Capítulo 14

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Pode contar comigo

- O quê? Eu me lembro, eu te conheci meses atrás e eu sei bem como era sua vida, o que você fazia

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- O quê? Eu me lembro, eu te conheci meses atrás e eu sei bem como era sua vida, o que você fazia. E quer saber, assim como tu não tem culpa disso, Deus também não tem. Mas vem cá, quem foi que pediu para ser prova viva do milagre?

Aquela voz ecoou na minha mente pelo resto do dia e se estendeu até a noite. Pra mim não tinha lógica nenhuma o que ele disse, por isso que no dia seguinte quando eu o vi, simplesmente corri para o outro lado. Eu não queria mais ficar perto dele. Sabe aquela historia de que talvez pudéssemos ser amigos? Esquece. Eu não quero amizade com alguém que me faz sentir culpada por uma coisa que eu não fiz. Se Deus tem culpa ou não, nessa altura do campeonato nem me importa mais.

- Líli, espera ai! - ele gritou, eu sabia que ele corria logo atrás de mim. Eu apertava os passos odiando-o por estar gritando meu nome, porque toda vez que isso acontecia consequentemente uma coisa ruim me atingia. - Líli.

Eu estava pronta pra alcançar o outro lado da avenida quando ele me alcançou, eu estava ofegante e acabei encostando-me ao muro e escorregando até estar sentada no chão.

- Líli, você está bem? - ele se ajoelhou e segurou meus ombros. - Fala comigo.

- Eu... Estou bem - tentei controlar a respiração. - Eu não quero falar contigo e te ouvir tocando naquele assunto outra vez. Não dá, tá?

- Deus sabe o que faz.

Quando ouvi aquela frase foi como uma brasa que se acendeu no meu peito, então tudo começou a fazer sentido. Meses atrás eu estava na janela, um rapaz passou e gritou um versículo bíblico. Era ele com certeza.

Ergo a cabeça olhando-o, as lágrimas rolavam dos meus olhos me impedindo de enxerga-lo com clareza.

- Então era você gritando no meio da rua.

- Sabia que uma hora você descobriria - diz com um sorriso radiante. - Naquele dia eu estava vindo da casa da minha ia e resolvi cortar caminho por aquela rua. Quando te vi ali esse versículo que veio a memoria, então eu tinha que gritar. Só quero saber: resolveu?

- Muito - digo cabisbaixa.

- Líli, olha bem pra mim - diz apertando meus joelhos. Relutei alguns segundos, mas acabo encarando aqueles belos pares de olhos verdes. - Deus é especialista em tratar de feridas, assim como ele é fiel para realizar sonhos.

Ele diz de vagar afim de que eu sentisse o valor e o peso de cada palavra. Como se elas devessem entrar por meus ouvir e ficar gravadas em minha mente. Eu apenas concordei, e depois com um suspiro disse;

- Aquele dia eu estava chateada porque eu não tinha meu teclado.

- E agora você o tem. Por que mudou tanto? O que faltou ou não aconteceu?

- Porque insiste em dizer que eu mudei?

- Vai saber quando for o tempo.

Meu coração já estava disparado, e minhas mãos tremiam insistentemente.

- É triste porque eu não estou pronta pra encarar os fatos. Por favor, não me faça adiantar os processos - peço com a voz presa. Um soluço ressentido escapa de meus lábios, quase me engasgo com meu próprio choro.

- Ah querida, não fique assim! - ele me faz levantar e abraça-lo. - Eu estou aqui com você, sou seu amigo e vou te ajudar com o que precisar. Tá bem?

Eu apenas assenti aninhada no abraço dele. Léo tem um jeitinho único de me abraçar e de me fazer acreditar que nada está perdido.

 Léo tem um jeitinho único de me abraçar e de me fazer acreditar que nada está perdido

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