Capítulo 3

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DRAKE DONOVAN A VIU NO MOMENTO EM que ela entrou na Impulse. Estava sentado bem acima da pista de dança, em um de seus cômodos privados, com várias câmeras de segurança estrategicamente posicionadas para uma visão imediata de cada centímetro da boate. Não se contentava em ser apenas o dono e não participar da administração. Tinha inúmeros negócios e controlava todos de perto. E, sempre que estava ali, vigiava o que estava acontecendo. Na mesma hora, deu um close na loira cheia de curvas que entrou no bar da frente com cuidado, os olhos arregalados observando o entorno. Um palavrão sujo explodiu de sua boca enquanto monitorava cada movimento dela. Alguém ia perder o maldito emprego por causa disso. Drake tinha regras severas sobre quem era e quem não era permitido na boate. E meninas inocentes, de aparência ingênua, como a que tinha acabado de entrar em seu bar cheia de hesitações e sem um homem ao lado para protegê-la, não deveria, de forma alguma, ter passado pelo segurança. O bosta do Anthony era melhor que isso. O que diabos ele estava
pensando, permitindo a entrada dela? Cabeças iam rolar .
Assim que ele a retirasse da boate, deixando bem claro que nunca mais deveria voltar . Ainda assim, Drake hesitou: ela o fascinava. Havia algo naquela garota, mas ele não sabia dizer com exatidão o que era. Observou atento quando ela, hesitante, foi até o bar, onde recebeu uma piscadela e um sorriso de Drew, seu barman. Um homem que, de repente, ele sentiu uma vontade urgente de demitir, apenas porque estava paquerando aquela feiticeira de olhos azuis. Drew paquerava todas as mulheres. Puta merda, então por que Drake estava tão irritado com aquela inocente paquera com uma mulher que sequer voltaria à boate? Expirou longamente quando ela se virou do bar para a pista de dança. Teve um close, uma visão frontal completa, e era espetacular . Tudo naquela mulher funcionava para Drake mas ainda assim, ela era a antítese total daquelas com quem ele costumava transar . E, a julgar pelas muitas encaradas de apreço masculino e pelos olhares claramente hostis das mulheres, ele não estava errado em suas impressões. Merda, ela ia acabar causando confusão se não a tirasse dali, e rápido. Uma mulher como ela em uma boate como a dele? Aqueles olhos grandes, o corpo curvilíneo que não escondia nada. Uma mulher que exalava inocência e inspirava os homens a levá-la para cama o mais rápido possível para ensiná-la como lhes dar prazer . É, ela era Problema sério, com P maiúsculo. E, mesmo assim, Drake só pensava em tirá-la da boate para levá-la a algum lugar mais reservado antes que outro cara chegasse nela. Estava tão imerso em sua análise daquela ilustre desconhecida que não reparou no cara que andava com uma vagabunda grudada ao lado, abrindo caminho em direção a ela. Viu a mulher levantar cabeça e apertou um botão para aproximar a câmera, focando nela. Havia surpresa em seus olhos, e algo mais. Algo de que Drake não gostou. Medo. O cara falou com ela, e ficou evidente que não estava dizendo nada gentil ou elogioso. O rosto da mulher ficou pálido, e ela cambaleou

como se suas pernas fossem sair debaixo dela. O cara apertava os dedos no braço dela. Drake a viu estremecer de dor, na mesma hora em que percebeu que o cara apertava ainda mais. E depois avançou, invadindo o espaço dela. Drew, o barman, estava pronto para pular por cima do bar quando Drake apertou o botão para acionar Maddox. Merda! Merda! Maddox chegou em três segundos. Drake apontou para o monitor . — Vá buscá-la. Agora! — rosnou. — Traga-a até mim e garanta que esse puto que a está acossando seja expulso e nunca mais seja autorizado a entrar em qualquer um dos meus estabelecimentos. Dê uma lição nele. Era possível ver o choque nos olhos de Maddox, e Drake sabia por quê. Ninguém, além dos seus homens de confiança, podia entrar em seus aposentos privados. E certamente nenhuma mulher tinha estado lá. Mas era um voto de confiança para o treinamento e a lealdade de Maddox. Ele não hesitou. Não fez perguntas. Apenas assentiu e saiu, em um segundo. No monitor, Drake viu que Drew não tinha pulado, tinha um olhar furioso em seu rosto, as sobrancelhas contraídas de raiva. Maddox deve ter mandado uma mensagem dizendo que aquele sujeito era dele. Todos os seus funcionários usavam fones de ouvido, para que pudessem se comunicar a qualquer momento. Drew parecia estar prestes a desobedecer às orientações e cuidar do cara sozinho quando Maddox apareceu. Drake não iria chamar a atenção nem punir o funcionário como normalmente faria se uma ordem não fosse cumprida. Entendia perfeitamente a raiva de Drew e a razão pela qual ele não ia aguentar mais um segundo daquele cara segurando o braço daquela mulher . Drake assistiu, com os olhos brilhando de satisfação, quando Maddox suspendeu o cara pelo colarinho – após lhe acertar três socos velozes como um raio e deixá-lo inconsciente – e o jogou para Zander, outro dos homens da equipe de Drake que tinha aparecido por ordem de Maddox.

   Submissa      (Série The Enforcers #1)  Onde histórias criam vida. Descubra agora