Não sem lutar

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— Saudades? — ele disse

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— Saudades? — ele disse. Se aproximando em minha direção. Seus olhos me comendo sem pudor, parando em pontos que ele já conhecia muito bem.

— Não chegue mais perto. — Gabriel avisou, indo e ficando à minha frente. — Ou eu te mato.

Hans olhou de mim para Gabriel, e não demorou muito para entender o que havia acontecido.

— Como ousa sofrer uma Verbindung com minha mulher, porra? — rosnou.

Gabriel o olhou de forma ameaçadora. Como se só com o olhar, conseguisse aniquila-lo.

— A mulher é minha. Aliás, estava destinada a mim.

Com essa provocação, Hans deu um passo em direção a Gabriel. Com uma raiva de cegar, mas antes de chegar até nos, foi impedido por Ambrósio.

— Fica calmo garoto, não queremos uma guerra aqui.

— Ora, não seria guerra amigo. Aniquilaria esse aí, como uma poeira em um móvel. Rápido e mortal.

— Já chega! — Alguém gritou. — Temos uma reunião a prosseguir. Ambrósio, controle seu homem.

— Vá! — Ambrósio ordenou a Hans.

Antes de cumprir à ordem, Hans dirigiu-me um último olhar; e confesso que o que vi neles não me agradaram em nada. Raiva. Rancor. Um ressentimento que dava asas a minha imaginação. Esse confronto ainda não havia acabado.

Voltamos a sentar na mesa de magno junto com os outros. As apresentações foram feitas. Três anciões e quatro líderes dos clãs, Geist, Feuer, Luft, Erde. Pela a maneira como todos me olhavam, ficou obvio que eu era mais do que uma simples curiosidade. O quê, eu não fazia ideia.

— Bem, vamos ao assunto que nos trouxe aqui. Em primeiro lugar, fico feliz que a loba resolveu aparecer. Pois não aceitaria o contrário. Estávamos todos muito curiosos com a chegada dela... — O ancião me fitou, enquanto continuava o seu blábláblá. — Mas infelizmente, não conhecemos a real veracidade da lenda. Sendo assim, sugiro ao conselho aprisionar à loba até testarmos de veras o seu poder.

— O quê?? — Gabriel vociferou ao meu lado. — Vocês só podem estar de brincadeira!

— Controle-se, Sr. Wasser.

— A por favor, isso é uma palhaçada! Ela não vai ficar presa como um rato de laboratório! Nunca!

O ancião voltou a pedir que Gabriel se acalmasse. Mas a sua postura estava irredutível. Arrependi-me naquele momento de ter pisado aqui, foi na tentativa de ajuda-lo que acabei piorando tudo. Sem escolhas, me pus de pé e fiquei ao lado de Gabriel. Sua tensão passando por minha pele. Busquei o olhar de uma única pessoa; mas o que falei foi dirigida a todas.

— Em primeiro lugar, não sou propriedade de ninguém. Em segundo, não vou ficar em lugar algum. Em terceiro, vão se foder!

— O quê? — Ambrósio gritou.

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