Eis algo que eu detesto que as pessoas façam comigo: repreender-me. Isso é ridículo.
Gabriel passou quase todo o caminho de volta a sua casa discutindo, onde só quem tinha voz era ele. Lavínia, apenas ficava em seu canto, calada, sem esboçar nenhuma reação contra a ira do irmão.
— Não sou criança. Sei que posso ter agido de forma errada, no entanto, pare de repreender-me. Não sou sua propriedade.
— Mas é minha mulher!
Encarei seu rosto irado pelo o retrovisor, desejando estar em um local mais apropriado para conversarmos.
— Então não me faça arrepender-me disso.
Foi como um tapa em seu rosto. Seu olhar magoado encontrou o meu e ele indagou em um tom baixo, como um sussurro triste:
—Está arrependida?
Estacionei em frente ao casarão. Com um suspiro fundo, desliguei o carro e olhei para Gabriel. Era apenas seu reflexo, mas era como se estivéssemos de frente uma para o outro.
— Ainda não.
E era verdade. Não me arrependia de ter me envolvido com ele, de ser dele, mas a sua obsessão de certa forma estava pesando em nossa relação. Me sentia sufocando e me assustava que ele fosse a pessoa que estava puxando a corda.
— Não queria isso.
Ele sussurrou, e vendo sua expressão desolada me fez sentir como uma megera.
— Talvez não. Mas fez. — O respondi.
Abri à porta, mas antes de colocar um pé para fora, fui surpreendida por Gabriel. Que como um passe de mágica e uma velocidade invejável, estava parado impedindo-me de sair.
— O que foi?
— Fique aqui. Você está nua. E tem muitos homens aqui, vou buscar algo para cobri-la.
— Tudo bem.
Ele pareceu surpreso com minha resposta. O quê? eu também não queria ser exposta dessa maneira. Sou sensata. Por mais que pense o contrário.
Depois que Gabriel se afastou, com sua bunda linda e redonda à amostra, me acomodei melhor na poltrona do carro e fitei o teto. Pensando.
— Ele te ama muito.
Lavínia se pronunciou pela à primeira vez.
— Eu sei. — Suspirei — Não sei como agir com ele.
— Você não foi criada por nossos costumes. É compreensível que os atos dele lhe causem medo, duvida, mas não deixe isso atrapalhar o relacionamento de vocês.
— Eu não sei, Lavínia, a vida de Gabriel estava muito melhor sem a minha chegada. Agora esta fugido, contra seu povo, talvez seja melhor...
— NÃO. — disse com veemência — Não é melhor. Sei o que está pensando, isso iria destruí-lo. Não sente o mesmo?
— Sinto. — Confessei com pesar — Por isso, não quero prejudica-lo.
— Não vai, acredite. Gabriel é um líder, um homem forte, não se curvara por ninguém. Dará sua própria vida para te defender.
— Esse é meu medo.
Gabriel abriu a porta do carro e estendeu um manto em minha direção, aceitei, me cobrindo e saindo logo em seguida. Lavínia fez o mesmo, ficando ao meu lado enquanto esperávamos os quatros homens caminharem em nossa direção.
Todos já estavam vestidos. Dois com roupas que visivelmente não lhe pertenciam, porém caiam--lhes bem que qualquer maneira.
— Lina, esses são Klaus e Joachim. — Gabriel apresentou.
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LINA
WerewolfE se você roubasse da natureza? Senti a morte me envolver. Como uma falsa protetora capaz de me dar e exigir de volta. Lágrimas contidas derravam copiosamente sem permissão. O vento. Sem rumo que saiam das minhas narinas ficavam cada vez mais fraco...