Capítulo 6

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Ele começou a morder meu pescoço e se posicionou em cima de mim, coloquei minha mão por dentro da sua camiseta preta e senti sua pele quente contra a minha. Ele se voltou para a minha boca e a beijou ferozmente.
Gabe ergueu minha camiseta e começou a beijar minha barriga, ele nunca tinha feito isso antes, ninguém nunca tinha feito isso antes, acabei soltando um gemido baixo que fez com que ele risse contra minha pele, odiei ele por isso, mas não o suficiente para mandá-lo parar.
Quando ele estava prestes a tirar sua camisa, alguém bateu na porta, é eu não tinha sorte mesmo.

- Gabe posso entrar? – Não estava acreditando naquilo, era a voz da Beth. – Amor abre a porta.

- Amor?! – Perguntei olhando para ele.

- Vou pedir para ela parar com isso, mas convivo com Beth há...

- Abre a maldita porta. – Disse a ele.

- Beth... – Gabe começou a dizer quando abriu a porta, enquanto meio que se arrumava na roupa amassada.

- Nada de relações sexuais hoje Gabe. Quero conhecer melhor Jasmim. – Não sei se foi de raiva ou de vergonha, mas minha cara estava queimando.

- A gente não... – Comecei a me defender.

- Minta, mas não insulte minha inteligência. – Rebateu Beth.

- Certo. – Certo?! Estava dando satisfações a ela?! Era o fim.

- Vou descer Jasmim, vou tomar algo e já volto. – Não queria ficar ali sozinha com ela, mas acho que não tinha escolha, porque Gabe não esperou resposta e já estava fora do quarto. Olhei para Beth e seus olhos azuis brilhavam, o assunto ia ser interessante ao menos do ponto de vista dela.

Beth sentou na cama comigo, em uma proximidade meio alarmante eu diria e começou a mexer em meu cabelo, aquilo era bem estranho levando em conta suas preferências sexuais.

- Seu cabelo é muito bonito. – Disse ela.

- Obrigada o seu é... – Pensei na palavra mais adequada. – Diferente.

- Acabei adotando o estilo, depois que um caçador cortou meu cabelo com um canivete, quando era mais nova – Droga, não dava uma dentro.

- Sinto muito. – Disse com toda a verdade que pude, seu olhar ficou triste por um momento, gelado.

- Gabe o matou para me vingar. – Que duvida?!

- Imagino que sim.

- Porque tanto ciúme? – Beth me encarava com aqueles seus olhos azuis, droga ela tinha farejado meu sentimento.

- Para falar a verdade não sei. – Não estava mentindo, não sabia mesmo.

- Sabe homens não é bem o que eu curto.

- Oh. É... Gabe me disse. – Estava vermelha, essa conversa era muito surreal para mim.

- Então pare de se preocupar a toa, de qualquer maneira Gabe é meio obcecado por você.

- É? – Gabe não do tipo que demonstrava muito, então ouvir aquilo era bom e devo ter parecido ridícula, pela cara da Beth.

- Claro que é. Antes de assumir com você, deu o maior rolo aqui em casa por sua causa, mas Gabe brigou com todos, ele lutou muito para poder ficar com você, valorize isso.

- Eu valorizo. – Falei rapidamente, ela achava que eu não fazia isso?!

- Valorize sempre, quando as coisas estiverem ruins se lembre disso. – Beth sabia ser madura e criança ao mesmo tempo.

- Vou me lembrar disso. – Falei tentando inutilmente não pensar em como as coisas poderiam ficar ruins.

- Mudando de assunto... – Lá vinha à parte criança, aquele sorriso era maroto demais para ser um assunto serio. – Sua amiga arrasa.

- Ana Paula?

- Sim. Muito gata.

- Bom acho que Danny chegou primeiro. – O que deveria dizer a ela?! Que papo era esse de sua amiga é muito gata?!

- Danny é um saco mesmo. – Ela parecia bem decepcionada.

- De qualquer maneira acho que Ana, não é... Não iria... – Estava me enrolando toda nisso.

- Não? Ah que saco.

- Acho que não. – Disse dando uma risada.

- Fazer o que, ano que vem vou estudar com vocês, vamos ver se acho umas gatinhas.

- Você vai o que? – Havia ouvido direito?!

- Vou para a Nilo Cairo. – Ela dizia assim tão... Calma, como se aquilo não fosse nada.

- Fazer o que?

- Nossa você nem disfarça a indignação né? – Beth fez biquinho e tive que me controlar para não rir disso.

- Beth não é isso, mas Gabe disse que talvez ele e Danny fossem sair do colégio, porque não precisam estudar, estavam lá só para... – Parei a frase aí, ia dizer que "estavam lá só para achar o caçador, mas ele é meu pai, não precisam mais freqüentar a escola", mas achei uma boa idéia não dizer mais nada.

- Sim, eles não precisam estudar mesmo, já tivemos varias aulas em casa e Gabe já começou a faculdade uma vez. – Hum, não sabia disso, lá estava o maldito ciúme de novo. – Mas ainda não achamos o chefe dos caçadores e temos certeza que ele é pai de algum aluno, então vou para lá também dar uma força.

Isso era péssimo, iam descobrir que era meu pai, iam matá-lo ou então ele ia matar os sugadores, ia atrás de Gabe, meu desespero começou a aumentar, Beth segurou minha mão.

- Porque tanto medo? – Demorei uma fração de segundo para inventar uma resposta.

- Gabe vai querer ficar só com você Beth. – Falei tentando parecer com ciúme, mas não era isso que estava sentindo, essa historia com meu pai ainda ia nos perseguir e muito.

- Claro que não Jasmim, pare de ser boba. – Disse Beth divertida e por sorte Gabe apareceu na porta.

- Atrapalhando? – Perguntou ele.

- Gabe, Jasmim está surtando aqui de ciúmes. – Disse Beth levantando e indo para o lado dele. Gabe me lançou um olhar e na hora percebeu que eu não estava com ciúme.

- Beth nos deixe sozinhos um pouco. – Ela fez beicinho para ele. – Estou implorando Beth.

- Tudo bem amor, depois conversamos mais. – Não sabia se esse "conversamos" era para mim ou para Gabe, estava mais preocupada com o "amor" da frase.

- O que foi? – Ele me perguntou assim que ficamos sozinhos de novo.

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