02| the boy from the bottling

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02. o menino do engarrafamento

Dois meses haviam se passado desde o meu aniversário.

E algo estava acontecendo. Eu não sei muito bem o que é, mas é algo tão sorrateiro que as mudanças só começaram a me assustar quando estavam em um nível surreal. Minha irmã insistia em dizer que tudo estava bem, mas eu sabia que não estava.

Mackenzie no meu aniversário disse que eu era oficialmente uma adolescente, mas ela ainda me tratava como uma criança quando algo ruim está acontecendo. Eu já estava de férias do colégio há um mês e as aulas voltavam no inicio do próximo mês, mas Mackenzie já não me deixava sair sempre de casa.

A vizinhança comentava sempre sobre ataques do outro lado do mundo, em que pessoas atacavam as outras, arrancando pedaços, mordendo-as. Um massacre. Porém, tudo começou a tomar proporções maiores quando um ataque aconteceu em Atlanta, à mídia tentou abafar o caso, porém as noticias corriam rápido e logo tiveram que ser sinceros com os estadunidenses.

Os jornais passaram a alertar a população sobre um vírus e percebi que a minha vizinha ao lado parecia ter feito um estoque de comida na manhã anterior.

Laura havia me ligado na semana anterior dizendo que até mesmo os amigos de seu avô estavam alertados sobre o que estava acontecendo no mundo, mas que na fazenda em que ela estava tudo parecia tranquilo demais. Ela até mesmo disse que havia achado uma casa na árvore antiga de seu avô que era usada agora pelo seu irmão mais novo.

Ela também disse que estava com saudades, e eu também estava. Laura era minha amiga e eu estava me sentindo sozinha demais tendo que ficar em casa como se estivesse presa.

E como estava muito curiosa com tudo, não foi difícil fingir estar dormindo enquanto Mackenzie conversava ao telefone. Eu sabia que isso não era certo, mas eu precisava de respostas.

— No hospital as coisas estão ficando estranhas — ela diz. — Não falaram nada para mim, mas pediram para todos os pacientes em fase terminal fossem para um lado do hospital e tem muita vigia lá, com homens armados.

Ela fica um tempo em silêncio até voltar a dizer algo.

— Se isso não é real Dixon, como podemos explicar as pessoas saindo da cidade grande? Os noticiários estão alertando todos, e parece que as coisas estão feias. Tem abrigos sendo feitos... Isso é algo sensacionalista para você? — ela pergunta ao telefone, e chuto que ela estava conversando com Daryl. — Você é cético demais, Dixon. Sim, eu já pedi para Maree não sair de casa, ela está me obedecendo mesmo à curiosidade dela não ajudando nessa tarefa — ela diz. — Por que não Daryl! Não quero que ela saiba que há uma chance de mortos estarem voltando à vida.

Ela diz e eu sinto um arrepio passar pelo meu corpo. Eu ouvi uma conversa enquanto cuidava do jardim, e acabei achando boba a suposição da minha vizinha. Porém, se até Mackenzie pensava nisso, tudo se tornava mais real. Eu não queria sentir, mas percebi o medo correndo em minhas veias.

SIX FEET UNDER → carl grimesOnde histórias criam vida. Descubra agora