Capítulo 16

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A fazenda Motta

- Quando vamos chegar? - fazia umas duas horas que estávamos andando, eu já não aguentava mais ouvir as músicas dele

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- Quando vamos chegar? - fazia umas duas horas que estávamos andando, eu já não aguentava mais ouvir as músicas dele.

- Só falta mais uma hora. Vamos parar naquele restaurante e encher a barriga.

Assim que ele puxou o freio de mão, pulei para o lado de fora. Minhas pernas estavam dormentes, e eu comecei a pular porque formigavam.

- O que você esta fazendo? - ele pergunta dando risada.

- Minhas pernas estão dormentes - digo ainda pulando, ele continua gargalhar. - Para de rir, seu tonto.

- Já estou parando - ele diz e depois ri mais. - Você está bem?

- Sim, eu sobrevivi as suas músicas - debocho.

- Qual é? Eu pensei que você estava gostando.

- Claro que não. - Digo e essa foi a minha vez de rir.

O restaurante era bem sofisticado por estar no meio do nada. Passei pelas vitrines cheias de comida e fiquei pensando o que eu iria pedir, e que não fosse tão caro. Eu precisava economizar o máximo possível, porque como sabemos, sou uma desabrigada agora.

- Pode escolher o quê quiser - diz jogando o cardápio sobre a mesa.

- Não estou com fome - a frase saiu com presa de meus lábios.

- Está sim, eu ouvi seu estomago roncar - ele diz rindo alto, algumas pessoas olham pra gente e eu morro de vergonha. - Traga dois hamburguês, porção dupla de fritas e refresco de maracujá, por favor - ele diz e a garçonete anota tudo.

- Você é sempre faz isso? - digo enquanto dobro alguns guardanapos.

- Só com garotas famintas - ele diz e em seguida gargalha tão alto que me deixa constrangida.

- Engraçadinho - digo jogando agora uma bolinha de papel nele.

Depois de saciados voltamos para o carro, colocamos o cinto e pegamos viagem. Cinco minutos depois ele ligou o rádio, dessa vez tocava uma música que repetia incansáveis vezes: "eu confiarei em Ti, tudo vai ficar bem. Tudo vai ficar bem." Lembro-me de já ter ouvido alguém cantar essa canção na igreja. Quando eles a cantavam a igreja era tomada por um fogo que faziam muitos chorar. Estou dizendo por experiência própria, porque eu era uma das que choravam. Mas agora, nesse momento, ouvi-la era como ser levada a força ao tempo.

Pergunto-me se estou certa sobre minhas decisões, se Deus realmente me deixou, ou se está usando o silêncio para me ensinar alguma coisa. Estou lutando sozinha, ou, ele está usando forças invisíveis aos meus olhos? Não sei o que aconteceu. Só me sinto tão sozinha que chega a me causar arrepios. O meu coração está cheio de medo, dor, angústia e insegurança. Eu me lembro de dizer a Jesus que queria ser sua prova viva, só jamais imaginei que doeria a esse ponto. Pensei que ouviria sua voz em meio ao bombardeio, que sentiria seus braços calorosos me aquecendo. No fundo eu só queria que tivesse acontecido diferente.

- Olhe bem ali, naquela placa - ouço soar por cima dos meus pensamentos.

- Fazenda Motta? Não pensei que seria sua casa - digo olhando os coqueiros que formavam uma cerca sobre o caminho de pedras. A grama verdejante forrava todo o chão até a orla de um lago grande cheio de patos e cisnes. - Esse lugar é fascinante.

- Espera só até você ver a cachoeira e a casa na árvore.

- Sua família é muito rica, acho que estou desconcertada agora - digo sem graça, principalmente pela quantidade de mochilas que coloquei no porta-malas. O que eles vão pensar?

- Relaxa. Minha família não é como pensa.

- Mas eles não estão aqui, né? - digo o olhando desesperada. Eu não esperava de maneira alguma encontra-los. Léo dá uma risadinha de lado. - Léo, o quê?

- Você se preocupa de mais - ele diz passando a mão nos meus curtos cabelos e os bagunçando. - Eles estão ansiosos para te conhecer.

- Espero não decepcioná-los.

Agora eu estava morta de vergonha. Enquanto fazíamos o caminho até a casa grande, eu roía a unha do dedão. Quando avistei a casa senti minha garganta seca; é escandalosamente bonita, branca, muito grande e cheia de plantas.

Descemos do carro e ele sem as malas, Léo me guiou até a grande porta de entrada, a mesma estava aberta então entramos. Eu não consegui dá um passo a mais casa adentro, o piso de madeira clara brilhava, os movíeis eram capaz de verniz era capaz de refletir reflexos e um leve cheiro de flores incendiava o lugar. Eu desejei morar ali para sempre.

- Chegamos família!

- Chegamos família!

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