Feelings i never know (LIMANTHA)

Capítulo 11 - Lica, por favor, me salva

SAMANTHA POV

Meu corpo estava trêmulo e eu estava tomada por medo e desespero. Agachei-me ao lado de Felipe e comecei a passar a mão por seu rosto, ele grunhiu ferozmente para que eu me afastasse. Eu não conseguia conter as lagrimas. Algumas pessoas nos encaravam rindo, assim como o Felipe, tomadas pela substancia tóxica, mal entendiam o que acontecia. Eu tremia e tentava controlar o choro passando as mãos pelo meu rosto. Respirei fundo ainda trêmula, eu não sabia o que fazer, eu não sabia o que pensar.

Levantei e o pânico tomou conta de mim quando reparei um grupo de homens me encarando. Fitei Felipe, reparando em seu estado precário e balancei a cabeça em forma de negação, eu estava com medo, eu estava em pânico. Lica tinha razão. Lica.

Passei as mãos pela minha bolsa tateando alguns compartimentos feito uma louca até encontrar meu celular, disquei o número da Lica e escutava o sinal de que estava chamando, impacientemente.

Por favor, Lica, me atende, por favor

HELOÍSA POV

Eu não aguentava mais vê-la longe de mim, peguei Samantha pela cintura e a beijei, suas pequenas mãos deslizavam por minha nuca até que eu comecei a sentir uma coisa estranha.

-Samantha, por que você esta lambendo a minha cara? –disse lentamente arrastando as palavras, despertando, escutei meu celular tocando irritantemente e então percebi que estava sonhando- Dinossauro.. –disse chorosa limpando toda a baba do meu cachorro da minha cara e o empurrando delicadamente, tateando a minha cama em busca do celular.

Quem era o maldito que estava me ligando ás onze e poucas da madrugada?

Destravei a tela e suspirei pesadamente antes de dizer qualquer palavra

-Alô? –disse esfregando os olhos e me apoiando com os cotovelos ainda deitada na cama, minha voz saiu arrastada e mais rouca que o normal.

-Lica? –Era Samantha. Sua voz estava falhada, e todos os efeitos do sono foram embora assim que a escutei falar meu nome- Lica, por favor me ajuda –ela falava rápido com a voz carregada de lagrimas, levantei-me da cama no mesmo momento

-O que houve? Fala devagar, onde você esta? –um instinto protetor tomou conta de mim, e minha voz soava autoritária

-Lica –ela tentava falar mas o choro a impedia, eu estava tremula, antes mesmo dela falar eu equilibrei o celular entre o ombro e a orelha para poder vestir uma calça jeans e coloquei por sobre a minha blusa solta uma jaqueta de couro- Eu tô.. eu to na mansion –Mansion? O que ela estava fazendo na Mansion? –O Felipe.. –FILHO DA PUTA- Lica não da pra explicar só vem aqui, por favor, tem uns homens me encarando, eu to com medo, me tira daqui.. por favor

-Samantha, me escuta, não chora, se você chorar vai chamar mais atenção ainda –eu disse andando pelo meu apartamento em busca das chaves do carro- eu to indo, me espera que eu to indo

Sem dizer mais nada ela finalizou a ligação. Uma corrente elétrica passava por todo o meu corpo só de pensar na possibilidade de algo acontecer com ela. Eufórica, eu saí procurando as chaves e as achei na sala, dei uma olhada pela parede de vidro e tudo estava deserto. Deus, por favor proteja a minha menina.

Eu estava numa velocidade entre 170 à 190 km, ultrapassando todos os sinais e cruzamentos, nesse momento era mais fácil algo acontecer comigo do que com a Samantha.

Eu nunca me senti assim antes, tinha alguma coisa gritando dentro de mim, algo que só pararia quando eu a visse e a colocasse em segurança. Passei o dia tentando afastar esses pensamentos, mas agora não era hora para isso. Se algo acontecesse com ela, eu não me perdoaria nunca, e eu vou fazer o Felipe pagar muito caro por isso. Ou eu não me chamo Heloísa Gutierrez.