— Lina, acorde!! Lina!!!
Meu corpo estava sendo chacoalhado de um lado para o outro. Gemi, e me desvencilhei da insistente mão que ousava atrapalhar o meu sono.
— Me deixe dormir....
— Não, nada disso. Você tem que acordar.
Meus olhos piscaram, com uma certa dificuldade para se adaptar a claridade. Quando por fim consegui, examinei ao meu redor em busca da pessoa que tanto gritava enlouquecida.
— Lavínia! Droga, você não dormiu? — resmunguei levando meu cobertor ao rosto.
— Ah, não. Por favor, acorde.
Sem jeito, afastei o cobertor e ralhei com ela:
— Se à casa não estiver em chamas eu vou te matar.
Lavínia sorriu meio de lado e deu um longo suspiro:
— Quase. — Sentou-se na cama ao meu lado e olhou em meus olhos, pude sentir um pouco de tristeza — Hoje vai haver Lua Blut, preciso que esteja acordada. Terá o ritual místico...
— Calma. — A pausei, tentando entender alguma coisa do que ela estava falando — Primeiro, o que é Blut?
— Lua de Sangue.
— E o que isso tem a ver com meu sono?
— TUDO! — Exclamou afoita —Como vai conseguir dormir com a lua de sangue? Sua fera nunca deixará.
Suspirei.
— Quem está impedindo meu sono é você, Lavínia.
— Levante-se, por favor, preciso de você.
A carinha triste e de gatinho abandonado acabou funcionando, pois logo eu me levantei e segui para o banheiro me trocar e lavar o rosto.
Tinha subido logo no começo da noite e acabei agarrando no sono, sem comer e ainda chateada pelo o comportamento de Gabriel.
— Certo, vamos descer.
Os olhos de Lavínia brilharam, assim que entrei no quarto.
— Certo, agora me explique como isso funciona.
Estávamos no correndo, indo em direção ao salão principal.
— A cada trinta anos, todos os lobos se juntam para receber a Lua Blut. Existe rituais místicos onde o macho encontra sua parceira, tudo por conta do cheiro; ele se torna mais intenso, poderoso, possibilitando encontra-la em qualquer lugar independente da distância. A troca de sangue entre os parceiros, que ocorre com a mordida é considerada um frenesi. Algo tão forte e único que é difícil controlar.
— Uau! e você só me fala isso hoje?
Eu ouvi atentamente a sua explicação. Isso tudo era a mais pura loucura. Ainda assim, ela poderia ao menos ter me alertado.
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LINA
WerewolfE se você roubasse da natureza? Senti a morte me envolver. Como uma falsa protetora capaz de me dar e exigir de volta. Lágrimas contidas derravam copiosamente sem permissão. O vento. Sem rumo que saiam das minhas narinas ficavam cada vez mais fraco...