Capítulo 14

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MAIS UMA VEZ, EVANGELINE ACORDOU aconchegada e quentinha na cama de Drake. Para encontrá-la vazia. Como fizera na manhã anterior, estendeu a mão para sentir algum calor do corpo de Drake que ainda persistisse, mas encontrou apenas os lençóis já frios, embora as marcas causadas pelo peso dele ainda estivessem lá. Ela suspirou e se perguntou se aquele homem dormia mesmo. Obviamente, a rotina dele tinha horários estranhos, mas na noite anterior ele tinha chegado às 6 horas. Uma exceção para ela? Ou estar na boate às 4 horas da manhã é que era a exceção, porque ela o fizera esperar? Quem saberia? Mas, após a noite anterior, e a concordância dela com... Bom, Evangeline não tinha muita clareza de em que tinha embarcado. Ah, ele tinha sido bem claro sobre o que esperava e sobre o tipo de relacionamento que teriam, mas ainda havia um milhão de perguntas na cabeça dela. Que pessoa, em sã consciência, não estaria questionando essa situação? Por outro lado, uma pessoa em sã consciência não estaria na cama de um homem pela segunda manhã seguida, mal conhecendo o homem em questão, muito menos teria concordado em se submeter a ele para todas as coisas. Sua mão encostou em algo duro em meio à suavidade dos suntuosos lençóis. Ela franziu o cenho e sentou-se, puxou as cobertas para cobrir os seios e depois riu. De quem estava se escondendo? Não havia ninguém aqui. Olhou a caixa, agitada, pois reconheceu que era quase idêntica em forma e tamanho ao presente que Drake tinha lhe dado na noite anterior . Sua mão foi automaticamente para o colar que ele lhe dera e que ainda pendia em seu pescoço. Sentiu um aperto no coração. Seria outro presente supercaro? Tinha um bilhete ao lado, mas ela não conseguiu ler antes de abrir a caixa que estava ali, como se a estivesse provocando. Desta vez, foi rápida e abriu a caixa da joalheria para revelar um deslumbrante par de brincos de diamante solitário. Nossa. Senhora. Tudo que conseguiu fazer foi olhar fixamente em completo assombro. Eram enormes. Não tinha ideia do que era um quilate, mas aqueles só poderiam ser brincos de diamante de vários quilates. Nunca tinha visto nem anéis com diamantes tão grandes. E ela deveria usá-los? E se um deles caísse? E se ela os perdesse? Provavelmente, conseguiria comprar uma casa em sua cidade com o valor daqueles brincos. Ter em suas mãos algo tão valioso a deixava quase doente, e, na mesma hora, os afastou e pegou o bilhete. Jax virá ao apartamento à uma hora para buscá-la e trazê-la à boate. Use roupas casuais, mas traga algo elegante e sexy para mais tarde. Você passará o dia comigo e voltaremos para casa juntos. Espero que goste dos brincos. Você brilha muito mais que eles em qualquer dia da semana, mas quero que meu anjo cintila. Planeje-se para almoçar e jantar comigo. Ela desanimou. Drake estava querendo deixá-la  desorientada enviando um novo homem a cada hora para ela ou estava só querendo que conhecesse todos os caras que poderiam acompanhá-la quando não estivesse por perto? Encarou os diamantes, eles brilhavam. Agora, teria que usá-los ou poderia irritar Drake por rejeitar seu presente. Rezaria para que um não caísse, e para que não os perdesse em algum lugar depois de tirá-los no fim da noite. Então, quando viu as horas, entrou em pânico. Drake tinha dito que Jax, quem quer que fosse, chegaria lá à uma. Eram uma e dez! Nunca tinha dormido até tão tarde. Mesmo após uma longa jornada, acordava antes de todo mundo: tinha muitas coisas a fazer, muitas responsabilidades. Do nada, algo que Drake tinha dito na noite anterior veio à mente. Ele pedira o número da conta dos pais de Evangeline e o número da agência. Tinha os dois, é claro, mas como explicaria aos pais o repentino afluxo de dinheiro? Nunca, nem uma vez, tinha mentido para a mãe, mas estava bastante tentada a dizer-lhe algo estranho, como que tinha ganho na loteria ou outra coisa tão absurda quanto. Ela estava prestes a ter um mega ataque de pânico quando ouviu uma voz. — Aí, Evangeline. Aqui é Jax. Drake ordenou que eu te pegasse à uma hora. Precisa se mexer . O chefe não gosta de ficar esperando. Ela deu um pulo e quase gritou, mas apertou uma mão sobre a boca para evitar que o som escapasse. Seu coração disparou com o susto. E, em seguida, ficou com raiva. Estava bem cansada de ouvir que Drake não gostava de esperar . — Pois diga a Drake que ele terá que superar isso — Evangeline gritou, direta. — Ficarei pronta quando der e não antes. Uma grave risada masculina foi a única resposta. Apesar da bravata, Evangeline pulou da cama, andando em círculos enquanto tentava descobrir o que fazer primeiro. Chuveiro. Certo. Depois pensaria no que vestir . Teria que descobrir como lidar com a questão de seus pais quando chegasse à boate porque naquele momento não tinha tempo para esse tipo de telefonema.

   Submissa      (Série The Enforcers #1)  Onde histórias criam vida. Descubra agora