Capítulo 29

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Nesse mesmo dia, longe dali, Velasco esbravejava, frustrado pelo plano que falhara.
_Você me garantiu que eles eram de confiança, Carlos! - gritou com o segurança.
_E eles são senhor, em momento algum entregaram seu nome aos policiais. - saindo em sua defesa.
_E por que não completaram o plano? Eles só tinham que entrar no maldito apartamento e destruir aquele infeliz!
_Pelo que me disseram, estavam verificando os cômodos do apartamento. Sem uma planta e entrando lá pela primeira vez foi difícil saber onde encontrar o tal Alfonso.
_E por que não foram antes então? - voltou a gritar.
_Perdão senhor, mas foi você que não quis entregar as chaves antes, deixando para o último momento.
_Está dizendo que o fracasso do plano é culpa minha? - os olhos estreitados.
_Se tivessem recebido a chave antes, eles não precisariam fazer reconhecimento de área no momento da invasão, senhor. - tentando parecer lógico.
_Que seja! - detestava admitir, mas a culpa fora dele. Só não o admitiria em voz alta.
_Já tem um novo plano senhor? - tentando desviar do assunto tenso.
_Ainda não. - passou a mão pela testa - Vou deixar essa semana passar tranquila, na próxima volto a mandar as flores e as ameaças.
_Senhor, pelo que soube, as flores estão sendo interceptadas e entregues ao Alfonso.
_Diabos! Esse homem controla tudo! - olhou para o segurança - E como você sabe?
_As mulheres daquela revista são muito carentes, é fácil arrancar informações.
Velasco riu.
_Com essa sua ajuda acho que já sei o que posso fazer.
Um plano começava a surgir na cabeça dele, mas mal sabia que o de Poncho já estava em prática.

Any e Poncho saíram da editora para almoçar e levaram um bom tempo passeando pelo shopping de mãos dadas.
_Olha bebê, vamos naquela loja, eu estou precisando de uma camisola nova. - puxando ele.
_Amor, você tem um closet cheio de camisolas. - protestou.
_Mas você já conhece todas, eu preciso de uma nova.
_Se esse é o problema, eu não me importaria se você dormisse sem nada. - apertando-a pela cintura.
Any riu.
_Está muito safado Herrera.
_Sou safado sim, mas só com você.
Any sorriu, abraçando Poncho, para logo em seguida entrarem na loja.
Poncho teve que admitir, aquilo foi interessante. Any fez questão de experimentar cada uma das camisolas e mostrar a ele esperando sua opinião. Any saiu da loja com seis camisolas novas escolhidas por ele, e Poncho com um desejo intenso de agarrá-la ali mesmo.
Só foi possível se controlar, porque percebera algo estranho.
Estavam sendo seguidos, ele tinha certeza, era o mesmo cara da saída da editora, o mesmo na mesa ao lado no restaurante, o mesmo que saíra da loja logo depois deles.
Não falaria nada para Any agora, no dia seguinte confirmaria isso.
_Anahi? - ela o olhou sorrindo - Vai ter que usar a camisola branca de renda essa noite. - falou com um sorriso torto e a voz rouca.
_Seu desejo é uma ordem meu amor. - sorriu e piscou um olho para ele.

Ao chegarem ao apartamento tudo estava em perfeita ordem, como se nada tivesse acontecido.
_Tania limpou toda aquela bagunça sozinha? - se referindo aos móveis e a porta, quebrados durante a tentativa frustrada dos bandidos de fugirem.
Any riu.
_Claro que não! Eu falei para ela chamar uma faxineira para ajudar.
_Menos mal coitada.
_De jeito nenhum que deixaria ela arrumar tudo sozinha. - colocou as bolsas sobre o sofá.
_Ei, já para o banho! - apontando as escadas para ela.
Any franziu as sobrancelhas.
_Por que tanta pressa?
_Porque eu quero você naquela camisola branca de novo. - sorriu torto.
_Mas já?
_Ninguém mandou ficar desfilando na minha frente com aquelas camisolas curtas e tranparente.
Any riu.
_Ok ok, vou tomar um banho e você prepara o jantar.
_Vai logo então! - sorriu e a beijou antes que ela subisse para o quarto.
Poncho preparou o jantar e ainda teve tempo de tomar seu banho. Desceu e ficou a espera de Any.
Não demorou muito para que ela surgisse como um pequeno anjo do pecado, a camisola branca de renda marcando cada curva do seu corpo, os pés descalços e os cabelos castanhos caindo por sobre os ombros ondulado.

