Capitulo 27

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HAVIA UM BRILHO AO REDOR DE EVANGELINE nas semanas que se seguiram à noite da fantasia libertina de Drake. E as revelações emocionais entre Drake e ela, que tinham rolado em seguida, não podiam ser ignoradas. A única sombra que ainda restava para Evangeline era o permanente distanciamento de suas amigas. No começo, tinha estado tão ocupada com Drake, focada em atender suas vontades e se deliciando com a descoberta de algo novo e maravilhoso, que não tinha pensado muito na passagem do tempo ou em como tinha ficado sem falar com elas por um período tão longo. Mas também havia o fato de que nenhuma das amigas tinha feito muito esforço para falar com ela também. Perceber isso não foi muito legal. Se fossem mesmo suas amigas, não iam querer que ela fosse feliz? E não iam querer ver como ela estava feliz? Como poderiam saber se não tinham sequer ligado ou mandando uma mensagem de texto para ela? A discussão sempre caminhava em círculos de volta para
Evangeline e sua responsabilidade nesse distanciamento, e a culpa só aumentava, forte e pungente, porque assim como suas amigas não tinham tentado contatá-la, ela também não tinha ligado nem dado sinal de vida. Sentiu com mais força essa desconexão quando Drake lhe informou que precisaria viajar e estaria fora da cidade naquela noite. Evangeline esperava que ele fosse querer sua companhia, como ele havia dito no começo do relacionamento quando tinha explicado as regras. Porém, ele disse que não queria que ela ficasse superentediada, pois teria uma maratona de reuniões e não poderia ficar com ela. Ele pegaria um avião, saindo ao meio-dia e voltaria no dia seguinte cedo, pela manhã. Ele a incentivou a se divertir, desde que um de seus homens a acompanhasse onde quer que fosse. Nervosa, tinha ligado para Lana, Nikki e Steph, pensando em colocar o papo em dia e acabar com a distância entre elas, mas seus telefonemas não foram atendidos e suas mensagens não foram lidas. Então ela preferiu ficar no apartamento de Drake e não sair porque não estava com cabeça para isso. Estava com medo de ter perdido as amigas que tinha desde que morava em uma pequena cidade do Mississippi. Naquela noite, ela dormiu sozinha pela primeira vez desde que tinha se envolvido com Drake, e descobriu que não gostava muito disso. Mexeu e se virou a noite inteira, prendendo-se a uma esperança ridícula de que ele voltaria mais cedo do que o esperado. Quando chegou a manhã programada para a chegada dele, Evangeline já tinha pensando em uma meia dúzia de maneiras diferentes de transar com Drake assim que ele atravessasse a porta. Como tinha que ser, a poucos minutos da hora marcada para Drake chegar, sua mãe ligou – para seu desgosto, entre tantos outros, ela foi escolher bem esse dia e esse horário. Evangeline lançou um olhar de desculpas para Drake, mas ele apenas sorriu e a colocou sentada em seu colo enquanto falava com sua mãe – e seu pai – e começou a distraí-la, mordiscando seu pescoço e várias outras partes de seu corpo até deixá-la pronta para jogar o telefone longe e se virar para atacá-lo. Drake riu quando ouviu a mãe dela perguntar sobre seu "rapazinho" e se ele estava tratando-a bem. Então, para surpresa de Evangeline, ele pegou o telefone de sua mão e, por quase meia hora, conversou com seus pais. Ela assistiu, satisfeita, enquanto Drake falava com eles em um tom afetuoso, relaxado e até sorrindo de vez em quando. A felicidade apertou seu peito e ela se aconchegou a seu lado enquanto ele continuava a conversa, assegurando-lhes que estava cuidando muito bem da filha deles, mas que ela estava cuidando ainda melhor dele. Tudo em seu relacionamento com Drake parecia... certo. Já não lutava com as perguntas e com os medos que a haviam atormentado antes. As últimas semanas tinham sido nada menos que mágicas e ela se perguntou se os sonhos podiam mesmo se tornar realidade. Ela se repreendeu por estar sempre esperando algo dar errado e o conto de fadas acabar . Já era hora de deixar de ter tanto medo do que poderia acontecer no futuro e se jogar no aqui e agora para desfrutar cada minuto de seu tempo com Drake. Quem podia garantir que não iam acabar juntos por muito tempo? Drake tinha provado a ela mais de uma vez que não tinha sido errado em dar-lhe a sua confiança e a sua fé. Ele encarava esses dois presentes com muita seriedade e respeitava a oferta deles, cuidando deles – e dela – como tinha prometido fazer . Evangeline também tinha parado de questionar se era boa o suficiente ou o que um homem como Drake poderia ver nela. Ele estava feliz. Ela estava feliz. O que mais importava? Independentemente de como Evangeline se via, Drake via nela alguém bem diferente, e nunca perdia a chance de lhe provar isso. Sentia-se como uma borboleta saindo do casulo após uma longa hibernação, e sentir-se livre daquelas inseguranças antigas e tão profundamente arraigadas era estimulante. Evangeline Hawthorn era... confiante! Ela era bonita! E digna de Drake Donovan. Um sorriso ridículo atacou seu rosto e ela estava tão absorta sendo refém de seus pensamentos sonhadores que não percebeu Drake desligando o telefone com seus pais até que os lábios dele tocaram seu pescoço para fazer uma trilha ardente subindo até mordiscar sua orelha. — Meu anjo parece feliz — ele murmurou. — Espero que minha volta tenha algo a ver com isso. Ela se virou e colocou os braços ao redor do pescoço dele, e cobriu seu rosto todo com beijos. — Ah, Drake, estou feliz mesmo! Senti muito a sua falta. Ele sorriu de um jeito indulgente para ela. — Só fiquei fora um dia, amor . — Um dia muito longo — ela respondeu, fingindo estar brava. Ele sorriu. — Seus pais são legais. A mudança rápida de assunto fez com que ela parasse, e então ela também sorriu, as bochechas se alargando até quase quebrarem. — Você gosta deles. — Sim — ele disse, sério. — São pessoas boas. Lembrando-se de que era pouco provável que Drake tivesse tido muita experiência com pessoas boas, ela olhou para ele com a mesma seriedade. — Eles são o melhor tipo de pessoas — ela sussurrou. — Faria qualquer coisa no mundo por eles. — Então eles são muito sortudos. Ela estendeu a mão e a pousou sobre a bochecha dele, áspera, com a barba por fazer . — Também faria qualquer coisa por você, Drake. Espero que nunca se esqueça disso. Ele segurou a mão dela e a arrastou sobre seus lábios, para beijar a parte interior dela. — Oh, você provou isso, Angel. Mais de uma vez. Duvido que algum dia esquecerei. — Assim que terminou de falar, Drake tremeu de leve e soltou um suspiro. — Há alguma coisa errada? — ela perguntou, ansiosa, a euforia anterior indo embora enquanto ela absorvia a expressão sombria deDrake.

   Submissa      (Série The Enforcers #1)  Onde histórias criam vida. Descubra agora