A floresta parecia muito menor com Gabriel e Klaus no mesmo lugar. Ele até tentou manter suas emoções sob controle, claro, isso até Klaus me pegar por trás em um golpe de defesa.
— Mantenha-se apenas focado em ensinar os elementos, Klaus, dessa parte eu mesmo cuido.
Klaus murmurou uma blasfêmia e fez um gesto com a mão. Um pequeno redemoinho se formou na palma da sua mão rodando perfeitamente como um pião. Fiquei observando a cena fascinada.
— Concentre-se, Lina. Mantenha o foco ao seu redor. Sinta o ar e libere ele como se estivesse dentro de você. Como se fosse uma extensão sua.
— O que eu faço? O que eu digo, Klaus?
As suas instruções pareciam claras, mas era difícil saber o que fazer.
— Lina, não precisa fazer nada. Confie em você, em seu pode e o libere.
Fiz o que ele pediu. Confiei em mim, lembrei do dia em que o tornado foi em direção ao Gabriel. Da sensação que senti enquanto tentava contorna-lo e estendi a mão.
Um começo de um vento surgiu na minha palma, apenas um vento preciso no lugar. Mas sem nenhum formato aparente. Olhei para Klaus, com a expressão neutra me mandou aumentar o controle em cima do vento. Pensando em algo maior.
Tentei e nada. O vento ainda era o mesmo. Igual quando você tenta fazer um fogo e sai uma faísca.
Klaus não desistiu, se aproximou novamente de mim e pediu que eu esquecesse tudo que tivesse ao meu redor. Que fosse mais precisa. Não podia controlar um poder se não acreditasse nele. Cansada, fiz mais uma vez. Acreditando não só em mim, mas no poder que meu corpo tinha.
Uma forma de espiral começou a se formar, Klaus me olhou admirado.
— Aumente! — ordenou, sua voz audível ao meu lado — deixei-a fluir...
Fiz o que pediu, sentindo o cansaço ganhar o meu corpo. Ainda assim, o espiral ganhou uma proporção maior. Quase cobrindo toda a minha mão, sorri, sem acreditar que eu estivesse mesmo fazendo aquilo.
— Está rodando!
Gabriel tinha um sorriso no rosto e uma expressão orgulhosa.
— Sim minha liebe, você conseguiu.
— Lina, solte-o no chão e aumente de tamanho.
— O quê? — Arregalei os olhos para Klaus, seu pedido me pegando de surpresa. — E se eu não conseguir?
— Você vai, tenha mais fé no seu poder. Pois ele é grande, uma força descomunal da natureza. Tudo que tiver ar nos controlamos.
Assenti. Inclinando minha mão em direção ao chão e jogando à espiral. Ela permaneceu no chão, rodando. Klaus gritava ordens para pensar nela de forma mais ampla, aumentando-a. Fiz, pensei em algo grande e direcionei ao pequeno redemoinho.
A forma dele foi aumentando gradativamente e meu sorriso bobo foi junto, sem acreditar que eu estava finalmente controlando os meus poderes. Descobrindo uma parte de mim.
— Isso! — comemorou Gabriel com um orgulho vivo na voz. — Você é incrível!
Eu sabia que ali ele não estava me vendo apenas como parceira, mas como à sua igual. Uma loba forte, que estava determinada a aprender.
Klaus foi embora assim que nosso treino acabou, parabenizando-me e pedindo que eu continuasse treinando mais. Pois aquilo era apenas um terço do meu poder.
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LINA
WerewolfE se você roubasse da natureza? Senti a morte me envolver. Como uma falsa protetora capaz de me dar e exigir de volta. Lágrimas contidas derravam copiosamente sem permissão. O vento. Sem rumo que saiam das minhas narinas ficavam cada vez mais fraco...