Capítulo 23

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O lugar era frio e úmido. Estava todo pichado por dentro e por fora e tinha todas as janelas quebradas.
Pelo lugar em que estava, devia ser uma pousada ou um hotel. Aparentava ser uma construção inacabada, pois haviam cômodos vazios e corredores que não davam a lugar nenhum.
No capô do JEP, haviam onze sacos e dormir e alguns suprimentos como água, barras de cereal e grandes baldes (que eu imagino que seja para fazer xixi).

Nós tivemos que decidir os onze que ficariam com os sacos de dormir e os três que teriam de dormir lá fora, no carro.

Margot se ofereceu, ela disse que seria fácil dormir no carro pois seu corpo gera muita eletricidade, fazendo assim com que não sinta frio.
Zac, um garoto loiro amigo de Kevin, também se ofereceu; ele tinha a habilidade de se transformar em animais, assim como Christa. Ele se transformaria em um cachorro e não passaria frio.
A última a se indicar foi Brenda, já que tinha poder de fogo que, aos poucos estava voltando, usaria para se aquecer.
Nós separamos três grupos para os três cômodos que estavam inteiros:

.Noah, Bia, Lana e Tyler

.Mavrick, Rosa, Lucas e Kety

.Emma, Leo e eu.

Onze adolescentes dormindo em uma pousada abandonada, duas adolescentes dormindo em um carro roubado e um adolescente cachorro dormindo no chão.

Quatorze adolescentes.

Uau.

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—E como vocês se conheceram?

—Eu vi ela, ela me viu... foi assim.

Emma e eu pressionávamos Leo, para que contasse tudo sobre ele e Kety. Emma já o conhecia a um tempo, já eu só o vira algumas vezes.

—Isso não é nada romântico. — falou Emma, desempolgada com o jeito que Leo falava.

—Eu não sou romântico.

—U-hum, sei. —dissemos em uníssono, sarcásticas.

Leo riu e passou a mão no cabelo.
Começamos a falar sobre assuntos fúteis, sobre de onde somos, nossa comida preferida e várias outras coisas.

—Eu sou da Argentina.

—Sério? Mora na capital? — perguntei sonolenta.

—Sim. Buenos Aires é uma cidade linda, vocês deveriam visitar.

Emma trocou de posição, apoiando os cotovelos ao joelhos e as mãos no queixo.

—Talvez um dia, se conseguirmos sobreviver. — ela falou, com os olhos vermelhos.

Leo e eu nos olhamos, preocupados com Emma. Ela e Riley eram amigas antes mesmo de eu chegar ao acampamento, e ter uma chance delas nunca mais se verem é uma coisa triste.

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Leo e Emma dormiram antes de mim. Eu estava com insônia e não sabia o motivo. Fiquei pensando se voltaríamos para casa, ou se aquele lugar (cujo qual eu descobri o nome. Em um dos guardas, havia um semblante com uma grande vitória régia aberta, escrita em volta "agência de estudo e museo nacional" ou mais abreviado, "AEMN".) não desistiria de nos encontrar.

Fiquei andando por volta do hotel abandonado. Enquanto todos dormiam, eu caminhava preocupada. Preocupada com meus pais, minha irmã, minha amiga Amanda (da minha antiga escola), com todos os outros que não libertamos...

—É dificil né? Ter toda pressão sobre as costas?

Me virei para ver quem estava lá e vi Margot caminhando devagar, preocupada.

Acampamento De Magia [Livro 1] Onde histórias criam vida. Descubra agora