E se você roubasse da natureza?
Senti a morte me envolver. Como uma falsa protetora capaz de me dar e exigir de volta. Lágrimas contidas derravam copiosamente sem permissão. O vento. Sem rumo que saiam das minhas narinas ficavam cada vez mais fraco...
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A FRAQUEZA que a luz da lua transmitia deixava tudo mais mágico e sobrenatural.
Gabriel continuava me olhando com aqueles olhos dourados, como se fosse pular em cima de mim a qualquer momento. Eu até tentava me convencer de que aquele olhar, quente, intenso, cheio de desejo, não me afetava. Porém, meu corpo e minha mente não estavam em sintonia hoje.
Pelo contrário, quanto mais olhava para Gabriel, mais louca que desejo eu ficava. Parecia um ímã. Talvez seja coisa da lua....
É só podia ser isso.
Pouco tempo depois, de assistir Gabriel e os outros lobos em ação. Uivando, indo em disparado para dentro da floresta. Como cães raivosos no cio. Meu corpo começou a sentir umas pontadas, de início foi algo leve; como uma picada de abelha. Mas, de repente, senti uma dor avassaladora obrigando-me a segurar em Lavínia.
— Lina!
Exclamou em pânico.
— Está tudo bem. — A tranquilizei, ergui meu corpo e fitei Lavínia. Que me recebeu com seus olhos vermelhos cheios de preocupação.
— Aconteceu, não é?
— O que é isso? Por que sinto essa dor?
— Não tem como fugir, Lina. O seu parceiro te chama...
Assim que me virei em direção a Gabriel, por instinto. A dor aumentou. Foi como uma chicotada dada sem piedade em minhas costelas, gemi, curvando-me novamente.
— Lina, por favor, não sofra. Apenas aceite seu destino.
Me afastei dela como se estivesse coberta de espinhos, a olhei, o odeio tomando conta da minha boca:
— Meu destino, sou eu quem faço.
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Segui correndo para dentro da floresta, estava escuro, só o reflexo avermelhado da lua iluminava meu caminho. Porém não me importei, se tinha que sofrer mais uma vez essa dor, que fosse longe de todos. Principalmente de Gabriel.
Respirei fundo e me apoiei em uma árvore, em uma tentativa de ter algo solido caso eu caísse no meio do nada.
