Capítulo 3

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Ame-os como a ti mesmo

A segunda-feira chegou com presa e eu a encarei de cabeça erguida

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A segunda-feira chegou com presa e eu a encarei de cabeça erguida. Eu não era de odiar ir à escola, então eu sempre me esforçava para transmitir toda minha satisfação em sair de casa e encontrar as pessoas. Eu gosto de sorrir para elas e fazê-las entender que tudo é só uma fase.

No primeiro horário de aula a professora Marília assumiu seu lugar e ordenou que fossemos a biblioteca em busca de poemas para aula de literatura. E claro, como adolescentes petulantes, a maioria dos meus colegas reclamaram. Eu também não gostei muito de ter que atravessar a escola toda debaixo de uma chuva fina de primavera, mas mesmo assim fomos.

– Agora que todos já estão com seus poemas, quero que venham até aqui e leia para a turma.

– Mas professora... – uma das alunas intervém. 

– Sem questionar, andem logo – ela diz durona. – Líli comece, por favor.

Levanto-me sentindo todos os olhares direcionados a minha pessoa. Seguro minhas mãos juntas na frente do meu corpo magro e esquio, caminho e me posiciono na frente de todos.

– Onde esta o seu poema criatura? – indagou a senhora, eu sorri de lado.

– Não importa o que você compre, ou o que você faça. O que vale mesmo é como você compra, e como você faz. Faça com amor e focará perfeito, e quem não gostar é porque não te ama!

Recitei o poema que cresceu em minha memoria. Uma vez alguém especial de minha avó a presenteou com esse poema, anos depois quando eu estava triste ela o recitou e eu adorei. Então resolvi colá-lo no teto do meu quarto, assim quando eu estivesse deitada pudesse visualiza-lo bem.

Essa ação me fez acreditar que o problema não era comigo, que os meus pais terem morrido não era culpa minha. A partir daí eu comecei a superar, a repensar a forma em que eu tratava as pessoas e até mesmo Deus. Digo que esse poema foi o gatilho para minha vida melhorar.

– Lindo poema, mas quem é o autor? 

– Na verdade eu não sei. Esse poema acompanhou minha infância e vem se arrastando ao longo dos anos.

A turma parecia tentar entender sem julgar, mas lógico que teve alguém que deu risadinha.

– Obrigada Líli, vou considerar sua recitação.

Eu sorri e voltei ao meu lugar. Outros alunos foram à frente e recitaram seus poemas, enquanto isso fechei os meus olhos, tudo que eu queria era canalizar tudo que estava sendo dito e o que eles queria dizer. Muitos diziam de amor, dinheiro, glamour e lágrimas.

– Clóe? Está caladinha, venha, é sua vez – diz a professora.

Como foi dito, ela estava tão quieta que me preocupava. Eu estava me segurando para não sair do meu lugar e ir procurar saber o que estava acontecendo.

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