Socorro....
Lina....
Socorroooo!!!!
Acordei sobressaltada.
Meus olhos piscaram, aturdidos, enquanto o quarto ganhava foco diante de mim. Respirei profundamente, tentando desanuviar o sonho sombrio que me deixou totalmente em pânico.
Se não fosse por sentir Gabriel ao meu lado, respirando, vivo, podia jurar que o sonho tinha sido real. As cores eram tão vividas e a angustia era tão palpável que por um momento me vi diante do meu fim.
Afastei as cobertas com cuidado para não acordar Gabriel e me levantei. Meu corpo ainda estava trêmulo, mas não queria acorda-lo e o deixar preocupado.
Até porque, ele devia estar muito cansado. Depois do rito, Gabriel me trouxe para o quarto e fez amor comigo. Inúmeras vezes, porém, com mais carinho e amor. Fora das paredes do quarto ele podia ser o lobo alfa, um homem temido, mas dentro ele era apenas o meu Gabriel; doce e carinhoso.
A experiencia do rito foi incrível. Nunca imaginei que podia sentir tanto prazer na vida, mas me alegro em saber que estava completamente errada. Gabriel soube me deixar entregue e foder com minha mente, deixando com que meus medos e receios fossem transformados em prazer.
Sem contar no poder que emergia dos casais à nossa volta, o cheiro de desejo e amor que passava como vento por nossos corpos.
A minha inquietude talvez fosse por causa disso, ou não. Então para não o acordar com minhas passadas de um lado para o outro no quarto fui para a cozinha.
Talvez um leitinho morno me ajudasse a dormir.
Olhei para o relógio de parede ao passar pela a sala e fiquei surpresa em ser apenas uma da manhã, cheguei na cozinha e peguei um copo vermelho no armário, abri a geladeira, coloquei o leite quase no topo do copo e coloquei no micro-ondas.
Esperei os quinze minutos e tirei. Sempre gostei de leite, principalmente em pó. Era meu segundo vicio depois do café, então tomei sem dificuldade quase todo o conteúdo do copo. Estava me sentindo até um pouco melhor, a tremedeira já havia passado e talvez era só disso que eu estava precisando para voltar a dormir.
Lavei o copo e o sequei, deixando no mesmo lugar. A cozinha deles era sempre impecável. Tudo em seu devido lugar, graças a uma senhora que morava na aldeia que vinha todos os dias. Trocamos algumas palavras, mas apenas quando servia o almoço ou a janta. Em outras ocasiões ela apenas me cumprimentava e voltava ao seu serviço. No começo achei que o problema era comigo, mas com o passar dos dias percebi que ela fazia isso com todos. Sem profissional.
Segui de volta ao quarto, demorando um pouco na sala. A noite estava fria e o vento não estava para brincadeira, enrolei o robe mais firme em meu corpo e olhei pela a janela.
A noite parecia está alheia a minha insônia. Normalmente as noites eram sempre assim, calmas, estreladas, frias. Talvez por terem construído a aldeia em cima de uma montanha, tornando tudo ainda mais belo.
Sai da janela e caminhei para o quarto, estava decidida a me enterrar nos braços de Gabriel e esquecer do meu pesadelo quando um barulho de passos me chama atenção.
Me virei bruscamente, mas o corredor estava vazio.
De repente, do nada, uma sombra começa a aparecer na minha frente. Fico olhando para ela fixamente enquanto, aos poucos, uma figura humana começa a ganhar forma na minha frente.
Então entendi o que estava acontecendo: magia!! A mulher era uma bruxa!
Dei um passo para trás em defesa e a encarei. Parecia jovem, no mundo humano eu lhe daria no máximo vinte dois anos, estava usando um vestido preto longo com rendas e uma capa enorme da mesma cor. Sua pele era alva, translucida, combinando perfeitamente com seus fios loiros.
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LINA
WerewolfE se você roubasse da natureza? Senti a morte me envolver. Como uma falsa protetora capaz de me dar e exigir de volta. Lágrimas contidas derravam copiosamente sem permissão. O vento. Sem rumo que saiam das minhas narinas ficavam cada vez mais fraco...