Fim de expediente, não foi preciso muita atenção para Any notar a tensão no corpo de Poncho.
_O que você tem bebê? - perguntou já no carro.
Poncho deu um leve sorriso.
_Só cansado princesa, o dia hoje foi cheio.
_Mai me falou que vocês estavam revisando a produção da próxima edição.
_Foi, tivemos uma enorme dor de cabeça para escolher o que teria que ser descartado. Todas as matérias estavam ótimas.
_Odeio quando isso acontece. Mas podemos guardá-las para próxima edição.
_Fizemos isso pequena. Amanhã levo na sua sala, hoje estava tão cansado que me esqueci.
_Sem problemas gatito. - acariciou o ombro dele - Em casa faço uma massagem depois de um bom banho de banheira em você. Está tenso demais.
Poncho sorriu.
_Nem vou recusar.
Any sorriu de volta.
_Não mesmo.Assim que chegaram no apartamento, Any subiu e preparou o banho para Poncho.
Quando voltou ao quarto, Any encontrou_o jogado na cama de bruços e olhos fechados. Se sentou na cama e acariciou os cabelos dele.
_Bebê, vai relaxar um pouco na banheira, você está precisando.
_Você vai comigo? - o rosto afundado no travesseiro.
Any riu.
_Amor, a ideia é você relaxar e se eu for junto isso é a ultima coisa que vai fazer.
_Eu prometo que me comporto. - olhou para ela - Só preciso de mais carinho assim.
_Gatito manhoso. - fazendo voz de bebê - Vem, eu vou junto.
Com muito custo, Poncho se levantou e foi para o banheiro, se despiu e ficou a espera de Any.
Ela entrou primeiro na banheira e logo depois Poncho, encostando suas costas nos seios dela. Não souberam quanto tempo passaram ali, Any acariciando os cabelos de Poncho e ele perdido em seus pensamentos.
Quando a água esfriou foi impossível permanecer por mais tempo, vestiram os robes e voltaram para o quarto.
Any desceu e preparou um lanchinho leve para eles e subiu novamente.
_Estou adorando ser mimado assim. - Sorriu recostado na cabeceira da cama.
_Você precisava e merece meu amor. - se sentou ao lado dele - Vai me contar agora o que realmente edtá te deixando tenso assim?
_Só o trabalho.
_Por mais pesado que fosse o trabalho, você não ficaria assim. Tem algo mais.
_Esquece isso. - deitando a cabeça no colo dela - Eu agora só quero carinho, muuuuito carinho.
Any sorriu.
_Não tenho nem como negar.
Ficaram assim, conversando sobre coisas banais até adormecerem.Any acordou e olhou o relógio, uma hora da madrugada. Sorriu ao perceber que Poncho continuava na mesma posição, a cabeça repousada sobre seus seios, os braços possessivos em volta da cintura dela.
Levou a mão aos cabelos dele, massageando a nuca, estava perdida em seus pensamentos quando ouviu um barulho.
Ficou em completo silêncio para se certificar e pode ouvir o que pareceu ser a porta se abrindo. Tentou chamar Poncho tocando-o, mas ele nem se moveu.
_Poncho, amor, acorda. - falou em sussurros.
Ele gemeu, mas não abriu os olhos.
€Poncho, por favor, gatito. - sem resultados, beliscou o ombro dele.
_Ai! - resmungou sonolento sem abrir os olhos.
_Acorda Alfonso! - pediu nervosa.
Notando a tensão na voz dela, ele ergueu os olhos.
_O que foi? - a voz rouca pelo sono.
_Tem alguém no apartamento.
_Quem?
_Eu não sei tontinho, se soubesse não estava aqui quase infartando de medo.
_E como você sabe? - se sentou na cama procurando sua boxer.
_Ouvi o barulho da porta se abrindo.
Como que para confirmar o que ela dizia, ouviram um novo barulho, alguém tinha esbarrado em algum móvel.
_Deveria ter desconfiado. - se levantou, trancou a porta e pegou o celular.
_Desconfiar do que? - olhou ele digitando os números - Para quem está ligando?
_Só um minuto amor. - demorou alguns segundos antes de falar - Bonilla? Sou eu, Alfonso...desculpe o horário cara, mas aconteceu o que prevíamos....sim, estão aqui...não sei quantos...ok, vou esperar. Até.
_Que historia toda é essa? - ainda sussurrando por medo.
Poncho suspirou, passando os dedos entre os cabelos.
_Any, além daquelas flores, Velasco mandou outras. - não deixou que ela falasse - Pedi a Lilian que levasse todas para mim porque não queria que se preocupasse a toa.
_A toa? Isso não parece a toa Poncho! - apontou o dedo para porta para indicar quem estava lá fora - Acha que é ele?
_Não sei. - deu de ombros - Mas seja quem for, Bonilla vai pegar.
_Quem é Bonilla?
_Um amigo meu, investigador policial. Contei a ele sobre as ameaças e ele disse para qualquer coisa contatá-lo.
_E ele vai vir aqui? - agarrou o braço de Poncho.
