Aprendendo o que é o amor

Capítulo 4

Any se levantou cedo, tomou um banho trocou de roupa vestindo uma saia social preta até os joelhos, uma blusa de botões de seda azul, prendeu o cabelo em um coque desconstruído, como sempre fazia, pegou a bolsa e desceu para tomar o café.
_Bom dia Tânia. - cumprimentou a empregada - Você pode arrumar a mesa para dois, por favor.
_Claro minha menina. - sorriu - Quem vem te atormentar dessa vez, Dulce ou Maite?
Tânia já trabalhava a tanto tempo para Anahi que era como uma mãe, e como tal tinha a liberdade de falar o que pensava sem se preocupar.
_Nenhuma das duas. - sorriu de volta - Meu amigo vai ficar hospedado aqui por alguns dias.
_Amigo? - mais um sorrisinho - Ele é bonitão? Por que se for aproveita a chance menina.
Any riu.
_Você é incrível Tânia. - saindo da cozinha - Vou chamá-lo e já volto.
Ela subiu para chamar Poncho e ele parecia ainda estar dormindo.
_Poncho, acorda! Vamos nos atrasar seu dorminhoco. - bateu a porta e não obteve resposta - Ponchoooo, anda logo preguiçoso!
Encostou o ouvido na porta e não detectou qualquer movimento, girou a maçaneta e abriu a porta.
_Ponchito acorda vai. - se aproximou da cama.
Poncho dormia de bruços, sem camisa a colcha cobrindo da cintura para baixo.
_Wow! - ficou boquiaberta com a visão do amigo - Ei rapaz, quando foi que você cresceu tanto que eu não vi? - um sorrisinho travesso surgindo.
_Enquanto eu estava na Suíça. - virou a cabeça para o lado dela sorrindo.
Any corou.
_Ei é feio ficar ouvindo a conversa alheia. No caso minha comigo mesma.
Poncho riu.
_E é feio observar o amigo num sono inocente. - virando a barriga para cima.
_Inocente nem a unha do seu dedo mínimo. - se afastou um pouco - Levanta logo vai, senão vai se atrasar para o seu primeiro dia e me atrasar também.
_Então vai saindo vai. A menos que queira me ver de cueca agora. - disparou no riso ao ver o queixo de Any cair.
_Estou saindo! - caminhando para a porta.
_Ei Any. - chamou fazendo-a parar com a mão na maçaneta - O que você fez com a minha amiga? - perguntou olhando o estilo todo sério, sério demais.
_Essa aqui é a diretora criativa, a Any amiga volta depois do trabalho. - piscou um olho sorrindo e saiu.
Poncho tomou um banho e vestiu uma calça jeans, sapato social, uma camisa preta e o blazer cinza.
Desceu encontrando Any na cozinha.
_Bom dia. - Poncho sorriu para ela e Tânia.
_Bom dia, senta aqui. Você vai amar o café e o bolo da Tânia.
_Bom dia senhor. - sorriu para ele.
_Senhor? Estou tão velho assim?
_Não liga Poncho, são os primeiros minutos daqui a pouco ela vai estar te chamando de meu menino e dizendo que se fosse mais nova não deixava você escapar. - soltou uma risada alta com olhar de Tânia.
_Anahi sua pestinha! Você fica cada vez mais atrevida comigo menina. - colocou uma mão na cintura - E a minha intenção não seria ser mais nova, ele combina mais com você. - sorriu e subiu para arrumar os quarto.
O clima ficou meio tenso com o comentário de Tânia, Any estava sem graça, mal olhava para Poncho.
_Você disse os primeiros minutos, mas levaram segundos. - Poncho brincou para descontrair um pouco.
_Ela é assim mesmo, às vezes é pior que a minha mãe. - deu de ombros.
Eles tomaram o café colocando em dia a conversa dos anos em que não se viram.
Assim que terminaram, desceram e foram direto para o carro de Any que dirigiu até o edifício onde funcionava a revista.

