

Eu já me sentia morta. Estava sozinha, machucada e perdida. Minha visão estava turva e meu corpo pedia por um descanso, mas qualquer mínimo segundo podia resultar em algo ruim.

Eu corro e corro. Simplesmente faço isso no modo automático, pois já não sinto que posso pensar. Tudo em mim parecia desligado, no entanto, aquele instinto parecia me manter correndo. Ouço aquelas coisas, sei que ainda me seguem. Eles não tinham o porquê parar, não sentiam dor, sede ou qualquer coisa além da fome por carne humana.

Meus pulmões queimavam como brasa e respiro fundo quando paro por alguns segundos, minhas esperanças morrendo pouco a pouco.

— Não entre em pânico — sussurro a primeira regra que Daryl me deu. — Pare, pense, olhe e trace um caminho — sussurro a segunda regra.

SIX FEET UNDER → carl grimesOnde histórias criam vida. Descubra agora