Capítulo 2

8.4K 571 16
                                    

Rebecca Narrando

Sete dias depois...

Depois daquele dia o Juliano não falou mais comigo, eu contei pra Jandira o que aconteceu. Ela falou que não era pra eu me preocupar com ele. Mas, o Juliano tem um comportamento estranho quando se trata de mim, isso eu já percebi.

Sei que pode até parecer coisa da minha cabeça, mas o jeito que ele me olha e modo que ele falou comigo naquele dia não foi cuidado de primo. Agora parando pra pensar, depois do que aconteceu com o Nono, ele estava me rodeando pra se Nono fez algo comigo. Foi estranho o modo que ele me perguntou se eu ainda era virgem, a gente nunca foi de ter esse tipo de conversa.

Então apenas respondi que sim e desconversei. Neguei com a cabeça e olhei pra frente, eu estava um bom tempo parada, enfrente a casa do Ligeiro, com a marmita que a minha avó preparou pra ele na minha mão.

Devido as coisas que ele fez, ele está  de preceito e nem pode nem ir pra boca. Enfim, minha avó me pediu pra trazer uma marmita de comida pra ele.

Eu tomei coragem e finalmente bati no portão, meu coração quase saiu pela boca quando ele abriu o portão e me olhou dos pés à cabeça.

— Oi, minha avó pediu pra você.– levantei a bolsa térmica, ele  olhou e riu de lado.

— A mãe Glória é demais, eu disse que não precisava.– ele abriu o portão.— Entra aí, eu vou colocar a comida num prato pra tu levar a vasilha dela.– eu não sei se era certo eu entrar na casa dele, ainda mais sozinha.

Mas, as minhas pernas tinham vida própria e  assim que ele deu passagem, eu andei pra dentro da casa dele. A casa dele era bem bonita, tinha um quintalzinho na frente cheio de flores.

— Isso é coisa da Thaís, ela que cuida dessas plantas quando vem pra cá.– ele disse atrás de mim.

Meu corpo inteiro se arrepiou ao ouvir sua voz tão próxima assim. Ele sabe que mexe comigo, parece que ele faz isso de propósito, só pra ver as reações do meu corpo.

Eu andei até porta da entrada, ouvi ele falando alguma coisa,  mas não deu pra ouvir o que era. Ele passou por mim e abriu a porta e foi direto pra cozinha e o segui até lá.

Eu reparei que a casa dele era bem limpa e organizada, não tinha nada fora do lugar, nenhuma roupa espalhada. Quando entrei na cozinha, me surpreendi mais uma vez.

Ele pegou dois pratos e colocou na mesa, ele começou a colocar a comida nos pratos e depois foi lavar as Tupperwares da minha avó e colocou pra secar.

— Não precisa colocar pra secar, eu vou levar agora.– ele me olhou com uma das sobrancelhas erguidas.

— Tu vai almoçar comigo.– ele apontou pra mesa com os dois pratos.— Senta, vamos comer antes que esfrie.– ele se sentou e ficou esperando por mim.— Se não se sentar pra comer, eu serei obrigado a falar pra mãe Glória que tu recusou almoçar comigo.– ele falou num tom de brincadeira, mas eu sei que ele estava falando sério.

— Tudo bem, não precisa me ameaçar. – ele sorriu com a pequena vitória.— Sua casa é linda.– ele sorriu de lado.

— Obrigado, eu fiz essa casa pra mim e para Thaís, mas ela preferiu ser mulher do meu chefe.– ele revirou os olhos.

Entre Nós, o crime 3Onde histórias criam vida. Descubra agora