_Já está a caminho. Fica tranquila.
_Como vou ficar tranquila se aquele monstro está lá embaixo?
_Duvido que seja ele princesa. Velasco não teria coragem de se expor e muito menos apanhar de novo.
Ouviram um estrondo, a porta sendo arrombada e em seguida um barulho que logo identificaram como luta corporal, depois silencio.
_Alfonso, pode vir! - Bonilla gritou do andar de baixo.
Any desceu agarrada ao braço de Poncho. Haviam quatro policiais e dois caras algemados.
_O cara quer mesmo te quebrar meu amigo.
Poncho riu.
_E você acha que eu não sei? - apontou para os dois - Falaram alguma coisa?
_Nada que ajude. Mas vou prendê-los de qualquer forma, temos acusações suficientes aqui. - estendeu a mão mostrando duas chaves - Mesmo se eu não tivesse arrombado a porta vocês precisariam trocar a fechadura. Estava com eles.
_Não acredito! - Anahi falou pela primeira vez.
_Obrigado pelo apoio Bonilla.
_Mas e o otário que fez as ameaças?
Poncho deu um sorriso sombrio.
_Desse eu mesmo vou cuidar.
Bonilla riu alto.
_Não queria estar na pele dele. Precisando de ajuda é só chamar.
_Mais uma vez obrigado cara, daquele idiota eu quero cuidar pessoalmente. Uma surra só não foi suficiente.
Bonilla puxou Poncho para um canto da sala longe dos capangas.
_Você precisa pegar ele no seu território Alfonso, qualquer coisa você tem as cartas e ameaças para justificar legítima defesa.
_Eu sei, vou pensar em algo para atraí-lo. Se ele quer brincar, então vamos brincar.
Se despediram e foram embora. O restante da noite, Poncho teve que tranquilizar Any, que por fim acabou dormindo em seus braços.Poncho já tinha um plano em mente para atrair Velasco, o problema era como fazer isso sem expor tanto Anahi.
A última coisa que queria era deixá-la mais nervosa ou assustada, porém era a única forma que encontrou.
Estava absorto em seus pensamentos e mal percebeu que não havia tocado no café a sua frente, já frio na xícara.
_Está tudo bem amor? - perguntou vendo os olhos dele perdidos no tempo.
_Está sim princesa, só me distraí um pouquinho.
_Eu não diria um pouquinho. Faz meia hora que você está aí parado, olhando para o nada, torcendo as coitadas das migalhas de pão e o café frio a sua frente. - alcançou a mão dele sobre a mesa - Me conta o que está te preocupando assim.
_Não é nada princesa. - tentou mudar de assunto - Já chamou o chaveiro?
_Já sim e a Tania vai recebê-lo e não tenta mudar de assunto.
_Você é teimosa. - sorriu acariciando a mão dela com o polegar.
_Mais que você, pode ir contando.
_Não quero te atormentar a toa.
_Você também não quis me atormentar com as flores e recados do monstrengo e levei um belo susto ontem. Eu não sou de cristal Poncho.
_Mas para mim é. - levou a mão dela a boca dando uma leve mordida - Mas, você tem razão.
_Então conta.
_Any, eu não queria te envolver nisso, mas não vejo outra forma de conseguir o que quero. - ela estava atenta a tudo o que dizia - Eu quero acabar com isso, mas vou precisar te colocar como isca para o Velasco.
_Como assim? - franziu o cenho.
_Nós temos os bilhetes que provam as ameaças de Velasco, mas ele não assinou nenhum deles. Eu preciso atrair ele aqui no apartamento e a única que pode e conseguiria isso é você.
_Mas por quê isso Poncho?
_Porque eu tenho certeza que ele não vai parar Any, porque eu quero quebrar a cara dele e porque só com a invasão dele aqui eu posso usar o argumento de autodefesa num processo.
Any pensou por alguns minutos o que pareceu uma eternidade.
_Se você não quiser, eu vou entender. Eu penso numa outra forma, não quero te expor tanto assim.
Any o olhou determinada.
_Só me diga o que tenho que fazer e eu farei. Quero que esse inferno acabe o mais rápido possível. Mas por que essa obsessão em quebrar a cara dele?
_Porque ninguém mexe com a mulher que eu amo e sai ileso e com todo o dinheiro que a mulher dele tem, ele não vai passar muito tempo preso Any. Alguma marca ele vai ter que carregar.
_Ok, entendi meu super herói. - sorriu - Faço o que você quiser, eu confio em você.
_Que bom meu amor, prometo que nada vai te acontecer.
Any se levantou e foi para o colo de Poncho, trocaram um beijo apaixonado e em seguida ele explicou seu plano para atrair Velasco.
Agora era torcer para tudo dar certo.
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Aprendendo o que é o amor
FanfictionQuando uma grande decepção te fecha para o mundo e você não consegue confiar em mais ninguém e nem acreditar mais no amor, será que ainda é possível mudar? Alguém pode devolver a luz e fazer o amor voltar? Any tinha certeza que não. Mas acabará apr...