Assim que desceram do elevador, todas as cabeças se voltaram para vê-los entrar pelas portas de vidro.
_Bom dia senhorita Portilla. - a secretária de Any, Liian, cumprimentou - A reunião começa em dez minutos, o senhor Rojas pediu para avisar que quer toda a equipe reunida para apresentar o novo diretor de produção.
_Certo Lilian, obrigada. - sorriu formalmente - A propósito quero que conheça o senhor Herrera, o novo diretor. - apontou para Poncho.
_Ah Any! Sem essa de senhor vai. - abriu um lindo sorriso - Pode me chamar só de Alfonso. Ela é sempre tão séria assim? - perguntou a Lilian que corou - Pode falar, ela não vai fazer nada. - sorriu de novo.
_A senhorita Portilla sempre mantém a formalidade. - respondeu num tom seguro.
_Em outras palavras sim. Ficou chatinha pequena? - perguntou próximo ao ouvido dela.
_Não abusa Poncho, ainda sou boa em chutar canelas. - sorriu ao lembrar de quando eram crianças.
_Eu me rendo. - ergueu as mãos - Acho que ainda tenho a marca do último chute.
Any riu no ambiente de trabalho pela primeira vez, o que deixou Lilian boquiaberta, a fofoca do dia estava pronta.
Anahi levou Poncho para a sua sala, deixaram suas coisas e seguiram para a sala de reuniões.
_Bom dia pessoal. Antes de mais nada tenho que parabenizá-los pelo excelente número de vendas da última edição e dizer que faremos um happy hour depois do trabalho para comemorar. As minhas custas é claro. - todos sorriram alegres com o comentário do senhor Rojas - só não me levem a falência, por favor. - arrancando mais risos - O segundo tópico é apresentar nosso novo diretor de produção, Alfonso Herrera, seja bem vindo a equipe da Hola.
Poncho se levantou apertando a mão de Rojas.
_Obrigado Rojas, já me sinto em casa aqui. - olhou para Any, Dul e Mai que estavam presentes.
_Isso é muito bom meu rapaz. Depois peço a alguém para lhe mostrar sua sala.
_Na verdade já tenho alguém que possa me guiar, mas obrigado.
Any sorriu, mais um sorriso naquele dia, os colegas se espantaram.
A dama de gelo parecia começar a se derreter.

O dia transcorreu normal, Any tratava a equipe da mesma forma, séria e totalmente profissional, os sorrisos eram reservados a Poncho que estava sempre a importunando. Ao fim da tarde todos se arrumavam para ir ao barzinho próximo a editora para o happy hour.
_Bamos Any? - Poncho entrou na sala sem ao menos bater.
_Virou festa então, entra sem nem bater. - brincou rindo - Como foi o primeiro dia?
_Vhato. - bufou - Impor respeito e ganhar confiança é um caminho duro e fugir da mulherada louca pior ainda. Aqui não tem homem bonito não é? - perguntou todo convencido.
_Você se acha né?! - riu - Tem homens bonitos sim, mas já são fichinhas carimbadas, você é carne nova no pedaço. - piscou para ele pegando sua bolsa.
_Tem homens bonitos é? E quem são? - uma pontinha de ciúmes surgindo.
_Tem o Jaime, mas ele é um idiota falso, o Aaron é cabeça oca e o Carlos é narciso demais, ele se acha o homem mais lindo do mundo.
_Todos você acha um defeito é? - se sentiu mais aliviado - E qual é o meu?
_Você? Você... - ela não conseguia encontrar defeitos nele - Não sei, ainda não te vi em ação com as mulheres. - deu um sorrisão indo para o elevador.
_Quando isso acontecer, você me fala qual o meu defeito tá. - sorriu de canto para ela.
Any não respondeu, não conseguiu entender, mas não gostou daquela brincadeirinha dele.