Suzana narrando
Jurei que não estava acreditando que ele realmente estava aqui na minha. Mas ele era muito cara de pau mesmo.
— Eu vim te buscar.— eu revirei os olhos encarando o buquê que ele estava segurando.
— Você acha mesmo que esse buquê vai mudar tudo que aconteceu?— ele passou por mim irritado.
— Na moral, eu não sei o que vocês que eu faço.— ele se jogou no sofá.— Era pra eu tá puto com vocês, mas eu tô de boa caralho. Tô fazendo tudo que você e a Thaís mandam pra tentar consertar nosso casamento.
Realmente ele estava se esforçando muito, mas eu ainda estava puta com ele. Desde que tudo aconteceu que ele não me toca, muito mal ele olha na minha cara.
Parece até que tem nojo de mim.
— Me diga o que eu posso fazer , eu juro que não sei o que eu fiz pra você estar assim desse jeito.— ele abriu.— Desde que voltamos da casa da Suelen tu assim, toda estranha comigo.
O Talibã apareceu de surpresa na casa da Suellen pra me buscar, passamos alguns dias com eles e nenhum desses dias ele sequer tentou me beijar. Eu me senti a pior pessoa do mundo.
— Não adianta fingir Alex, eu sei que você não me ama mais e eu entendo. Afinal de contas, eu traí você.— senti as lágrimas que eu estava segurando, rolar pelo meu rosto.
Droga, eu não queria chorar na frente dele.
— De onde tu tirou isso?— ele perguntou.
— Você não me procura mais, Alex. Nem olhar na minha cara você consegue...
— Não é por que eu não te quero ou não te ame mais.— Ele se levantou e parou na minha frente.— Eu estava te dando espaço Suzana, eu sei que você ficou muito abalada com tudo que aconteceu. O defunto do Baiano te obrigou a fazer sexo com ele, eu não queria trazer mais traumas você tentando fazer sexo com você.— ele limpou o meu rosto.— Eu te amo pra caralho e amo a nossa família, eu tenho feito de tudo pra gente o que éramos antes de toda essa merda acontecer.
— Eu achei que você estava me odiando.— ele negou com a cabeça.
— Eu seria louco se transferisse uma culpa que não é sua pra você. Amor, você foi a vítima e eu jamais vou me perdoar por tudo que te aconteceu.
Eu estava impactada com as suas palavras, eu me culpava pelo mal que se acometeu em nossa família. Eu menti para eles, armei pra separar eles dois.
— Vamos voltar pra casa amor, a Thaís tá me deixando louco indo pro Chapadão. Eu não sou ninguém naquela casa sem vocês, sem a nossa família.
Ele conseguiu me convencer, voltei para penha com ele na mesma noite. Depois da nossa conversa, eu consegui tirar um peso do meu peito. Agora eu acho que finalmente nossa família vai voltar ao normal.
Já resolvi com a Thaís, na verdade eu implorei pelo perdão dela. Foi uma conversa boa, onde nós duas colocamos tudo que estava engasgado para fora. Eu sei que ela estava mais magoada do que eu, mas ambas tinham coisas para falar e conseguimos resolver tudo.
— Finalmente chegamos.— o Talibã falou destravando a porta do carro.— eu nem tinha percebido que ele não tinha ido para Penha.
— Que lugar é esse, Alex?— perguntei vendo estávamos em um condomínio de luxo.
— Vamos morar aqui a partir de agora.— eu olhei pra ele sem entender nada.
— E como vai ficar a penha?
— Do mesmo jeito.— ele deu de ombros.— Eu não quero mais vocês morando em favela, é muito arriscado pra vocês. Ainda mais com a Thaís quase parindo.— ele falou tranquilamente.
— Então nós duas vamos morar aqui sozinhas e sem você?— ele assentiu com a cabeça.
— Eu vou vir todo Final de semana pra cá, aqui tem segurança 24h por dia. Tem uma escola a poucos quarteirões daqui.— ele não estava se ouvindo falar, não é possível que depois de tudo que aconteceu e vem com uma dessa.— Gostou da casa?— A casa era perfeita, uma verdadeira mansão.
— É linda, mas eu só entendi uma coisa.— fiz uma pausa.— Você não morar aqui com a gente?— ele negou com a cabeça.
— Tu sabe que é complicado, eu tenho que ficar na Penha...
— Eu já entendi Talibã, já entendi que você tá despachando a gente pra uma mansão luxuosa pra ficar soltinho na penha.
— Caralho... Tu tá ficando maluca, eu não disso nada disso.— eu saí andando e entre o na casa batendo a porta na cara dele.
— Ele acha que eu sou idiota.— falei enquanto ele ficava batendo na porta.
— Pelo visto ele te contou a ideia magnífica que ele teve.— A Thaís desceu as escadas.
— Onde estão as crianças?— perguntei.
— Brincando na sala de brinquedos, ele pensou em tudo.— ela soltou o ar pelo nariz e alisou a barriga.— Bom, eu vou esperar ele ir embora e depois eu vou pro Chapadão.— Ela sentou no sofá.
— Você não ficar aqui comigo?— ela negou com a cabeça.
— Até parece que eu ficar presa nessa casa, duvido muito.— gargalhou.
— Eu posso ir com você, não quero ficar e eu estou com raiva do Alex.
— Bem vindo ao clube, ele só está vacilando.— deu de ombros.
— Thaís.— ela olhou pra mim.
— Estamos bem? Você realmente me perdôo pelo que eu fiz.
— Já disse pra esquecer esse assunto, estamos bem e é isso que importa.— Ela bateu no sofá ao lado dela.— Senta aqui, eu te contar o que estou planejando pro chá de bebê da Camille.— eu corri e me sentei ao lado dela.
A Thaís descobriu que era uma menina um tempo atrás, é claro que o Alex ficou radiante. Agora ele tem três meninas e três meninos. Daqui a pouco ele vai montar um time de futebol.
— Então é isso, as madrinhas da Camille já estão me ajudando em tudo.— Fiquei triste por ela não ter me chamado pra ser madrinha, mas entendo o lado dele.
Eu também já sou madrinha do Juninho junto com a Alícia.
— Tu sabe que ele vai surtar quando descobrir que você vai fazer o chá de bebê no Chapadão e não na penha.— ela deu de ombros.
— Como se eu ligasse pra isso, ele não está no direito de escolher nada.— eu ri negando.
— Acho que ele já foi embora, vou pegar os meninos e podemos ir.
— É hoje que ele vai pirar quando descobrir que as duas mulheres dele estão no Chapadão...
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Entre Nós, o crime 3
Teen FictionRebecca é uma jovem que sonha com o príncipe encantado, mas vivendo no Chapadão esse príncipe nunca apareceu. Até que um dia ela foi salva pelo Ligeiro, no qual ela tinha já uma quedinha. Foi assim que eles engataram em um relacionamento. Ligeiro er...