Seu perfume doce chegou a Poncho muito antes dela, o coração dele batia freneticamente e um largo sorriso surgiu em seu lábios.
_Tão linda!
Any corou.
_Ficou bom?
_Muito mais perfeita que na loja. - alcançou a mão dela puxando-a para seus braços.
Any sorriu.
_Jantar primeiro Poncho, estou morredo de fome!
_Eu também estou com fome, mas de você.
_Uma coisa de cada vez. Anda, vamos comer. - vendo o sorriso malicioso completou - Comida Alfonso!
_Certo, vamos lá então.
Ele tinha caprichado no clima romântico, as luzes apagadas, velas sobre a mesa, uma música suave ao fundo e vinho.
Durante o jantar a excitação só fez aumentar pela espera, trocaram beijos e carinhos, os olhares se encontrando com promessas mudas.
Depois do jantar, mesmo com o desejo espalhado por todo seu corpo, Poncho levou Any para sala e tomando-a em seus braços dançaram em total silêncio, um silencio reconfortante.
As mãos deslizando pelo fino tecido, sentindo o calor do corpo dela, Poncho a beijou com intensidade.
Os dois se completavam, era perfeito o encontro dos corpos, alma e coração, um pertencendo ao outro por toda a eternidade.
Se amaram ali mesmo no tapete da sala, no quarto quando subiram, durante o banho para se refrescarem e novamente na cama antes de se entregarem exaustos ao sono.
Não se lembraram dos problemas, apenas se amaram.

Durante os próximos dois dias, Poncho ficou atento e confirmou que estavam sendo observados. Comunicou a Bonilla que logo descobriu se tratar de um detetive particular.
Com essa informação, soube que seria mais fácil ter Velasco onde ele precisava.
No dia seguinte contou a Any sobre o detetive e resolveu colocar seu plano em ação naquele mesmo dia.
Saíram os dois para almoçar, no mesmo restaurante de sempre e assim que viu o detetive se sentar na mesa ao lado começaram.
_Amor, está tudo certo para minha viagem esse fim de semana, você vai mesmo ficar bem sozinha? - falou um pouco mais alto que o costume para chamar a atenção do detetive.
_Tudo bem bebê, eu vou ficar bem até você voltar. Mesmo porque nenhuma das meninas vai poder me fazer companhia.
_Eu vou ficar preocupado, mas pelo menos viajo na sexta e volto domingo de manhã.
_Pouco tempo, mas parece uma eternidade. - bufou.
Antes mesmo da conversa terminar, o homem se levantou e saiu do restaurante as pressas.
Poncho sorriu.
_A isca foi lançada.
_O monstro vai pegar na hora.
_Tem certeza que tudo bem por você? - perguntou ainda preocupado.
_Sim, eu confio em você amor. Só não me deixa sozinha por muito tempo.
_Prometo que não.

Uma hora depois o detetive se encontrava na casa de Velasco.
_Alguma novidade? - se sentando atrás da mesa de seu escritório, com Carlos ao seu lado.
_Sim, uma muito boa. - sorriu satisfeito - Ouvi Herrera dizer que vai viajar esse fim de semana, sai na sexta e só volta domingo pela manhã e a garota Portilla ficará sozinha.
_Tem certeza disso? - um brilho doentio nos olhos.
_Tenho senhor, ele mesmo confirmou e demonstrou preocupação por deixá-la sozinha.
Velasco riu.
_Ouviu isso Carlos? Acho que não precisamos mais da sua amiguinha na editora. - Carlos deu de ombros - Ótimo serviço. Eu vou preparar tudo para esse fim de semana, Carlos acerte o pagamento do detetive com um bonus extra. Essa notícia merece. - se levantou para sair - Já está dispensado detetive e obrigado pelos seus serviços.
O detetive agradeceu em silêncio e Velasco foi para o seu quarto, seria perfeito, Ana Gabriel também estava viajando e só voltaria ao final do mês, estava livre para fazer uma visitinha especial a Anahi sem ninguém para defendê-la. Se não conseguisse o que queria por bem, então seria a força mesmo.

Aprendendo o que é o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora